Capítulo 3/ Cecília

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Me cobrindo com os restos do vestido, digo, muito envergonhada:

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Me cobrindo com os restos do vestido, digo, muito envergonhada:

— Eu vou precisar resolver isso aqui — Falo para o senhor Leroy e saio da sala.

Vou correndo, passo pela minha mesa e pego a minha bolsa e vou direto para o banheiro, entro em uma das cabines e sento no vaso sanitário.

Meu deus do céu o que aconteceu?

Eu praticamente fiquei nua na frente do meu chefe e ele só ficou olhando, nem foi me ajudar nem nada e se eu tivesse me machucado?

Ele é tão ridículo e prepotente, como que uma pessoa cai e ele não ajuda?

Engulo minha raiva e vejo o que eu posso fazer, ainda tenho que voltar para o trabalho.

Olho dentro da minha bolsa e tem uma calça leg cinza escura e uma blusa normal azul escuro — uma roupa que eu costumo usar na academia que vou depois do trabalho, às vezes, quando tenho paciência e disposição, para ser mais específica.

É a única coisa que eu tenho no momento, não é apropriado para o lugar mas é só hoje, na hora do almoço vou para casa e coloco uma roupa melhor.

Tiro os restos do vestido e percebo que meu joelho está sangrando um pouco. Pego um papel para limpar o sangue, abro a minha bolsa e procuro um curativo pequeno.

Depois que consigo terminar de colocar a roupa sento novamente no vaso sanitário remoendo o tamanho da vergonha que passei. Cair na frente do chefe já é uma situação bem constrangedora e que fica mil vezes pior se considerar que ele me viu de roupas íntimas.

Quero enfiar a minha cara no chão e nunca mais aparecer aqui, mas é obvio que isso não é possível.

Respiro fundo e saio da cabine do banheiro, olho para mim no espelho e vejo que a calça leg marca muito as minhas coxas e que a blusa marca muito os meu braços. Isso claramente é um dos piores trajes que eu poderia colocar para trabalhar, chega a ser inapropriado.

Olho em meu relógio.

09:03 a.m.

Ok, não falta muito para dar 12h e eu ir para casa colocar uma roupa decente, penso tentando me animar.

Levanto minha cabeça e saio do banheiro. Respiro fundo e sento na minha mesa. O telefone começa a tocar.

— Empresa Leroy, Cecília — Digo normalmente.

— Venha a minha sala — É a voz grossa e rude do meu querido chefe sem educação, que desliga assim que dá seus avisos.

Me levanto e bato na porta. Ouço a liberação.

— Sim senhor Leroy — Falo com toda a educação mas por dentro querendo ir embora correndo de tanta vergonha.

— Tenho uma reunião às 9:30 e você vai me acompanhar anotando algumas coisas — Senhor Leroy diz sem muitas preocupações.

Dou um sorriso educado, sem mostrar os dentes, mesmo querendo socar a cara dele já que eu já sou humilhada pelos investidores nos dias normais, imagina vestida assim.

Vou até a minha mesa e volto a responder emails, esperando que dê o horário da reunião.

09:23 a.m.

Falta pouco para a reunião começar, preciso saber de ele vai fazer a reunião na sala dele ou na sala de reuniões — que é onde normalmente costuma ser, ele não gosta muito que pessoas fiquem entrando em seu escritório.

Pego o telefone e digito o número da sala dele.

— Senhor Leroy? — Falo para saber se ele realmente atendeu.
— O que foi? — Ele questiona com um tom mais rude que o normal.

— O senhor irá fazer a reunião na sala de reunioẽs, certo? — Questino.

— Sim.

— Quantos investidores estarão presentes hoje? — Faço outra pergunta.

— Quatro, mais alguma pergunta? — Meu querido chefe sem educação questiona e desliga logo em seguida, enfim sem educação.

Alguns minutos se passam e alguns dos investidores começam a chegar e eu os levo para a sala de reunião. Todos eles me olharam de cima a baixo analisando a minha roupa e dão risadas.

Por fim, todos já estão na sala e a reunião começa. Fico em pé, perto da porta com um caderno pequeno e uma caneta preta.
O meu querido chefe babaca está sentado na ponta da mesa me olhando.
Seu olhar está firme em mim. Em momentos que estou distraída anotando as coisas — que julgo ser importante — sinto um olhar sobre mim, por instinto olho para frente para ver quem está me observando.

Kenji Leroy. É a pessoa que olha para mim — minhas pernas marcadas na calça — nos momentos em que estou anotando algo.

A reunião termina e já são quase 12h.

Todos os investidores vão embora e eu me aproximo — não muito — do senhor Kenji.

— Senhor posso sair mais cedo para trocar de roupa? — Eu questiono. Por estar perto dele sinto o cheiro de seu perfume caro.

— Vai ter que voltar vinte minutos antes de terminar sua hora de almoço — Senhor Leroy diz rude enquanto se levanta da cadeira.

— Tudo bem — Digo, sem muita escolha. Ele olha para mim, me viro e saio.

Hoje com certeza foi um dos piores dias da minha vida, e ele nem terminou ainda.

Se realmente não precisasse desse emprego eu iria embora agora e nunca mais voltaria aqui. 

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Obrigada por ler, não esquece de votar e até mais.

Minha Secretária InconsequenteOnde histórias criam vida. Descubra agora