𝙈𝙚𝙪𝙨 𝙙𝙤𝙞𝙨 𝙖𝙢𝙖𝙣𝙩𝙚𝙨 - 𝘔𝘰𝘳𝘱𝘩𝘦𝘶𝘴 - 𝘛𝘰𝘮 𝘚𝘵𝘶𝘳𝘳𝘪𝘥𝘨𝘦

Capítulo 1 - Sonho

Passei a tarde toda naquele campus abarrotado de filhinhos de papai, mesmo eu também sendo uma, definitivamente não sou mais uma daqueles jovens adultos que só vivem por status. Minha cabeça estava doendo, só não estava pior porque minha melhor amiga estava comigo.

Vivo em um condomínio com meus pais, que no meu aniversário de 18 anos me deram um apartamento de presente, só não recusei porque não estava trabalhando e estava prestes a entrar na faculdade de direito pra me entregar de corpo e alma. Agora com 20 minha vida continua tudo de cabeça pra baixo. Vida adulta começando e ninguém me falou que seria tão complicado. Um namoro que estava indo de mal a pior, preciso de mais positividade em minha vida.

Sai do elevador me rumando por aquele corredor, meu apartamento ficava mais pro final. Andava distraída assoviando olhando pro chão. Fui chocada contra um peitoral duro e não cai no chão graças a braços fortes que me seguraram.

- Amélia?

- M-me desculpe, eu estava distraída e...

Olhei pra cima e corei fortemente. Era meu vizinho da frente. Tom Sturridge.

Um homem muito lindo, muito adorável e reservado. Tirando a parte de que as vezes sua ex sai da sua casa aos berros. Quase sempre tem briga por causa da guarda compartilhada da filha do casal. Parece que a mulher nunca consegue vir buscar a filha na casa do homem sem arrumar uma briga. Ele é um mistério, já me peguei querendo saber mais sobre ele, mesmo não devendo.

- Você está bem?

- Sim! Não foi nada. – Nos vemos por aí, Tom

Sai quase tropeçando em meus próprios pé de tanta vergonha e o homem apenas sorriu gentil em minha direção e seguiu seu caminho. Eu me sentia esquisita. Não sei se é só a dor de cabeça fritando meu cérebro.

Abri a porta e estava destrancada, então é sinal de que meu namorado esta aqui, ótimo! Eu não estava querendo mesmo ficar sozinha agora, tomar um banho quente e tomar um chá, deitar naquele maldito sofá e fechar os olhos. Senti um perfume feminino desconhecido no ar, minha mandíbula travou. Parei no meio da sala para escutar melhor o ambiente, vindo do meu quarto eu escutei gemidos baixos. NÃO! Mil vezes não, não pode, isso não pode estar acontecendo. Meu coração acelerou e meu cérebro processou o que estava acontecendo. Lagrimas brotaram nos meus olhos e minha boca secou. Me sentei no sofá por alguns minutos, precisava me recompor.

Abri a porta do quarto e lá estava eles. A mulher loira sentava em seu colo completamente nua. De novo eu estava chorando.

- Na minha própria cama, Daniel? – NA PORRA DA MINHA CAMA?

Voei nos cabelos da vadia, a puxei e joguei no chão e chutei suas costelas. Meu namorado que agora é meu ex, começou a perguntar se eu estava maluca. Ele vai ver a maluca agora.

- Cala a porra da sua boca agora, seu verme. Ou quer que eu mesma cale?

- A-amélia, iríamos terminar mas, eu... Me perdoe

- Eu quero que você e essa vadia queimem no inferno bem longe de mim

Eu estava furiosa, meu sangue fervia em minhas veias. Aquele racionamento de 3 anos acabando assim? Há quanto tempo ele estava me traindo? Como ele teve a coragem de fazer isso em cima da minha cama? Eu tremia e estava cega. Só vi quando estava ajoelhada em cima da cama proferindo murros na cara do Daniel que tentava se defender.

Aquela loira de farmácia chorava tentando vestir suas roupas. Minhas mãos doíam e sangravam, mas nem se comparavam ao meu coração naquele momento. Parei derrotada, não tinha mais forças, queria sumir. Queria tirar férias no deserto longe de todo mundo.