Cap. 3: A Grande Festa

108 9 0
                                    

Enfim o dia da grande festa em homenagem a Lucas chegou... Pérola que não havia se sentido bem durante o dia por conta de um pressentimento que sentia em relação a Eva, havia passado a tarde descansando em seu quarto, descendo apenas na hora da festa.
- Tia Pérola, como está? Melhorou? Pergunta Nina ao vê-la descendo as escadas.
- Eu consegui descansar um pouco. Responde Pérola. - Mas aquele aperto no peito ainda continua. Uma sensação muito forte de que está acontecendo alguma coisa muito ruim, muito séria. Você está linda! Ela termina a frase segurando o rosto de sua sobrinha.
- Obrigada Tia Pérola. Agradece Nina com um sorriso e continua. - Mas trate de deixar suas preocupações de lado porque um convidado já chegou. Ela fala apontando para a porta onde Mauro acabava de entrar segurando um ramalhete de flores.
- Ninaaaaa... o que você fez? Pérola fala enquanto puxa Nina para perto da mesa que está posta bem no meio da sala de estar.
- Nada Tia Pérola, diz Nina com um tom de malícia na voz e esboçando um pequeno sorriso ao ver o descontrole da tia. - Convidei o Mauro, qual o problema. Ela completa a frase sorrindo enquanto se vira para cumprimentar o rapaz. Deixando Pérola totalmente desconfortável olhando para a mesa.
- Olá Mauro! Que bom que você veio! Ela saúda o rapaz.
- Boa noite Dona Nina! Dona Pérola! Ele caminha em direção às duas mulheres e estende a mão com o ramalhete de flores entregando a Nina que era a anfitriã da festa. - São pra senhora!
- Ah são lindas Mauro que gentileza, mas não me chame de senhora pelo amor de Deus! Ela fala sorrindo enquanto caminha em direção a cozinha chamando uma de suas empregadas pedindo um vaso, deixando Pérola e Mauro sozinhos na sala.
Pérola ficou desconcertada com a presença de Mauro, não imaginava que a sobrinha o convidaria. Ainda tentava apagar os pensamentos que tivera em relação a ele na livraria e tê-lo por perto tão elegante e com aquele olhar que parecia devora-la não iria ajudar. Embora ela soubesse que era livre, seu amor por Max a fazia sentir-se presa de alguma forma, era como se sentir interesse por outro homem a tornar-se infiel.
Mauro por sua vez apenas olhava para ela com um sorriso estampado nos lábios e um olhar encantador, estava fascinado pela mulher a sua frente, como podia ela conseguir ficar ainda mais linda. Ele reparou em seu cabelo, estava mais cacheado do que naquele dia na livraria, a maquiagem um pouco mais forte ressaltava seus olhos ainda muito mais e os lábios despertavam nele desejo; ela vestia uma blusa preta de mangas longas com babados e um pequeno broche dourado na lateral do decote, decote claro em V que deixava a mostra um pedaço do colo, uma saia midi cinza clara um tanto rodada, e saltos altos. Belíssima ele pensou. E o desejo que ele vinha sentindo aumentou ainda mais naquele momento, pensava que após ajudar Zilda com seu plano, ele não iria abandonar Pérola como Zilda queria, pensava em continuar com ela para sempre, com ela e quem sabe com a fortuna de Maximilian Sullivan, de certa forma sentia inveja de seu patrão, que tinha tudo e ainda por cima tinha a seus pés o amor daquela linda mulher e, nem ao menos dava o valor devido a ela. Seria bom tirar Pérola de Max, ele começava a gostar dos planos de Zilda.
Logo mais convidados foram chegando e Pérola como sempre elegante e requintada recebia a todos juntamente com Nina. Enquanto Mauro apenas a observava de longe esperando o momento certo para agir.
