XXII. Os astros esfumados entre o nosso amor.

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- Annabeth Wood -
point of view.

Vinnie segurava os travesseiros por entre seus braços enquanto tentava abrir a porta do porão que levava até o telhado da casa, onde ele havia insistido em dormir. Sinceramente, eu nem sei por que estava surpresa, sendo que nós dois já havíamos feito de tudo em quase todos os lugares.

- Vincent, se eu pegar um resfriado eu juro que te mato. - resmunguei enquanto ele ria baixinho pelo horário atrás de mim.

Depois de horas tentando abrir a porcaria daquela porta eu consegui e logo subimos para o telhado. Céus, só Vinnie para me fazer dormir no frio com ele mesmo sabendo que no dia seguinte eu teria um resfriado.

Já haviam se passado dois dias desde o acontecimento com Jace e eu ainda estava um pouco desanimada, mas com Vinnie e os outros do meu lado eu pouco pensava naquilo durante o dia. Eles tinham a habilidade de sempre me deixar feliz, independente de como fosse.

Vinnie depositou o colchão em cima do telhado e logo eu pousei duas cobertas por cima, jogando travesseiros e almofadas em seguida. Era tão aconchegante e mesmo no frio Vinnie havia trazido mais algumas cobertas para nos esquentar.

Mas... confesso que depois de ver como o céu estava talvez valesse à pena ficar resfriada sim. Estava repleto de estrelas já que não haviam muitos prédios por perto para atrapalhar. O azul cobalto se esfumava em meio ao preto destacando todas as constelações que eu sempre havia sonhado em ver.

- Se lembra no dia em que você havia me dito que queria virar astróloga? - ele se deitou ao meu lado, abraçando a minha barriga e apoiando sua cabeça do meu ombro.

- Lembro... - sorri ao me recordar da memória. - Foi a primeira vez em que nós dois saímos.

- É... - ele murmurou pensativo, apertando ainda mais a minha cintura. Estava agoniado, e eu sabia disso.

- O que foi? - indaguei preocupada e levei minha mão aos fios loiros recém-cortados. Eram tão macios...

Eu odiava ver ele daquele jeito, desanimado, e o que mais me doía era saber que aquilo só acontecia quando ele se lembrava de algo que tinha haver com o início do nossos encontros. Era perceptível que até mesmo nos momentos mais repentinos ele ainda se desanimava com alguma coisa e de uma forma ou de outra, eu não conseguia saber o que era. Era Christian?

- Não é nada de importante, gatinha. Não se preocupe. - ele suspirou e fechou os olhos, se enterrando ainda mais por entre meu corpo, acariciando toda a minha barriga calmamente tomando cuidado com as cócegas.

Ficamos em silêncio durante alguns minutos, apenas desfrutando da companhia um do outro e apreciando o céu estrelado. Era confortável estar ali com ele, infestada de travesseiros e sentindo as enormes mãos mornas do garoto traçarem uma linha imaginária por todas as minhas curvas, descendo e subindo por cada uma delas.

- Vinnie... - o chamei baixinho, e ele logo ergueu o olhar para mim.

Era a hora de saber o que ele tanto tinha de escondido. Eu merecia saber.

- O que levou você e o meu irmão a brigarem? - eu indaguei direta. Ele continuou a me olhar profundamente, quase como se estivesse se perguntando se realmente deveria fazer aquilo.

- Ele namorava a Kiara. - revelou de repente e eu arregalei os olhos. Ele namorava quem? - A líder de torcida... eles dois namoravam. - eu vi uma lágrima sair pelos olhos do garoto e o nariz dele tremer.

𝗕𝗔𝗗 𝗪𝗔𝗬, Vinnie Hacker (HIATUS)Where stories live. Discover now