Class. 4

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Era a terceira aula do dia e Dream ainda não havia mandado nada. Nick não o chamou e nenhum apontador rolou até seus pés.

George estava um pouco preocupado. Ele constantemente olhava para Clay durante as explicações, sem sinal de sono, sem distrações. O amigo não levantava nem mesmo em troca de horários.

E sinceramente, era preocupante. Então George engoliu seu orgulho como uma pedra e resolveu dar o primeiro passo. Ele se sentiu ansioso até que Clay finalmente abriu o papel.

Está tudo bem?

Você não tacou bolinha em ninguém ainda.

George realmente queria dizer que não se preocupava com Dream, mas estaria mentindo. Não demorou tanto para que a cartinha retornasse ao remetente.

Estou bem, Gogy. Só tentando prestar atenção.

Não estou diferente por causa do que aconteceu na sua casa, ontem.

Fique tranquilo.

A primeira linha foi como uma facada no peito de George. Agora era ele que estava atrapalhando. E a segunda, bem, ele fez Clay querer ignorar o selinho, então? Sendo assim, o jovem apenas escreveu a palavra menos frívola que pôde pensar, forçando, de corpo e alma, o fino grafite na folha branca.

Desculpa por não falar nada ontem.

Eu queria ter dito algo, pelo menos.

Ele enviou. Nicholas apenas revirou os olhos ao transitar do bilhete para trás, e do mesmo modo, o pedaço de caderno voltou para o moreno.

Está tudo bem, você não se afastou, e isso me deixou um pouco mais tranquilo.

Porque eu gosto muito de você.

George sentiu as bochechas esquentarem, seu coração pulando batidas em um ritmo desordenado. Ele agradeceu por não ser o primeiro da fila, caso contrário, o professor perguntaria se estava com febre.

Ele levou dias para admitir a si mesmo que gostava de Dream. Sempre foi um pouco doloroso conviver com o fato de que alguém pode esmagar suas emoções, se quiser o fazer. E isso era assustador pra caralho.

Antes que George pudesse responder, ou pensar em terminar a conversa, um novo e segundo papel foi deixado no canto da mesa. O menino observou Clay caminhar em direção à porta, saindo da sala de cabeça baixa.

George?

Eu me apaixonei por você

Você está apaixonado por mim?

Por favor, diga que você está

O menor engasgou-se com a carta nas mãos. Apenas enfiou o papel na mochila quando pediu permissão para beber um copo de água.

George fechou a porta atrás de si, mas ele não foi para o lado do bebedouro. Não, foi para o lado contrário.

Entrando no banheiro, Dream lavava calmamente suas mãos. Os olhos verdes saltaram para a imagem de George no reflexo do espelho, ele virou logo em seguida, respirando pesado.

"Eu também me apaixonei por você." O moreno libertou as palavras como se fossem sussurros extremamente secretos.

Lentamente, a boca rosada de Dream se curvou em um sorriso delicado. "George..." foi a última coisa que escapou de seus lábios trêmulos antes que o loiro caminhasse até o amigo.

Clay juntou ambas as mãos, ele torcia para que ninguém estivesse nas cabines do banheiro. Com um movimento de súplica, o loiro capturou os lábios de George com os seus.

As bocas dançavam em sintonia, com movimentos harmônicos. Mas não era só aquilo, os corpos também trabalhavam juntos, ligados por um trocar de saliva extremamente contagiante. Os garotos tentavam abafar ao máximo os barulhos dos lábios se separando, apenas para se entrelaçarem de novo logo depois. Eles ficaram nessa por um tempo, apenas para sentir o cheiro se misturar entre os suspiros cada vez mais trêmulos e inconstantes.

O beijo apenas cessou quando Dream se afastou, rindo um pouco. Ele queria tanto fazer isso. Mas não estava disposto a arruinar o histórico escolar perfeito de George, com uma suspensão por se pegar com outro garoto no banheiro da escola.

"Isso... isso foi um beijo de verdade, dessa vez." Os olhos âmbar de George se libertaram do que era a prisão dos lábios do loiro.

"Foi." Dream riu com a afirmação óbvia do outro.

"E eu também beijei de volta." George estava estupidamente fofo agora, balbuciando coisas nada inusitadas, que denunciavam o quão atordoado ele estava.

"Por deus, vocês são muito gays." Sapnap se pronunciou, encostado na entrada do banheiro.

O atordoamento de George desceu pelo ralo assim que ele soube que foi pego.

"Tem quanto tempo que você está aí?" Dream indagou, não tão preocupado.

"Relaxa, eu não vi nada, mas dá pra saber que rolou alguma coisa entre vocês." Os olhos verdes de Nicholas saíram de Dream e caminharam até George. "A boca dele está mais inchada e rosa do que um balão de festa infantil da Barbie."

"Acho que devemos voltar." George finalmente se pronunciou.

"Sim, o velho me mandou para procurar vocês, já se passaram 15 minutos desde que saíram"

"15 minutos?!" Clay não sabia que beijar George bagunçava todas as suas noções temporais. "...Puta merda."

"O que você vai dizer?" O moreno genuinamente esperava que Nick não fosse do tipo linguarudo.

"Sei lá, digo que Clay se prendeu na cabine e você estava tentando arrombar." Ele deu de ombros.

"Tudo bem, isso não parece tão ruim, eu sou fraco o suficiente para demorar 15 minutos."

O trio riu com a afirmação autodepreciativa de George. Sapnap acabou encobrindo a dupla e apesar de tudo, os três se aproximaram ainda mais.

 Sapnap acabou encobrindo a dupla e apesar de tudo, os três se aproximaram ainda mais

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𝐃𝐫𝐞𝐚𝐦 𝐭𝐞𝐚𝐦 𝐡𝐚𝐬 𝐣𝐨𝐢𝐧𝐞𝐝







A Ticket For George °dnf shortficOnde histórias criam vida. Descubra agora