Capítulo 6

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Aos domingos pela manhã, era de costume a família Miller ir à missa. Eles caminhavam até a igreja que ficava alguns metros de distância da mansão, da janela do segundo andar da casa dos Milher dava para avistar o sino e a enorme Cruz que ficava no lugar mais alto da Igreja. Era uma pequena mobília e bem aconchegante, toda de ouro por dentro e no estilo barroco.

Na vinda da Igreja, todos entraram na casa, menos Ornella que foi para o jardim. Queria ficar sozinha, estava em estado de Graça devido sua ida à missa. Ela não queria que sua prima estragasse tudo. Afinal Ornella não a tolerava. Sem rodeios, ela sentou-se no gramado e tirou seu lenço da cabeça, permaneceu ali por longos minutos. Sem motivação para ir a lugar algum, seu corpo apenas pedia para não sair dali. A menos que alguém a chamasse.

 Sr. Hallen estava em seu aposento o qual ficara no segundo andar da casa. Assim que se levantou da cama foi abrir a janela para olhar o lindo dia que estava lá fora e se surpreendeu ao ver no jardim à jovem Ornella, sentada naquele enorme gramado, sozinha, achou que ela necessitava de alguém para conversar.

Achou-a diferente da primeira vez que a viu com risinhos maliciosos e idéias mirabolantes para sua amiga conquistar um varão.

Por instantes seus maus juízos a respeito da moça foram varridos de sua mente. Ele esqueceu que ela era perigosa, e a contemplou por alguns segundos, sem que ela percebesse. Assim que se deu conta de sua distração, admirando a jovem, se irritou e saiu da janela, puxando as cortinas para impedir que voltasse a olhar a jovem de cabelos escuros novamente.

Paola andava de braços entrelaçados ao do seu primo Horacio, enquanto eles andavam pela propriedade gigante da família, a modo de passar o tempo e conversarem um pouco mais. Com mais intimidades. Paola amava ter a companhia de Horaio somente para ela.

A jovem se sentia maravilhada na presença do primo, o adorava, afinal, ele sempre esteve do lado dela em tudo que ela precisasse. Quando era pequena, ele sempre a defendia de seu arranca-rabo com Ornella, sempre achava que a sua irmã estava errada e mesmo que ela não tivesse isso pouco importava para ele.

-Às vezes tenho vontade de morar aqui -. Disse Paola olhando a linda paisagem a sua volta. Onde o verde das montanhas se misturava com o azul do céu.

-E por que não vêm? Sabe que papai a receberia de braços abertos.

- Querer não é poder, tenho a minha vida na Cidade. –Completou. -Não posso largar tudo que tenho lá.

Ao longe vinha um cavalo de puro sangue e um homem montado sobre ele, dando tudo de si e daquele animal tão veloz. Paola observava o cavalheiro se aproximando, percebeu que ele vinha em direção a eles. Assim que o cavalo parou, ficou inquieto, o dono o controlava pelas exclusivamente rédeas.

-Seu cavalo é fabuloso! -Elogiou Horacio.

-Se quiser ele está a sua disposição.

-Pode deixar, irei reservar um dia para montá-lo. -Percebeu que a sua prima observava o cavalheiro, a fim de saber com quem ele estava falando. - Sr. Hallen esta é a minha prima Paola. –Horacio logo os apresentou.

-Como vai Senhorita? -fez uma curta reverência em cima do animal.

-Bem, Obrigada. -Fez uma longa reverência, a fim de apreciá-lo com mais calma. Conteve os olhos fixos no rosto do cavalheiro, e o mesmo percebendo, enrubesceu diante da jovem.

-Com licença, vou terminar minha jornada. –Ernesto disse e saiu montado como um relâmpago.

Horacio olhou a prima com um olhar interrogativo, notara o seu interesse agudo pelo seu amigo e vizinho.

Ornella (Degustação)Where stories live. Discover now