.Capítulo 2.

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#Alerta de gatilho_ suicídio.

Dor, todo o dia sentia essa mesma dor desconfortável, não era física, apenas estava lá, rasgando sua alma um pouquinho mais a cada dia.

Todos puderam ver quando Fenrir lutou para proteger o clã do fogo cada um dos dias de sua vida, ele nunca parou, nunca desistiu, Fenrir é o guerreiro mais forte que esse continente viu em mais de um século, ele nunca esteve abatido, sua mente não tinha sido desviada independente de quanta pressão fosse feita. Mas hoje não...

As palavras desse homem destruíram Fenrir, de uma forma que nem mesmo Peter, seu segundo filho, saberia fazer. Completamente arruinado...

Por anos Peter tentou compensar a perda de seu pai, preencher o espaço vazio no coração de seu pai. Ele se destruiu e moldou para cumprir as expectativas de seu pai apenas para vê-lo desmoronar com as últimas informações sobre Erick.

Era para o guerreiro ser forte por seu filho. Peter esperou uma última vez que seu pai realmente prestasse atenção nele, que enxergasse a falta que seu irmão faz em sua vida e descobrir que toda sua vida ele esteve sozinho sentindo essa mesma perda sem nem saber porque se sentia assim... Era demais! Peter precisava do seu pai, então ele esperou...

Por dias Peter esperou Fenrir reagir, mas nada aconteceu, semanas e meses até completar um ano. Peter passou seu dia de nascimento sozinho outra vez.
18 anos de solidão consolidados.

Peter estava cansado de esperar...

Tudo o que o maior guerreiro de Aniquia fez foi olhar aquela carta velha e suja com o papel fino o suficiente para se rasgar ao menor toque, com manchas de sangue antigo e lágrimas no papel que contava sobre a dor de quem a escreveu e mesmo assim a deterioração do tempo apagou parte da mensagem, mas ainda era possível entender o que foi escrito em parte.

Frases soltas e desconexas.

"Erick está vivo..."

"...vilarejo próximo a..."

"...o no local seguro..."

"Delayla é mãe de..."

"Amo você."

"Ass: R.Laynicher."

Tudo o que se passava na mente de Fenrir eram as palavras "Erick está vivo". Seu filho estava vivo, todo esse tempo, ele estava vivo e ninguém nunca foi procurar por ele, apenas assumiram que Ravanna e Erick tivessem morrido durante a rebelião de Delayla.

Fenrir podia lembrar perfeitamente cada evento que os levou até aquela manhã infeliz ao mesmo tempo tão alegre, em que Ravanna dava à luz seus filhos, e ele nem esteve ao seu lado.

Eles tentaram por anos formar sua família, queriam tanto isso. Depois de conquistar paz e prosperidade entre os 7 clãs, não tinha nada para impedir de viver juntos e criar sua própria família, queriam ter vários filhos, Ravanna queria meninos e Fenrir insistia em meninas. Mas mulheres nascentes frequentemente têm problemas para gerar, leva muito tempo para gerar um bebê com sucesso, e Fenrir como um braseiro não viveria por séculos como Ravanna, não podia esperar tanto tempo, por isso assim que a paz se estabeleceu na capital, começaram as tentativas de ter um herdeiro e formar sua família.

E logo passaram 10 anos e Ravanna não conseguia ter um bebê, ela perdeu todas as 5 crianças em abortos espontâneos, já não podia suportar ter suas esperanças quebradas dolorosamente, e seu corpo ficava debilitado em cada uma das vezes que sofreu a perda de um bebê. Mesmo depois de tudo o que sacrificou para ter um filho.

Então eles desistiram.

_ Não precisamos disso, Ana somos completos e felizes do jeito que somos. - Disse Fenrir enquanto sua esposa chorava silenciosamente em seus braços. - Eu amo você, não importa que nunca tenhamos filhos!

Nascido na Tempestade (CHM).Onde histórias criam vida. Descubra agora