Coisinha

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Azriel

Mal podia conter a ansiedade que mantinha meus sentidos inquietos, mesmo aqui no meio de toda esse lixo de corte, ela parecia brilhar, incendiando o mundo como se seus olhos fossem sóis.

E eu como um tolo girava ao redor de suas vontades e faria por mais mil anos se fosse preciso.

Feyre e Rhysand subiram no trono e eu não podia sentir mais orgulho de vê-los subjugando esses vermes. Encarei minha grã-senhora e ela movimentou os lábios em um sorriso preguiçoso apontando pra o Conselho, Aelya segurou minha mão e seguimos para a câmara do conselho da Cidade Escavada.

Parte de mim se sentia feliz pelo aparente sofrimento de Keir e a outra, queria afastar Aelya daquele tipo violência e na verdade isso é terrivelmente idiota e territorial, Aelya pode fazê-lo se sentir uma formiga com um movimento de mãos.

A olhei com carinho quando tomou a cadeira ao meu lado e Mor do outro, enquanto Rhysand negociava com Keir.

- Quer o palácio lá no alto, Keir, então é seu. - Rhys cruzou as pernas. - Não sabia que o cobiçava há tanto tempo.

- Parece desesperado Rhysand - Keir sorriu e encarou todos na sala - Parece que seu grupo de morcegos e prostitutas não estão dando conta.

Ele encarou Aelya e fechei a mão na mesa contendo um grasnido. Seu grande... Filho da Puta. Aelya apertou meu braço e a encarei, ela tinha aquele olhar debochado, quase como se Keir tivesse feito uma piada de mal gosto.

- Qual é o seu nome mesmo? - Ela perguntou gentilmente, minha pequena demônia, Rhys sorriu ladino e Keir pareceu finalmente encontrar um alvo a altura.

- Keir. Comandante da Cidade Escavada.

- Ótimo, Keir, não sei lá o que, se me chamar de prostituta outra vez, não vai ter língua pra falar qualquer coisa outra vez, sabe você tem que tratar essas suas inseguranças, essa síndrome de inferioridade já tá batido já.

- Isso é uma ameaça? Eu lhe chamo do que eu quiser, eu sou...

- Você não é ninguém - Aelya o interrompeu, a voz incrivelmente baixa, quase ameaçadora. - Você é um bosta que teve um berço de ouro, então cale a boca e coloque-se no seu lugar, nós dois sabemos, que o seu grão-senhor não o protegeria de mim.

- Se acha poderosa menina? Eu sou mais velho, mais forte.

- Só que eu sou uma Asterion e eu estou com muita raiva. - Ele tremeu quando ela usou o sobrenome. - A última da linhagem, sou a Abençoada, eu sou da realeza dos feéricos, enquanto vocês estavam aqui fazendo joguinhos em cima de uma montanha, meu reino dominava todo um continente.

- Nós dois sabemos que não foi assim. - Aelya apenas sorriu como se tivesse ganhado.

- Ah Keir, não sinta inveja, veja assim, eu sou uma deusa e você um mundano. Não nos coloque em comparação, vai precisar de anos de terapia.

- Sua... - Rhys girou o vinho na taça e Feyre o encarou notando o que realmente estava acontecendo ali.

- Pense assim, não tá negociando seu reino, tá negociando sua vida, Rhysand não pode te ameaçar, mas nada impede que eu o faça - Ela girou a mesa como um felino e se aproximou dele cuidadosamente - Não seja orgulhoso, as vezes só estar vivo pode ser uma vitoria.

Então a porta se abriu e Eris passou por ela, meu corpo ardeu de ódio, segurei a adaga instintivamente, eu poderia matá-lo se Aelya não tivesse dito.

- Que comecem os jogos. - Ela sorria maldosa, assim como Rhysand mantinha a máscara que eu tanto odiava, dor e mágoa passou pelos olhos de Mor.

- Seja bem-vindo Eris. - Rhysand disse e Feyre o olhou com descrença. - Faz algum tempo desde que esteve aqui.

Mestiça - Azriel x OCWhere stories live. Discover now