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ℝ𝕠𝕓𝕚𝕟

O esperei abrir a porta e avancei nele, com um soco em seu rosto.
Mas eu estava fraco, com fome. Sem comer por horas.
É claro que ele conseguiu me empurrar e me acertar com um soco, também.

- Seu garoto idiota! Estúpido! -Ele reclamou, voltando para perto da porta- Já não acha suficiente ficar aí preso? Já não é um castigo? Você quer algo pior?

- Hijo de puta!
- Sabe, acho que você precisa se controlar um pouquinho mais. Eu andei pensando... Talvez... Isso seja muita solidão. Acho que você precisa de companhia. Mas quem sería? -Ele inclinou a cabeça, como se pensasse um pouco- Ah! Eu vi você, com uma garota no portão da escola, aos beijos. Como é lindo o romance na adolescência, não é, garoto? Talvez ela te acalme. Vou ver o que posso fazer por você.

- Se você encostar nela, ou em algum dos meus amigos... -Ele fechou a porta antes que eu terminasse de falar- HIJO DE PUTA! DESGRAÇADO! EU JURO QUE EU AINDA VOU TE MATAR!

(...)

𝔸𝕣𝕪𝕒

- Sabe... É que eu tenho sonhos estranhos. -Gwen falou- E é sobre os sequestros.

Estávamos sozinhas no intervalo, conversando. Finn estava falando sobre um trabalho atrasado com o professor, ele ainda precisava entregar.

- Você também? -Perguntei.
- Como assim? Você também sonha?
- Sim. Uma casa velha, um porão sujo e escuro, sangues e uma máscara.
- Eu sonhei com tudo isso, menos com a máscara. -Nos encaramos, assustadas.

- Você... Só sonha? Ou você ouve mais alguma coisa? Enxerga?
- Não. Só os sonhos. E você?
- Eu consigo vê-los e ouvi-los. Mas... Eles não conseguem falar comigo. Só... Me mostrar imagens. Eu só escuto seus gritos.

- Eles quem?
- Ah, deixe isso quieto. -Forcei um sorriso- Acredite, isso é bem pesado. Os vejo nos sonhos... E são apavorantes.
- Quem?
- Pessoas.
- Que pessoas?
- Não os conheço. -Dei de ombros, disfarçando.

Sería muito pesado falar para ela que vejo as vítimas ensanguentadas. Ela pode imaginar a cena e acabar se conectando a eles... O terror que ela passaria vendo isso, é horrível.

- Sabe... Os policiais estão me interrogando por causa dos sonhos. Eles acreditam em mim.
- Leve o que você sabe a eles. A casa, o porão... E, sabe, eu sonhei com a máscara e balões pretos voando. Temos que ficar espertas aos sinais, podemos ajudar.

Vimos Moose se aproximar, então nos levantamos para sair dalí.
- Aonde pensam que vão?
- Sair daqui, para não precisar olhar para a sua cara.
- Parece que agora você não tem um garoto para te defender, não é?

- E quem disse que eu preciso de um garoto? -Perguntei. Eu realmente não estava com paciência. Eu estava mal com tudo que estava acontecendo, irritada e abalada. É bom ele não testar os meus limites.

- Ah, é? Não precisa?
- Não.
- Vamos ver, então.

Eu e Gwen passamos por ele correndo, indo para o centro do pátio, aonde tinham mais pessoas.
Talvez, com mais crianças, tenhamos a sorte de algum adulto ver o que está acontecendo.

Ele correu atrás de nós duas, e peguei uma pedra grande que estava no chão, pesada o bastante para um corte ou, pelo menos, um machucado.

Já que Robin não está aqui para colocar medo nele, talvez seja melhor eu mesma fazer isso. Caso contrário, ele não vai me deixar em paz.

Tudo bem, talvez eu não coloque medo nele.
Isso sería bem difícil, na verdade, eu não assusto ninguém.

Mas, talvez, ele pare, se ver que eu revido e que não vou facilitar as coisas.

