Capítulo 23

38 11 12
                                    

Senti o vento sobrar quando sentei-me no banco do jardim da escola

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.


Senti o vento sobrar quando sentei-me no banco do jardim da escola. Senti uma mão tocar o meu ombro direito e quando olhei para trás, era ele, Lucca Roberts.

— Podemos conversar? — Eu perguntei e Lucca esboçou um sorriso nos lábios.

— Sim, era o que eu queria perguntar agora. — Lucca respondeu, sentando ao meu lado.

— Você acha que podemos iniciar o que tínhamos? Esquecer o passado e tentar viver o presente? — Perguntei.

— Eu também acho necessário, e queria pedir mais uma vez desculpas por...

— Não peças. — Interrompi. — o Brunno explicou-me, e eu pude perceber o porquê de você falar daquele jeito. Mas você não quer conhecer a Scarlett?

— Eu quero, é o que eu mais quero nesse mundo. Mas acho que o meu pai não irá deixar-me ir a Portland. — Lucca explicou, um pouco amuado. — Finalmente eu tenho a certeza que a minha mãe está viva. Realmente viva, Nessa.

— É. — Soltei uma risada fraca. — Se não fosse as minhas amigas, não teríamos encontrado a Scarlett.

— Eu quero puder agradecê-las pessoalmente.

— E podes, é só falares com elas.

— Nessa. —Lucca chamou e eu olhei para os seus olhos azuis como o mar calmo pela manhã. — Eu amo-te.

— eu também amo-te. — Lucca sorriu e beijou-me.

— Quer sair comigo essa noite? — Lucca perguntou.

— Hoje não, quero ficar com a minha mãe, ela vai precisar muito de mim.

— Sem problemas. Podes dar-me o teu número de celular? — Lucca perguntou e eu sorri.

— Dá-me o teu celular. — Lucca tirou o seu telefone do bolso e desbloqueou, eu digitei o número no telefone dele e guardei como Nessa. — Toma, já está.

— Ligo-te mais tarde. — Lucca disse e eu levantei-me do banco.

— A peça é já no sábado. Nem parece que hoje é quarta. — Falei e ele concordou com a cabeça.

 — Sim. Nem parece, mas a ansiedade está tomando conta de mim. — disse Lucca.

— E no outro final de semana é o baile de finalistas, eu quero que você vá comigo, tudo bem? — Lucca perguntou, exibindo o seu lindo sorriso de canto.

— Sim, eu vou. Só você não disse se o tema será amor ou não. — Contestei, com os braços cruzados.

— Isso é segredo nosso, dos finalistas. — Lucca rebateu.

—Entendi. Não quero me intrometer nos segredos de estado. Agora vamos ao ensaio antes do professor zangar conosco.

De mãos dadas, caminhamos até a sala de teatro. Os olhares caíram todos sobre nós e algumas pessoas estavam cochichando.

— Nessa você está com uma aparência ótima. — Disse o professor, abraçando-me. — Você acha que ainda consegue encenar?

— Claro professor, conta comigo para o que der e vier. — respondi e o professor assentiu, ajudando a equipe de som com algumas caixas.

— Meninos, vamos ensaiar por favor! — gritou o professor e todos fomos mudar de roupa.

— Você e o Lucca estão bem de novo? — Daniella perguntou, fechando o zíper do meu vestido.

— Sim amiga, tudo fica bem, quando acaba bem. Ou quando se tem a mãozinha do irmão mais velho. — Nós rimos.

— Eu estou tão feliz por você, Nessa. Você conseguiu superar duas dores ao mesmo tempo, você é forte.

— Eu percebi que não posso ficar presa na dor. O meu pai está no céu, brilhando como uma estrela e eu amo o Lucca. — Falei e Daniella abraçou os meus ombros, repousando o seu queixo no meu ombro direito.

— As nossas vidas mudaram tanto por conta de um livro.

 — O livro mágico! — Exclamei. — Eu fiquei com ele na minha mochila. Eu ainda tenho um pingo de esperança do livro ser mágico.

— Eu também tenho esperança desse livro ser mágico. Podes mostrar-me o livro? — Daniella perguntou e eu abri a minha mochila. Tirei o livro mágico de lá e o abri.

— As escolhas do cupido necessitam de uma mão dos humanos. — Daniella leu em voz alta. — Vire a página.

— É tudo igual, amiga. — Falei, revirando todo o livro. — Esse livro possui alguma magia. Uma magia totalmente do amor.

 — Acho que devemos devolvê-lo a biblioteca e tentar esquecer ele. — Daniella sugeriu e eu concordei, chacoalhando a cabeça positivamente.

— Eu vou devolver ele, só para alguém puder puder encontrá-lo e viver o seu romance a partir do livro mágico do são Valentim.

— Eu vou levar ele. — Daniella brincou e eu gargalhei.

— Você já está vivendo o seu romance, amiga. Vamos ensaiar antes que o professor zangue conosco.

Fomos ensaiar e tudo correu bem, faltava apenas mais um ensaio e já era no sábado o dia de apresentação.

Eu e Daniella saímos da escola e entramos no carro dela. Pelo caminho ficamos conversando sobre a peça de teatro e o número grande de bilhetes que já venderam.

— Ouvi que o presidente da cidade vai estar no dia de apresentação. — disse Daniella, aumentando a velocidade.

— Então devemos fazer coisas perfeitas, amiga. — Avisei.

— Realmente, a minha família toda que mora em Portland estará aqui. Eles devem ver-me brilhar naquele palco.

— Eu só me resta a minha mãe. Bom, ao menos ela estará lá. — Falei, sentindo um pouco de dor, mas rapidamente recompus-me.

— Mas tu tens-me a mim e a Ruth. — Daniella estacionou o carro em frente a minha casa. — Até amanhã, Nessa. — Daniella abraçou-me e aconcheguei-me nos seus braços.

 — Até amanhã, amiga. — Saí do carro e ela acenou para mim. Acenei de volta e entrei na minha casa.

Escutei o som de televisão e rapidamente pude perceber que era Titanic. A minha mãe assistia esse filme na companhia do meu pai.

— Mãe. — chamei na porta da sala e ela olhou para mim com o rosto marcado de lágrimas.

— Oh, Nessa, já chegaste? Nem ouvi você entrar. — Disse a minha mãe, limpando as lágrimas. O som do filme sendo abafado pela chuva repentina que estava caindo. — Eu estava aqui assistindo esse filme e...

— Lembrou-se do pai? — Perguntei e minha mãe afirmou com a cabeça. — Quando escutei o som do filme, eu logo soube que você estava sentindo falta do pai. Eu também, ele é inesquecível.

— Sim, o melhor homem do mundo. — Minha mãe falou forçando um sorriso e eu sentei-me ao lado dela.

— Mas você não está sozinha mãe, você tem-me a mim, ao teu lado e juntas vamos seguir esse caminho chamado “ superação ”.

    — Tu tens razão filha. Estamos juntas nisso. Mas como vão as coisas nos ensaios? Você tem apenas um dia para ensaiar para tua peça, não? Eu estou tão orgulhosa. — Minha mãe abraçou-me e eu sorri.

— Eu também tenho muito orgulho de você, mãe.

Enviado Pelo CupidoWhere stories live. Discover now