Um visitante indesejado (Parte:4)

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- Sim! Visitantes vindos do mar, numa canoa gigante que parece ter sido feito pelas próprias mãos de Deus - a mulher explica e todos ficam chocados.

- Quem são eles? Vocês viram-nos? Como eles são? - O velho Murima questiona apreensivo.

- Sim, nós os vimos, têm faces brancas avermelhadas, são altos como postes, têm cabelos lisos e de diferentes cores e têm conseguido um galão de uma bebida, com cheiro forte e cor de sangue - a mulher continua seu relato.

Enquanto a mulher relata os acontecimentos, o povo só consegue pensar em tamanha força de seu inimigo, afinal que tipo de canoa seria essa, que parece ter sido esculpida pelas mãos do próprio Deus? E que visitantes seriam esses com peles brancas como as de Mueri, só que num tô avermelhado?

- Eles usaram essa bebida com cor de sangue, para embriagar nossos irmãos e levá-los á canoa de Deus - relata outra mulher. O povo se sobressalta.

- E não só, outros irmãos que chegaram depois, foram atacados com suas armas letais - relata outra mulher.

- E por acaso essa é uma das armas? - Mueri questiona.

- Sim, um deles deixou cair e nós pegamos - a mulher mais velha diz - Depois de dizimarem metade dos que chegaram depois, a outra metade foi levada a força para o barco de Deus - relata a mulher.

- Depois de levarem alguns dos homens, quiseram levar os idosos - diz a outra mulher - Disse um dos homens « A partir de agora estas terras são minhas» - relatou a mulher-Em meio a multidão uma voz ousada é escutada « E quem disse estás terras são vossas? » Questionou um idoso O forasteiro respondeu « Eu sou dono e senhor destas terras! O governo deu-me estas terras» O velho gritou « Estas terras são nossas, pois aqui nascemos, aqui crescemos, aqui vivemos, aqui morreremos. Aqui cantamos as nossas alegrias e as nossas tristezas. Desta terra colhemos nossos alimentos. Nestes campos imensos engordámos o nosso gado »- A mulher faz um relato falado.

- E o que o forasteiro respondeu? - questiona um dos aldeões.

- O forasteiro disse: Selvagens! Essas terras são minhas só minhas, e em minhas terras não quero selvagens, selvagens devem viver na selva. A selva chega para todos vocês! - relatou a outra mulher.

- Depois o forasteiro enchotou os idosos e levou mulheres e crianças ao seu barco de Deus - terminou a mulher mais velha.

Após o relato, fez-se um silêncio ensurdecedor na aldeia dos Tomodo Mueri pensa e repensa numa solução para salvar seu povo.

- Temos que nos preparar para a possível guerra, contra os forasteiros - Mueri informa.

- O que vamos fazer? Esses forasteiros dizimaram os Macutes em questão de segundos, o que acha que faram conosco? - a velha Mira.

- Certo, dizimaram os Macutes, mas nós temos algo que os mesmos não tinham - Mueri diz com uma voz sinistra.

- E o que nós temos? - Questiona a velha.

- Nós conhecemos seus passos, então por saber como eles agem nós saberemos como nos defender deles - diz Mueri.

- Mas não basta só nos defender, temos que revidar! - berrou um dos Fumos.

- Sim, temos que revidar! - berrou outro fumo.

- Revidaremos, mas antes temos que nos preparar - Mueri informa.

O povo Tomodo, se prepara para a iminente guerra, todos estão apreensivos, pois, de todos os inimigos enfrentandos, esse parece o mais letal de todos. Os soldados preparem-se para guerra, Mueri e os Fumos, analisam a arma estranha e letal, as mulheres e crianças são tirados da vila.

- Não posso sair daqui! Essas terras são nossas, aqui pingou o nosso suor, plantamos as nossas árvores, fizemos nossas machambas - gritou uma velha se recusando a sair de sua casa.

Mueri [ Vol1: Duologia Princesa Guerreira]Where stories live. Discover now