Capítulo 24

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Você já sentiu que amava muito uma pessoa, mas não estava pronto para expressar isso em palavras?

Talvez por causa de uma timidez excessiva ou simplesmente por achar que isso não é o bastante...
Você sente que a pessoa merece muito mais do que simples palavras.

Mas ás vezes, tudo o que ela quer são elas, as rápidas e inesquecíveis palavras. Aquelas três palavras curtas que marcam a alma.

Há momentos em que me condeno. Me condeno por ser tão ruim com palavras. Mas eu a amo, não poderia dizer agora em qual momento percebi isso, pois me parece que sempre a amei, que desde o momento em que botei os olhos nela, sabia que a amaria. Mas posso dizer que, não me arrependo de um só segundo com ela, porque todos valeram a pena.

— Eu te amo. — Sussurrei em meio as lágrimas, em meio a seus cabelos cheirosos. Temi pela incerteza do meu futuro naquele momento..

Cassidy olhou em meus olhos emocionada, seus lábios se encontraram com os meus em um beijo casto.

Quando Miranda me deixou aqui, eu já estava em prantos novamente. Agradeci aos céus por Ruth estar de plantão no hospital.

Quando me viu, Cassie demonstrou preocupação. Ela ainda usava o uniforme da cafeteria, pois tinha acabado de sair do trabalho. Ela me abraçou, me acolheu e ouviu meu choro por longos minutos. Me confortou de uma maneira silenciosa e quente.

— Quer conversar sobre o que aconteceu, meu amor? — Ela perguntou com cautela, suas mãos deslizando pelos meus cabelos bagunçados. Eu já estava mais calmo e havia parado de chorar.

Eu sentia que não estava pronto naquele momento, não estava pronto para expor minha vida familiar assim para ela. Eu sabia que acabaria chorando e não conseguiria conversar direito.

Neguei com a cabeça, afundando meu rosto em sua clavícula. Sua respiração estava calma, suas mãos acariciavam minhas costas, me fazendo relaxar em seu colo.

— Vamos tomar banho? — Ela perguntou baixinho, de repente. — Apenas tomar banho, juntos.

Fiquei surpreso com a proposta repentina. Eu estava fedendo?

— Eu estou...? — Perguntei confuso, cheirando minha camiseta.

— Não é sobre isso — Cassie deu uma risada baixa. — Você confia em mim?

Aceitei sua proposta, respondendo sua pergunta com um beijo longo e melancólico.

Mas, foi preciso estar ali, sentindo seus seios em meu peito nu, sentindo a água quente escorrer por nossos corpos abraçados, para entender o que aquilo significava.

Suas mãos deslizavam com calma e carinho pela minha nuca. Estar ali, apenas seguro em seus braços, significava muito mais do que qualquer coisa em minha vida.

Confiança. Nós confiávamos um no outro o suficiente, para expor não apenas o nosso corpo nu um ao outro, mas sim expor a nossa alma vulnerável, nosso lado que quase ninguém viu.

Eu vi toda a sua perfeição. Suas cicatrizes, as estrias, as curvas e os detalhes maravilhosos e únicos. Tudo aquilo que formava a sua perfeição digna de uma obra de arte. Tudo aquilo que ela me permetia ver, toda aquela parte tão íntima e reservada, só provava que ela confiava muito em mim e me amava. E eu, amava cada pedacinho dela.

Ela me viu, vulnerável, quebrado. Ela me acolheu com todo o amor de sua alma pura e esplêndida.

Ela sorriu quando beijei seu ombro nu, um beijo inocente e cheio de carinho.

Tomamos banho juntos, apenas isso.

Em seu quarto, notei que a pintura que a dei estava na parede, enfeitando lindamente o quarto.

PrimaverilWhere stories live. Discover now