XXIII - RISCOS

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❝𝗘́ 𝗽𝗿𝗲𝗰𝗶𝘀𝗼 𝘁𝗲𝗿 𝗼 𝗰𝗮𝗼𝘀 𝗱𝗲𝗻𝘁𝗿𝗼 𝗱𝗲 𝘀𝗶 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗴𝗲𝗿𝗮𝗿 𝘂𝗺𝗮 𝗲𝘀𝘁𝗿𝗲𝗹𝗮 𝗱𝗮𝗻𝗰̧𝗮𝗻𝘁𝗲.❞

- Friedrich Nietzche

       A MELHOR MANEIRA DE ACORDAR em um domingo, não é com uma dor de cabeça de matar

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A MELHOR MANEIRA DE ACORDAR em um domingo, não é com uma dor de cabeça de matar. Pior ainda é despertar e lembrar o que aconteceu na noite do porre. A promessa de que eu não iria mais beber foi para a casa do caralho, mas eu a coloco de pé outra vez.

       Eu levanto da cama depois da claridade queimar minha pele. Parece que assim que eu fico de pé, o peso do meu corpo se direciona à minha cabeça. Caminho lentamente até o banheiro, onde escovo os dentes e tomo um banho longo. Bons minutos depois me direciono até a cozinha, mas não tenho apetite para nada, tomo apenas um copo de água para ajudar a engolir o remédio contra enxaqueca.

       Deito por um tempo no sofá e me prometo novamente nunca mais beber outra vez, de verdade. Quando comecei com isso, durante a faculdade, não pensei que seria grande coisa, mas considerando a série de atitudes que tomei apenas este ano, após beber, eu devo parar. Não está fazendo bem para a minha mente e em breve nem para o meu fígado.

       Eu estava quase pegando no sono quando ouço um barulhinho irritante me chamando, é o meu celular, que fico surpresa ao o encontrar carregado. Procuro por ele, o encontro atrás de uma almofada. Forço um pouco a vista para ler o que há escrito na tela, ainda estou meio tonta. Tomo um susto que acaba me fazendo derrubar o aparelho no chão. É uma chamada de Jisung.

       — Ai meu Deus! Ai meu Deus! Ai meu Deus! — não consigo parar de repetir enquanto ando de um lado para o outro da sala.

       Tento lembrar se não fiz algo mais vergonhoso do que já sei sobre aquela noite. O que me lembro de ter acontecido foi eu ter dito aquelas coisas para ele e depois realmente apagar, o que em si já é super constrangedor. A minha próxima lembrança é de Changbin me ajudando a entrar em casa, o que quer dizer que Han nem deve ter subido.

O que ele pode querer me ligando agora? Será que quer saber se estou viva? Ou pior, ele pode ter descoberto o que eu misturei entre algumas das línguas que conheço. Han é obstinado, se ele ficou curioso sobre o que eu disse, dificilmente não irá atrás de entender.

Essa não, eu estou ferrada! Como posso o encarar agora, depois das coisas que eu disse e todo o constrangimento? Não que alguma delas seja mentira, era tudo verdade, mas eu não deveria ter falado tanto depois de beber. Além de ser vergonhoso, ele pode encarar como uma brincadeira ou momento de loucura.

Argh. Eu nunca mais vou beber — tanto.

As coisas entre nós já andavam estranhas antes, imagino o que ele vai pensar agora. Não quero enfrentar isso. Mas, por outro lado, falar pelo celular me parece muito mais fácil, sem o lance do olho no olho e a chance de poder encerrar quando quiser. Ainda assim, me deixa assustada.

𝐓𝐀𝐑𝐎𝐓; 𝗵𝗮𝗻 𝗷𝗶𝘀𝘂𝗻𝗴Where stories live. Discover now