𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐 - 𝐂𝐡𝐨𝐫𝐨𝐧𝐚.

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꧁—𝐁𝐨𝐚 𝐥𝐞𝐢𝐭𝐮𝐫𝐚 —꧂


  — Baby o mundo é perigoso, mas nois é mais ainda... — Cantarolei baixinho, inspirei fundo de olhos fechados. 

  A noite tinha uma brisa gelada, aquelas que batia em seu rosto deixando seu nariz vermelho e uma vontade de espirrar. Sacudi a cabeça abrindo um sorriso enorme em meus lábios. Essa música era perfeita, não tinha como não se sentir eufórica.

   — Nosso amor é lindo de se ver... meu azeite com dendê... mais bonito, que os corredores de Louvre...

  Tanto a batida, quanto as vozes dos cantores faziam meu coração palpitar e espinha estremecer. Meus fones de ouvidos não estavam altos, porém eu estava totalmente entretida em Samba in Paris, do autor Baco Exu do Blues.

  Cantando como sempre, alto nas partes em que tinha o macete e baixinho quando esquecia a letra, certeza que é uma cena engraçada para quem vê de fora, além das caretas que deixo escapar quando estou curtindo a vibe da música.

  Voltando ao mundo real, uma coisa que sempre odiei e sempre deixei claro que odiava era referente a atrasos, ah! E por falar nisso, o estresse me consumia. Eu esperava Shinichiro terminar de se arrumar há 20 minutos. Estava sentada do degrau em frente a porta de sua casa há tempos... e nada! Que ódio!

  Dessa vez, ao invés de usar uma calça cargo e uma regata colada, que inclusive uso desde os 15, hoje vesti um vestido tubinho preto e curto, ele tinha as mangas compridas e era colado ao corpo, marcando todas minhas curvas. Gaby dei-me de presente para o meu primeiro encontro da vida em meus 19 anos.

  A roupa era um pouco desconfortável, confesso no início me senti nua, mas aos poucos fui me apreciando, e com certeza estava linda!

  — Aff... — Soltei um suspiro junto ao ar preso em meu pulmão. Ele é homem, tinha mesmo a necessidade de toda essa demora?

  Tá bom! Confesso que esse não era o motivo da minha ansiedade, não o principal... pelo menos. Estava brava pela demora, mas também queria que ele me visse logo, tipo... qual seria sua reação ao me ver com essa roupa? Iria gostar? Achar ruim? Me zoar!? Respirei fundo e esperei mais alguns minutos em silêncio, pois meu celular tinha descarregado.

  Olhei de um lado para o outro, em busca de alguma distração, quando escutei de longe o barulho de uma moto. Pelo som, vinha em direção à casa dos Sanos. Franzi o cenho, confusa; já pensei que fosse algum idiota querendo fazer alguma gracinha comigo.

  Perto... estava muito perto. Minha braveza toda se desfez em medo quando o pneu da moto estava entre minhas pernas. Meu coração quase subiu a garganta e saiu pela boca. 

  O motoqueiro, corrijo, o IDIOTA, usava um sobretudo branco, que voava com o vento, ameaçou a passar por cima de mim, colocando a mão no acelerador.

  Olhei para ele, que ainda estava de capacete, revirei os olhos e olhei para a tela preta do meu celular, fingindo ver algo. Acho legal ressaltar a parte que ele estava descarregado.

  Mulher não tem um dia de paz.

  Ele estava se achando! Quando tirou o capacete balançou lentamente a cabeça de um lado para o outro e olhou para mim. Ok, ele era bonito, mas tipo??? Precisava?

𝐅𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐥𝐞, Sano ShinichiroOnde histórias criam vida. Descubra agora