Bells on a Hill | Dramione

Capítulo 2

Tudo começou com um lento fluxo de cartas. Uma vez por semana, no máximo, durante o primeiro mês, Granger enviava uma tentativa de pergunta sobre um fornecedor de casamentos e Draco respondia cordialmente.

Bastaram duas linhas, apenas duas, para que suas cartas se transformassem em dissertações que não incluíam nenhuma menção a um casamento ou a quaisquer planos relacionados a essa ocasião.

"A propósito, tentei recriar uma poção para ficar sóbrio usando folhas de hortelã-pimenta esmagadas e um pouco de rum com especiarias e tenho de admitir que não estou entendendo nada. Você poderia me explicar a receita e o processo de preparação?"

Draco se lembrava de ter sorrido, uma ação rara em seu rosto atualmente, e de ter rabiscado apressadamente uma resposta provocadora sobre como agora ela estaria em dívida com ele e de ter dedicado muitas linhas a tecer uma história elaborada e falsa sobre os cobiçados segredos de poções da família antes de recompensar Granger com suas anotações detalhadas sobre a Sober-Up perfeita.

Ela respondeu com uma linha: "Malfoy. Você precisa patentear isso".

Assim começou uma rápida troca de ideias sobre técnicas adequadas de agitação, preços de ingredientes, quais países produziam olhos de besouro de melhor qualidade, a ética de usar chifres de unicórnio em pó e até mesmo uma surpreendente concordância de que caldeirões de ouro maciço não eram apenas desnecessários, mas prejudiciais à maioria das poções.

Por fim, porém, Granger voltou ao pedido de ajuda dele.

"Eu gostaria de saber se você gostaria de acompanhar a mim, Ron, Harry e Ginny em nosso teste de bolo neste fim de semana? Temos um horário às 10 horas no Trixie's Treats, na Diagonal, no próximo sábado".

Draco hesitou sobre como responder por algumas horas. Será que ele poderia fazer isso? Será que ele conseguiria ver um casal feliz se alimentando de amostras de bolo e rindo para as mãos, felizmente drogado com açúcar e com os sonhos de suas próximas núpcias? Mas a consciência de Draco, um órgão recém-crescido e incômodo, lembrava-o de que ele devia a Granger uma série de coisas. Isso era o mínimo que ele podia fazer.

Ainda assim, a parte mais astuta dele jogou uma última carta para ver se conseguia uma saída.

"Claro, Granger, eu ficaria feliz em oferecer meus serviços de degustação. Posso saber como seu noivo se sentirá com minha presença?"

Parte dele esperava que a Doninha explodisse com sua inclusão. Embora eles fossem cordiais hoje em dia, Weasley não poderia querer seu nêmesis de infância envolvido em um processo tão íntimo? Mas a próxima coruja de Granger acabou com essa desculpa.

"Ron diz, e essa é uma citação direta que eu gostaria de acrescentar: Malfoy é um cara elegante, certo? Seria bom saber a opinião dele sobre essas... coisas".

Foi assim que Draco se viu encostado em um prédio de tijolos no Beco Diagonal em um sábado, preparado para dar uma notícia infeliz para Granger e seus amigos.

Desde a última vez em que os vira, ele teve de fazer um exame de consciência. Além disso, ele também fez muitas preparações recreativas, fugindo para seu laboratório de poções para evitar os dois modos de existência recentes de Narcissa: a fúria pelo tratamento que recebera de Astoria e o desapontamento pela maneira como Draco se comportara diante de uma multidão enlouquecida por fofocas.

Ele engoliu o orgulho e enviou um longo pedido de desculpas a Dean e Daphne por seu comportamento abominável no casamento deles. Dean respondeu com cordialidade, mas a assinatura de Daphne não estava em lugar algum da carta. Provavelmente foi melhor assim, pois Draco preferia não se associar a nenhum membro da família Greengrass nunca mais.