A festa segue animada ao som de baladas românticas e samba. Mauro está a espreita esperando uma chance de se aproximar de Pérola, mas quem se aproxima dele é Zilda, esta com seu ar de superioridade olha todos com desdém, se aproxima do rapaz e sem que seja notada pelos demais fala em tom baixo. - Não estou vendo você colocar em prática os meus planos rapaz, não se esqueça que eu posso acabar de vez com essa sua fama de bom moço, é bom não me fazer de boba.
- Não me ameace Dona Zilda, responde o rapaz. Estou fazendo o melhor que posso, mas não posso simplesmente agarrar Dona Pérola e força-la a ficar comigo, ela é uma dama, preciso ir com calma ou colocarei tudo a perder.
- Bom, que seja! Retruca Zilda com ar de insatisfação. - Só não demore demais porque tenho pressa. Aproveite que Max está em viagem ainda, pois com ele por perto será mais difícil você conquista-la. Se mexa rapaz, ande vá, vá!
Mauro se afasta de Zilda e vai a procura de Pérola pelo salão, de certa forma a mejera tinha razão, ele teria mais chances enquanto Max estivesse longe. Era evidente o amor que Pérola devotava ao cunhado, com ele por perto ela poderia se fechar novamente ou até mesmo ceder a esse amor. Ele avista Pérola num canto perto da escada, ela se balançava ao som do sambinha que tocava, rapidamente ele pega duas taças de champanhe e vai até ela.
- Champanhe Dona Pérola? Ele estende a taça oferecendo a ela.
- Obrigada Mauro, mas eu não bebo! Ela agradece sem jeito de dizer não a gentileza do rapaz. Mas logo muda de ideia e aceita um pouco de Champanhe. - Tudo bem eu vou tomar só um pouquinho.
- A senhora está melhor? Ele pergunta se lembrando do dia em que ela sentiu-se mal na livraria e ele a amparou quando teve uma tontura.
- Estou Mauro, obrigada por se importar! Ela responde com um sorriso.
Ele então levanta a taça e faz um brinde, - As mulheres especiais de Serranias!
Apesar de ficar sem jeito, Pérola está encantada com o galanteio do rapaz.
- Um pouco de Champanhe vai lhe fazer bem Tia Pérola, Nina fala ao se aproximar dos dois. E então vira e fala apenas com Mauro. - Mauro você sabe que Tia Pérola dança muito bem?
- Não, não é verdade! Pérola tenta gesticular com a sobrinha.
- Sim é verdade sim! Porque vocês não dançam um pouco? Nina continua fazendo Pérola corar.
- Me daria este prazer? Pergunta Mauro estendendo a mão para Pérola.
Ela fica totalmente encabulada e Nina intervém.
- Claro que sim, eu fico com as taças, eu seguro. Nina pega as taças enquanto sorri ao ver a tia indo pro salão dançar com o rapaz.
Ao som de um sambinha bem animado Pérola e Mauro dançam pelo salão. Pérola se sentia livre há muito tempo não sentia tamanha alegria. Aquele rapaz fazia com que ela se sentisse viva novamente. Foram tantos anos de abnegação, ela não reclamava, cuidar de suas sobrinhas era um verdadeiro prazer, os anos que passou com Eva em Dublin na Irlanda haviam sido de total dedicação e ela não se arrependia, porém ela havia deixado de lado a sua própria vida. Ainda mais com o amor escondido que sentia por Max, mesmo não havendo entre eles um compromisso, Pérola sentia como se devesse a ele fidelidade. Sempre fora uma mulher linda, cheia de vida e muitos foram os pretendentes que se derramaram aos seus pés durante todos estes anos, mas o amor que sentia a mantinha casta, intocada, solitária. Por isso naquele momento ela se deixou levar pelo sentimento de liberdade, enquanto dançava com o Mauro ela pensava que talvez fosse a hora de pensar um pouco nela, somente nela.

Pérola - A magia do amor... EM REVISÃO PARA CORREÇÃO ORTOGRÁFICA E INCOERÊNCIASDonde viven las historias. Descúbrelo ahora