A Dama de vermelho

(...) Aparências (...)

O sol já havia dado o ar de sua presença. O relógio marcava 8:00 da manhã e a luz solar passou pela janela, acordando Rafaela de seu sono leve.
Rafaela estava com 26 anos de idade. Morava sozinha numa kitnet pequena e confortável. O ambiente havia três cômodos: uma sala,quarto, uma cozinha, área de serviço e um banheiro. A área de serviço estava uma bagunça só. Rafaela havia se tornado uma artista plástica incrível e talentosa. Por 4 anos, estudou artes visuais, agora, formada Há alguns anos, Rafaela pintava quadros. Vendia as obras para museus, colecionadores e apreciadores de suas obras.
Seu vizinho que morava na porta da frente: Felipe Lopes, um rapaz de 20 anos e melhor amigo de Rafaela.
TOC TOC TOC... Rafaela estava pintando uma tela quando ouve alguém na porta. Estava vestida com uma calça jeans preta, camiseta branca, seus pés descalços e o cabelo num coque feito de qualquer jeito. Suas vestes havia respingos de tinta. Correu até a porta, imaginando que fosse Felipe.
- Abre essa porta logo, Rafa. - gritou ele.
- Estou indo, calma.

Rafaela abriu a porta sorridente.

- Aleluia, garota. Pensei que estivesse no banheiro fazendo cocô. - disse Felipe entrando.
Rafaela riu.
- O que houve, Felipe?
- Nada. Você é minha amiga.
Rafaela e Felipe se conheceram quando Rafaela se mudou para o kitnet, já havia 6 anos.
- Quer beber?
- Não, Felipe. Estou trabalhando e 6 meses limpa de álcool.

Felipe resolveu assistir a amiga trabalhar.

Pediram pizza.

Rafaela Mello Prates...

Nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais. Veio para São Paulo ainda criança com os pais: João Paulo Mello e Antonella Prates. Os pais brigavam muito, o pai era alcoólatra e morreu quando Rafaela estava no ensino médio. A mãe voltou para Belo Horizonte. Rafaela sempre foi uma mulher independente, resolveu ficar em São Paulo ao invés de voltar com a mãe para Minas. Concluiu o Ensino médio e cursou uma faculdade. Sempre amou artes, pincéis, pintura e tudo o que envolvia esse universo artístico, então não foi difícil escolher um curso. Com os quadros, ganhava o suficiente para para as contas, se alimentar e ter um pouco de lazer.

Felipe era um gatinho...

Felipe trabalhava num pet shop, sua função? Dar banho nos bichinhos. Morava sozinho, pois não foi aceito pelos pais após se assumir homossexual.

- Como vai o tratamento? - perguntou Felipe.
- O psicólogo foi demitido. Faz 6 meses que não bebo. Mas estou sem terapia.
- Isso é bom.

Rafaela fez uma careta.

- Que diabo de careta foi essa?
- Eu parei de beber, mas.
- Mas o quê, criatura?
- Minha vida sexual está muito ativa, sabe.

Felipe fechou os olhos.

- Você saiu de um vício para entrar em outro? Está usando camisinha, né?
- Não é bem assim. Claro que eu uso camisinha.

Conversaram o dia todo Felipe insistia na ideia de Rafaela voltar a fazer terapia.

Ela voltaria?