Gwen se afastou, ficando atrás de mim.
- Você acha que uma pedra me assusta?
- Enterrada na sua cara, creio que sim.

E é claro que as pessoas já estavam preparadas para assistir a uma briga.
Nenhum deles nos ajudou, ninguém disse nada.

Ele avançou para cima de mim, mas apenas desviei, batendo com a pedra em sua nuca. Ele colocou a mão no local da "pancada", então bati com a pedra em seu rosto, em um dos olhos, e ele levou as mãos até lá, com dor.
Dei um chute no meio de suas pernas, e voltei para perto de Gwen, a puxando pelo braço.
- Seu idiota! -Reclamei- Você é a porra de um nojento! Eu juro, se você tentar encostar em mim ou em Gwen de novo, eu vou...

Finn apareceu em segundos, com o diretor ao seu lado.
- O que está acontecendo aqui?

Finn ficou do nosso lado, colocando as mãos nos ombros de Gwen.
Ele provavelmente deve ter visto que a briga estava acontecendo, ou até mesmo Moose correndo atrás de nós, pela janela da sala de aula.

- Ele quería nos bater, então peguei a pedra e bati nele. -Apontei para Moose.
- Os três, na minha sala.
- Ótimo. -Resmunguei, irritada- Mas a Gwen não tem nada a ver com isso.

Se ele inventar de me castigar, esse velho vai ouvir tanto!

(...)

- Como assim advertência? -Perguntei, indignada- Então, você vai dar uma advertência a esse garoto, também! Ele estava nos ameaçando.

- Mas foi você que me bateu! -Moose disse, bancando a vítima.
- Ah, não se faça de vítima, agora. Sr. Diretor, ele faz isso com diversas garotas. Ele faz bullying com os meninos menores, e nos ameaça.
- Senhorita, se acalme. Você está muito equivocada. -O diretor disse.

- Escuta aqui, eu estou avisando! Se o senhor não fizer o seu trabalho direito, eu chamo a minha mãe. Conto para ela tudo o que acontece aqui quando chego em casa, eu só preciso discar o número dela no telefone e dizer "venha". E aí, sim, o senhor vai ver o que é um equívoco! Ela não se importaria de fazer um barraco aqui dentro. Então, ou você vai fazer o justo, e dar advertência a nós dois, ou nós realmente vamos arrumar mais problemas. -Reclamei, irritada- Não vou levar a culpa por isso sozinha!

- E é justo eu ganhar advertência? Foi você quem me bateu. -Moose disse.
- É justo, sim. E experimenta falar mais alguma coisa ou tentar encostar em mim de novo, para você ver se eu não arranco isso que você chama de pênis! Seu idiota!

- Senhorita Brown! -Bufei, cruzando os braços- Que deselegância!
- Com certeza! Muita deselegância, muita! Faz o que você tem que fazer e nos libera, logo! Eu estou perdendo aula, e eu devia estar entregando um trabalho. Não vou perder pontos por culpa desse idiota!

(...)

Gwen não levou bronca alguma, deixei claro que o problema era comigo.

E acho que, agora, Moose me deixa em paz.
Eu realmente estou irritada, com tudo o que está acontecendo.

Estou chateada e abalada.
Não vi Gwen e nem Finn no final da aula, então decidi ir embora sozinha.
Tudo o que eu quería era chegar em casa logo.

Pelo visto, vou precisar explicar para a minha mãe a advertência.
Mas ela não vai me xingar por isso, eu apenas me defendi.
A única coisa que fiz de errado, foi contrariar e praticamente xingar o diretor, que não ficou nada contente com o meu "desrespeito".

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Oioi, publicando um pouco mais tarde porque me atrasei!
Comentem bastante!

E já estamos com 3K de leituras, obrigada! ❤

𝑫𝒂𝒓𝒌 𝑹𝒐𝒐𝒎 // ʀᴏʙɪɴ ᴀʀᴇʟʟᴀɴᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora