Acordando o Demônio

Capítulo 2: Crepúsculo sobre Melromarc

(Aviso: 1045 palavras)

O reino de Melromarc era conhecido por vários motivos, entre os mais destacados estava a prosperidade que desfrutavam, e o fato de a autoridade máxima ser a rainha.

Infelizmente, quando a rainha foi embora para lidar com a recente catástrofe da onda, o rei ficou encarregado de receber os heróis e iniciou uma rivalidade com o Herói do Escudo.

Desde o início, o objetivo do rei era exilar o herói. Para isso, contou com sua filha Malty, que não hesitou nem um pouco ao receber as ordens de seu amado pai. A partir desse momento, uma cadeia de eventos foi desencadeada, todos com o mesmo objetivo.

Seu crime mais recente, encoberto por todos no castelo, foi assassinar os companheiros do herói. Dessa forma, eles poderiam sentenciá-lo por assassinar suas escravas e dar-lhe a pena de morte. O plano tinha dado certo, ou assim pensaram quando relataram o sucesso da missão que lhes foi confiada.

Malty riu sombriamente do fundo de seu coração, todas as peças para ser o próximo herdeiro do trono finalmente se encaixaram. Sua odiosa irmãzinha também havia sido morta no processo da recente missão, algo que o rei nunca esperava e desencadeou sua ira.

Aultcray: Aquele maldito escudo! Eu o quero morto, minha preciosa filha... -ele chorou desconsolado- Eu quero aquele demônio do escudo morto!

Malty: Nós vamos, pai -Malty o abraçou, fingindo estar ferida.

Para dar a cereja do bolo, o resto dos heróis foi convocado para informá-los da situação que havia surgido.

Motoyadu: Aquele maldito Naofumi! Raphtalia e Filo chan... Até mesmo a princesa -Motoyasu cerrou os punhos com força.

Ren: Você chegou a isso, Naofumi? -Ren se perguntou, segurando a espada que possuía.

Itsuki: É terrível, devemos...

Motoyasu: Nós vamos matá-lo!

Itsuki estava hesitante em apoiar as palavras de Motoyasu, mas devido às circunstâncias ele não podia discutir com sua proposta.

Aultcray: É por isso que os chamamos de heróis. Devemos parar esse demônio, não podemos deixá-lo livre, muito menos vivo. Aquele demônio... Ele deve pagar pelo que fez!

Tudo isso aconteceu na noite em que Naofumi Iwatani perdeu tudo mais uma vez. Tudo lhe foi tirado e, consequentemente, tudo seria destruído.

O tempo foi insuficiente para prosseguir com a caça ao Herói do Escudo, pois a onda começou seu ataque ao reino mais uma vez. O que ninguém sabia é que desta vez, Melromarc estava fadado à destruição iminente.

Durante a dura batalha que estava ocorrendo, os três heróis lutadores se separaram. As feras eram muito fortes e seus ataques não eram completamente eficazes nelas.

Itsuki estava tendo problemas, pois os inimigos conseguiam se aproximar o suficiente dele se ele ficasse em um só lugar, então ele foi forçado a se mover a cada momento da luta. Apesar de suas medidas, ele sofreu alguns arranhões e a situação piorou com o passar do tempo.

De repente, uma lacuna se abriu entre as fileiras do exército de monstros. Itsuki notou que havia alguém no final do corredor que as criaturas formavam e rapidamente adivinhou que poderia ser o comandante.

Itsuki: *Se eu conseguir derrubá-lo, tudo neste lugar estará acabado* -Então, com esses pensamentos, ele atirou uma flecha- Thunder Shoot! -ele disse atirando uma flecha de raios.

A flecha atravessou o corredor a uma velocidade que não seria percebida por ninguém, mas sem que ninguém esperasse, algo incrível aconteceu. Seu ataque não conseguiu nem tocar seu alvo, pois desapareceu antes de alcançá-lo.

???: O que? O que aconteceu?

O aspirante a comandante caminhou em direção a ele, sua armadura negra de obsidiana brilhando. Um longo manto verde com vestígios de queimaduras dançava ao vento.

Finalmente, um escudo macabro apareceu, era em forma de losango, no centro um grande crânio de diamante com chifres de obsidiana curvos que se estendiam para os lados. Pequenos detalhes dourados nas bordas e uma estrela branca de cinco pontas que cobria quase todo o escudo, como se fosse uma auréola.

Quando Itsuki reconheceu a figura, ele erregalou os olhos.

Itsuki: Não pode ser... Você é...!

Uma grande explosão de chamas negras pôde ser vista a quilômetros de distância, os outros heróis cessaram sua luta por um momento. Um grande redemoinho subiu no céu e momentos depois desapareceu, deixando as nuvens em um vórtice.

Motoyasu: Que diabos é isso? -Motoyasu se perguntou.

No local da explosão, Naofumi se aproximou de Itsuki, que estava no chão gritando e chorando de dor, seus membros foram reduzidos a cinzas pelas chamas negras. Seus companheiros, por outro lado, não tiveram a mesma sorte de se manterem vivos. Simplesmente tudo dentro de um raio de dois quilômetros havia perecido.

Naofumi: Como se sente?

O Herói do Arco ouviu a voz zombeteira que veio de Naofumi, se ainda fosse ele.

Itsuki: O... Por que você faz isso? Esse poder, onde você conseguiu?

Naofumj: Essa não é a resposta para a minha pergunta -ele pressionou as queimaduras nas pernas, apreciando os gemidos de dor que sua vítima emitia.

Itsuki: É um demonio!

Naofumi: Não, você está errado -ele zombou- Só fui chamado a este mundo para protegê-lo, mas sou um simples humano. Os verdadeiros demônios são todos aqueles no castelo.

O olhar esmeralda que Naofumi já teve se foi, em vez disso suas pupilas ficaram brancas e a esclera preta.

Itsuki: Você é um assassino! -o desespero tomou conta de Itsuki- Você assassinou seus próprios companheiros e também a Princesa Melty.

O sorriso provocante que havia permanecido em seu rosto desapareceu. Sem o conhecimento de sua vítima, ele havia tocado em um assunto que nunca deveria ter mencionado.

Naofumi: Você... O que você poderia saber! -ele gritou em fúria.

Os olhos da caveira no escudo brilharam e assim que Itsuki viu, tudo acabou para ele. Sua pele foi lentamente arrancada nas partes que ainda restaram de seu corpo, depois foram os músculos e as veias até chegar aos órgãos. Quando tudo acabou, tudo o que restava dele eram seus ossos.

Naofumi: Você não vale nem a pena pensar neles...

Uma lágrima de sangue escorreu de um de seus olhos e se dirigiu para o próximo alvo.

Naofumi: Todos receberão sua punição por minha própria mão.

Naofumi andou até que ouviu um barulho de alguem gritando, ele sorriu quando reconheceu a voz e as magias de espada.