O conto de duas entidades

15 0 2
                                    

  Era um dia bem chuvoso, sem piedade nenhuma e compaixão, o garoto permanecia dentro do abismo, onde o demônio o atormentava com seus maiores medos, do qual ele queria esquecer por toda a eternidade. O anjo tão belo e impaciente permanecia do lado de fora desesperado procurando pelo garoto, era sua função livrar dos problemas em série e levá-lo pra longe do mal.

 Chegou um momento em que o garoto decidiu se salvar sozinho, passou a ignorar ambos que se transformou em serpente para aprisiona-lo contra sua ira, o menino precisava ser forte naquele momento, pois aquela era sua maior fobia. Pro anjo aquele era o fim, mas o garoto não se entregou, ergueu a cabeça e passou por cima da serpente, tentando fingir que aquela entidade jamais existiu. Já do lado de fora, o anjo estava á sua espera com suas enormes asas brancas, logo ele estendeu a mão, e foi o que o garoto fez cm toda a sua certeza, e então os dois foram juntos, caminhando pelo além, sabendo que no dia seguinte começaria tudo de novo.

                                                                                ...

 Desde criança, minha mãe me disse que eu era um casulo de borboleta, que um dia eu iria estar pronto e sair da casca e ser uma linda borboleta em busca de liberdade e felicidade. Minha mãe nunca esteve tão certa em relação á essa comparação, há muito tempo que a vida me desdenha apenas sofrimento, e foi com esse sofrimento que pude notar que estou me reencontrando finalmente. 

 A infância não foi nem um pouco próspera perante a mim, as crianças simplesmente não entendia tais sofrimentos e causava ainda mais dor e levando tudo a tona. Não foi o fato de bullying ter acabado com o psicológico e sim porque as crianças se divertiam com a minha conturbação . Pra início de conversa, eu já nasci traumatizado, era uma tortura ser tratado com homofobia por todo lugar que eu passasse, era apenas uma criança, já era uma tortura lidar com meus próprios sentimentos e fingir que não me importava, ninguém ao certo sabe o quanto de impacto que podemos causar na vida das pessoas. Eu não conseguia entender o por quê eu achava meninos bonitos ao invés de meninas, e gostava mais de coisas femininas do que o  oposto, era tudo tão surreal que eu nem consigo imaginar o quanto.

 Já eram quase seis da tarde, e tudo o que eu precisava era de um local diferente para distrair, sem minha mãe, a TV e até mesmo minha cachorra lua. E para ser sincero não existe lugar melhor que isso do que a academia que ficava próximo á minha casa.

 Os médicos sempre disseram que o melhor método de tratar um problema mental é com exercícios físicos, e foi o que fiz, creio que para um esquizofrênico é melhor ainda. Estabeleci uma dieta rígida que me fez perder peso e uma lista de exercícios semanais, o que ajuda de fato, mas as vozes são vozes, então de vez em quando ainda aparecem aqui e ali. Mas só pelo fato de ter perdido mais de dezenove quilos já um motivo para comemorar, não se perde esse tanto de quilos de repente, já estou nesse processo há um ano, então já era hora. Entretanto, acho que tem uma dificuldade nisso tudo, desde que perdi peso, não consigo fazer muitas refeições, as vezes não pelo fato de estar com fome, mas sim pelo fato de meu estômago revirar e fazer as vozes gritarem, o que gera menos apetite.

 Gosto sempre de ir a academia á noite, me trás uma sensação boa e não o contrário, depois de uma série de exercícios percebi que realmente o que os médicos dizem é real, me sinto ótimo completamente renovado. Quando estou prestes á ir embora, um homem uns seis anos mais velhos, nem alto e nem baixo, olhos marcantes me para e me pergunta coisas relacionadas á academia, e a única coisa que prorroga nesse instante... é...quem é você?






A vida e a borboletaNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