Amor impossível.......Paul Lahote

O carro

Sophie on:
   Quando eu sai de casa, ele já estava no carro me esperando, então fui até lá, e entrei no carro, sem dizer uma palavra sequer, ele também estava quieto, parecia incomodado com a minha presença, ele não precisava ter  me levado para casa.Chegando em casa eu disse:
— obrigada por ter me trazido,não precisava— disse olhando para minhas mãos suadas pelo nervosismo
— já disse que não está incomodando— ele disse mais uma vez grosseiro comigo
— certo, obrigada de novo — falei levando a mão até o trinque da porta do carro, mas parei ao ouvir ele dizer
— ainda gosta de mim Sophie?— fiquei nervosa por sua pergunta, por o ouvir falar meu nome e por estar no mesmo ambiente que ele
— porque está perguntando isso do nada Paul?— eu disse mais nervosa que o normal, acho que teria um ataque de pânico ali mesmo
— não sei, achei que devia perguntar, mas acho que não preciso lhe falar que não vai rolar não é? sempre lhe disse isso— ele falou
— sim já disse incontáveis vezes, já cansei de ouvir, então não precisa repetir mais uma vez— criei coragem e lhe olhei no fundo dos olhos, com meus olhos marejados de lágrimas, nesse momento senti Paul estranho, ele não falou nada, apenas ficou me olhando estático por alguns minutos, eu não conseguia quebrar o olhar com o dele, até que ele para de me olhar , e diz:
— sai do carro, não quero mais olhar pra você— ele diz parecendo que vai explodir, e eu saí, chorando já , sem saber o motivo de ele me odiar tanto assim.

Paul on:
Eu estava olhando estático para Sophie, sim eu tive um imprinting por ela, a menina que eu sempre desprezei, eu tive as visões nossas juntos, sorrindo, beijando, fazendo amor, tudo aquilo era tão real, intenso, mas não podia ser ela, não queria que fosse, porque eu a odiava tanto? nem eu mesmo sabia responder essa pergunta, apenas a odiava, fiquei me questionando o porque ela não olhava em meu rosto, teria sido melhor se tivesse continuado sem olhar, agora estou preso á ela, mesmo sem querer, ter um imprinting por alguém é uma ligação para sempre, eu terei que ser oque ela quiser e precisar, a ligação faz isso.
Eu não merecia ela, não merecia seu amor, sempre soube disso, desde que éramos crianças, ela era apaixonada por mim, me seguia em todos os lugares, e cuidava de mim, e eu ainda sim odiava ela, acho que sempre fui muito imaturo em relação a isso, me lembro de uma vez, tive uma briga feia com meu pai, por ele estar bêbado como sempre, eu me machuquei bastante, Sophie foi a única pessoa que me procurou, e mesmo eu não querendo sua ajuda e a chingando, ela mesmo assim ficou do meu lado e cuidou de mim, depois desse dia, eu fiz questão de a tratar mais mal que o normal, não a queria por perto, ela me fazia me sentir estranho, vulnerável, de um jeito que eu odiava me sentir , então á culpava por isso.
  No dia da morte de seus pais, eu quis ir abraçar ela, e lhe dizer que tudo ficaria bem, e que estaria do seu lado, mas eu não fiz, apenas ignorei sua existência, porque não queria gostar dela, ela pode achar que nem a olhei naquele dia, e não a olhei durante todos aqueles anos, eu a olhava, mas só quando ela não estava olhando, assim eu não teria que admitir pra mim e nem para ela meus sentimentos, era mais fácil pra um menino como eu, apenas á tratar mal.
  Agora cá estou eu, depois de todos esses anos fugindo de um sentimento que eu não queria sentir, ele vindo à tona, agora eu não posso mais fugir ou a tratar mal, não sou mais um garotinho.
Assim que mandei Sophie sair do carro, fui até a casa de Sam, ele era meu líder, e melhor amigo.
— Sam— disse assim que ele abriu a porta, me olhando desconfiado
— tive um imprinting por ela— falei fazendo ele ficar boquiaberto
— você oque?— disse Emy logo atrás de Sam com um sorriso no rosto.
— sempre soube que isso aconteceria— ela disse novamente
— oque eu faço agora? acho que fiz ela me odiar— eu falei
— ela não te odeia, acredite, nós sabemos disso mais do que ninguém— disse Sam , conversei mais um pouco com eles, e fui embora para minha casa, decidido a tentar fazê-la feliz.