Capítulo 30 - Eternidade

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O sol da manhã entra tímido pelas pequenas frestas que ele encontra entre o blecaute e a janela. O fio de luz percorre o caminho do vidro até minha cama, encontrando a pinta caramelo de Hank. O pequeno filhote está acomodado entre os braços de Solar, ambos em um sono profundo.

Uma sensação boa toma conta de mim quando olho para a cama e admiro como, serenamente Solar, Hank e Jisoo dormem, é fácil dizer que me sinto completa e feliz com elas ali na minha cama, no meu quarto. A morena abraça a pequena com tanto carinho pela criança, que seus lábios transbordam o amor que ela sente por sua filha. Solar, por sua vez, abraça Hank que dorme tranquilo, com seu nariz molhado e orelhas arreadas e uma respiração compassada.

Um aperto toma conta do meu peito quando o alarme toca na cabeceira da cama, me fazendo sair apressadamente de minha poltrona, para desligá-lo. Acordar de manhã cedo já é ruim, acordar com um despertador berrando em seus ouvidos é pior ainda. Por isso prefiro acordá-las de uma forma um pouco mais sutil.

Me aproximo um pouco mais da cama, inclino meu corpo, aproximando meu rosto ao rosto de Jisoo. Seus lábios levemente abertos, um sorriso sereno e uma respiração calma embalam o seu sono. A mulher é linda de todas as formas possíveis, isso inclui dormindo.

- Soo? - coloco uma mecha do seu cabelo para trás da orelha e aproximo meus lábios de seu ouvido - Está na hora de acordar.

Jisoo se remexe na cama e solta um grunhido insatisfeito, me fazendo rir. Do outro lado da cama, Hank acorda e levanta sua cabeça para nos olhar, quando Jisoo abraça um pouco mais forte sua filha.

- Ei, meu amor. Vamos levantar, hum? - coloco a mão no cobertor, tentando puxá-lo levemente, mas Jisoo coloca sua mão sobre a minha.

- Do que você me chamou? - ela diz com uma voz arrastada, impregnada de sono. Meu coração para na mesma hora que percebo que a chamei de amor.

- Jisoo... - engulo a saliva quando sinto minha mão tremer sob o toque quente das mãos dela - Des..desculpa. Eu não, eu não...

- Você já me chamou assim antes. - ela diz ainda de olhos fechados e um sorriso nos lábios - Eu não dei tanta atenção assim quando isso aconteceu, pois estava arrasada com as palavras do meu pai, e achei que você tinha falado daquela forma comigo para me acalmar, como faz com a Solar. - ela abre seus olhos castanhos lentamente e me olha - Eu me senti tão em paz naquele momento. Eu desejei mil vezes que suas palavras fossem sinceras e que você voltasse a me chamar de amor uma outra vez. Porque tudo o que eu mais quero para ser feliz, é ter mais momentos como esse, com minha filha e você ao meu lado.

Desde o nosso encontro de ontem, Jisoo vem me arrancando suspiros, encantos e amores. Cada segundo que passei ao lado dela, jogando, brincando, competindo e rindo foi extremamente apaixonante. A forma que ela tem a certeza em cada movimento nos jogos, o seu sorriso prepotente ao ganhar uma fase e o seu olhar penetrante é extremamente sedutor. O seu toque ao requerer o seu prêmio, sua voz melodiosa e o seu perfume em meu corpo é delirante. Já hoje, suas palavras de agora são amorosamente reconfortantes.

Ver Jisoo deitada em minha cama, com minha roupa de dormir, embolada em meus lençóis, com seus olhos vidrados no meu e ouvindo o quanto ela me deseja ao lado dela é de tirar o fôlego e me faz amá-la intensamente cada vez mais.

- Meu amor... - dou um beijo em sua testa - Meu amor...- deixo um outro beijo em sua bochecha... - Meu amor... - e mais um em seu queixo - Meu amor. - levanto um pouco o rosto, para admirar o brilho que Jisoo tem em seus olhos e o enorme sorriso em seus lindos e perfeitos lábios.

- Deita aqui conosco, por favor? - ela pede manhosamente, me fazendo desejar mil vezes deitar com elas.

- Não podemos, Soo. - faço um carinho em sua bochecha quando ela deixa um bico em seus lábios - Nós três temos aulas. E precisamos passar na sua casa para pegar as coisas da escola da Solar.

Inside Out  •  ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora