XVII » Secret

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CHONGQING, CHINA

21 de outubro de 2022

Ainda era muito cedo quando Xichen chegou ao instituto, e mesmo que tivesse tomado café da manhã em casa, ele não hesitou em encaminhar-se diretamente para a cozinha. Ainda tinha algum tempo até seu primeiro paciente, e se sentia sonolento ao ponto de decidir que precisava de cafeína, sequer cogitando ir à sua sala primeiro. Foi então que percebeu que, conforme se aproximava do ambiente, todos estavam na cozinha. A conversa, ainda que não conseguisse distinguir a maior parte das palavras, soava descontraída, algo novo, já que conseguiu reconhecer a voz de Zishu e de Kexing entre as demais e reconhecia que desde que Zishu chegara, ter os dois na sala despertava a mesma sensação de ter uma bomba relógio bem ao lado. Quando as risadas de Kexing e Wuxian o alcançaram no trajeto, teve a confirmação de que estava tudo bem e que era seguro continuar.

Já tinha um tempo desde a última vez que havia escutado eles rindo tão descontraidamente, de modo que, curioso, ele espiou dentro da cozinha antes de efetivamente entrar. Kexing e Wuxian estavam sentados na bancada, enquanto Zishu quase revirava a máquina de café em cima da mesma. Qing, Xingchen, Pusa e Liu Bo também estavam na cozinha, sentados, e como os outros dois, davam risada da situação de Zishu, no entanto, eram os dois terapeutas que riam mais alto. Fumeng, por sua vez, sustentava a caneca a frente dos lábios, contendo uma risada ainda que seus olhos denunciassem o quanto estava se divertindo com a situação.

— Tem certeza que não quer ajuda? — Kexing indagou, sem parar de rir.

— Não, eu estou bem, é só... — Zishu não continuou a falar.

— O que eu perdi?

Não se referia apenas à cena cômica de Zishu parecendo perder a batalha para a máquina de café, e todos ali sabiam disso, mas todos fingiram não entender, assim como ele fingiu se referir apenas à situação atual quando puxou uma cadeira para se sentar.

— Aqui, fiz o café tradicional hoje. — Fumeng declarou, empurrando-lhe a garrafa térmica.

— O que aconteceu?

— A máquina resolveu que não vai deixar pegarmos a capsula que está lá de volta... — Xingchen resumiu.

— Então, Zishu resolveu tentar abrir e pegar por si. — Pusa justificou a situação logo em seguida, com os olhos voltados a máquina, apertando-os como se estivesse com medo de algo voar em seu rosto.

— Mas acho que a máquina quem está levando a melhor... — Liu Bo observou, estreitando levemente os olhos naquela direção.

Xichen não ficou surpreso com a sincronia dos três, já que Liu Bo estava sempre com os dois desde que havia começado no instituto, então apenas tentou conter a risada que nasceu em sua garganta ante a situação, enquanto ia até uma das cadeiras vazias na bancada.

— Você acha? — Kexing deu uma risada travessa e indicou o outro, que agora fazia força para abrir a tampa. — Eu tenho certeza! A máquina está vencendo.

— O que custa vocês terem um pouquinho de fé em mim?! — Zishu resmungou.

— Ah, não... nós temos fé em você... mas acho que há chances de a máquina ser mais forte. — Kexing declarou, e Xichen não deixou de notar algum carinho em suas palavras.

Ele definitivamente tinha perdido algo em relação àqueles dois.

Zishu bufou, antes de desistir, e se afastando enquanto continuava encarando a máquina como se ela fosse sua arqui-inimiga. Kexing, por sua vez, pegou o telefone no bolso, enquanto Xichen se servia com café e deslizou o polegar pela tela do aparelho, parando apenas ao erguer o rosto para o Zhou:

Written in the stars ٠ AU!WangXianDonde viven las historias. Descúbrelo ahora