The Psychologist (Jenlisa)

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ATENÇÃO: Pessoas sensíveis ao tema; suicídio, abuso, pedofilia, estupro e incesto, por favor, peço que pule esse capítulo. 

***

Meus olhos não se desgrudavam do teto após a saída de Chaeyoung do meu quarto. Ela estava, ou ela queria cuidar de mim, mas eu não era uma idiota, eu não era. Eu confiava na Jennie, e sabia que o sentíamos uma pela a outra era único e especial, Jennie me amava, ela mesmo havia me dito isso, ela não mentiria, ela não mentiria pra mim assim como Chaeyoung mentia. Eu confiava na minha namorada e nada mudaria esse fato. Pensar de fato estava um pouco complicado, eu sentia cada vez mais que cada parede daquela casa afogava os meus sonhos e as minhas emoções, eu sentia que Chaeyoung afogava os meus sonhos e as minhas emoções, as quais não eram muitas, mas ainda queria ali. Ainda queria sentir algo, por Jennie. Por nós duas. 

Por isso que naquele segundo, decidi discar pra Jennie, esperando ansiosamente até que ela atendesse, isso aconteceu no segundo toque, meus dedos se remexiam sobre a barra da minha camisa, querendo acreditar em todas as palavras que a minha cabeça formulava contra as palavras de Chaeyoung, mas ainda sim, nervosa. 

- Ei, Lili - ela saudou, animada como sempre, eu sorri.

- Será que amanhã você não gostaria de tomar café aonde eu trabalho? Quero te apresentar o Luigi.

- Claro, meu horário de almoço é as duas, está bom pra você?

- Uhum.

- Tudo bem, eu estarei lá.

- Posso te fazer uma pergunta?

- A vontade. 

- Minha irmã disse que você me trata igualmente aos seus outros pacientes... - sussurrei, fazendo o que meu coração mandava fazer, dizer a verdade a ela, dizer a ela os meus pensamentos tristes, mas com medo, eu ainda tinha muito medo de dizer coisas específicas. 

- Ela disse isso? 

- Sim, ela disse... - Jennie suspirou, fortemente, e ali pude escutar o barulho das suas cobertas se movendo, como um forte farfalhar um pouco raivoso - Não fique brava...

- Eu não estou - murmurou, mentindo - Tudo bem, eu estou. Só... argh, por que raios ela diz esse tipo de coisa pra você?! E agora você está achando que isso é verdade, não é?

- Nini... você prometeu que não iríamos discutir... estamos fazendo isso de novo, não estamos?

- Não, não estamos. Eu só estou muito chateada com a fala da sua irmã e com a possibilidade de você acreditar nela, por favor, você é a minha namorada, e eu não te trairia. Isso é algo absurdo em ser pensado, não acredite nela... eu sei, eu sei que ela é a sua irmã, mas dessa vez, só dessa vez, não acredite em suas palavras...

- Eu não acredito nas palavras dela... eu juro que não acreditei.

- Lisa, eu sou insegura com muitas coisas relacionadas a mim mesmo, tenho que confessar. Mas nunca, nunca me senti insegura sobre um sentimento, tanto amoroso quanto afetivo, eu sei bem o que sinto por você, e eu sou cem por cento fiel a esse sentimento, e espero desde já que... você também seja...

- Eu sou... - murmurei, me virando de lado na cama, fechando os olhos, querendo por algum motivo, chorar - Meu coração gosta só do seu... - falei, na minha voz mais baixa, ouvindo a respiração suave de Jennie sobre o meu ouvido, acalmando cada batida nervosa que o meu coração dava. 

- E o meu coração gosta só do seu, Lili, já deixei isso claro de várias formas possíveis, você sabe...

- Eu sei... - completei, deixando o meu corpo se acalmar com a sua voz, e com as suas certezas.