Eu não tenho medo de você!

01

° Dias antes do sequestro °

• Seis da manhã,segunda feira.

Era uma manhã comum como uma qualquer.
Robin já tinha arrumado uma briga com alguém que estava incomodando Finney,Bruce quase não conseguiu prestar atenção na última aula do dia pois tinha treino do time de baseball e ele estava animado pra isso,Billy e Griffin participaram bem de todas as aulas de suas respectivas classes,e Vance dormiu na maioria delas.

Hora do treino.
No campo se via o time de baseball de Bruce e na arquibancada uma plateia bem pequena de alunos que ficaram para assistir por motivos variados.

Vance Hopper era um deles.

Bruce achava meio engraçado o fato do garoto problema da cidade parar seu dia de crimes para assistir aos treinos e jogos,ele já havia reparado em como ele era atento aos movimentos dos jogadores,de como reclamava quando faziam algo errado,e como ele vibrava com a vitória do time. Hopper se tornou para Yamada seu medidor pessoal de acertos e erros,ele tinha aprendido com as expressões do loiro quando iam fazer uma estratégia que daria errado e a mesma coisa quando daria certo, não sabia como ele fazia isso mas geralmente ele estava certo,era muito fácil de ler Vance Hopper.

• Nove e quinze da manhã,terça feira.

Hopper estava brigando dentro da quadra da escola,uma multidão em volta para assistir e até mesmo para torcer.

-Vai Vance! Soca a cara dele!

-Que isso Gwen?! Vamos embora por favor!

-Ah Finn,eu só quero ver.

-Você sabe que o hopper vai ganhar,ele sempre ganha,agora vamos embora.

Finn segurou a mão da irmã enquanto a puxava para que saíssem dali. Também no meio da multidão assistindo aquele show de baixaria estava o menino Yamada,ele não era violento e nem a favor de usar a força para intimidar,mas obviamente o loiro no meio do círculo marcando um outro cara com uma faca pequena não concordava,Bruce não diria em voz alta mas gostava de ver Vance lutar,era como se ele fosse um profissional na arte de dar socos,mesmo que fosse meio desajeitado.

A briga acabou com o outro garoto sangrando no chão,Vance lhe deu os dedos do meio das duas mãos e saiu empurrando abrindo caminho na multidão.
Robin Arellano que também ficou para assistir e estava ao lado de Bruce,cruzou os braços e acabou comentando.

-Cara,eu achava que o hopper era bom lutador,mas aparentemente ele é um louco com muita força nos punhos!

Bruce riu.

-Ele é bom vai,ele desvia e bate muito bem,o braço dele é um canhão!

Eles riram enquanto andavam de volta aos corredores ao caminho de suas salas de aula,Bruce não tinha treino aquela tarde então voltaria mais cedo pra casa,e saindo da escola esperando seu pai que viria lhe buscar dessa vez,pois sairiam pra jantar em família, lá também estava Hopper,ele não parecia estar esperando por ninguém apenas sentado na calçada descansando,ele tinha os punhos feridos da luta mais cedo e parecia emburrado.

Bruce tinha alguns remédios e gases na mochila,já que o atrito das mãos no taco de baseball e os movimentos bruscos poderiam machucar,foi até o hopper sentado e lhe ofereceu alguns,Vance só encarou com desconfiança mas sem dizer nada puxou os remédios da mão do outro menino com brutalidade e começou a cuidar de suas feridas,Bruce também se sentou meio afastado,permaneceram em silêncio.

Bruce observava a natureza em sua volta enquanto esperava por seu pai até que sentiu algo lhe cutucando o ombro,olhou para o lado e viu Vance,agora com punhos enfaixados, lhe oferecendo um pirulito,hopper olhava para frente sem encarar Bruce,que sorriu docilmente pegando o doce.

-Obrigado!

-Cala a boca. — disse indiferente.

O pai de Bruce chegou e tão rápido quanto eles se foram,não era tão tarde assim e hopper decidiu ir cobrar uns devedores,depois teria um dinheiro extra pra gastar com seu jogo de pinball.

• Semanas depois.

Vance Hopper 17 anos.

Desaparecido.

Caso tenha informações contate: xx xxxx-xxxx.

Hopper já tinha sumido a dois meses,tinham cartazes com sua foto por todo lugar,e a polícia não se mexia,"ele só deve ter se metido em confusão outra vez,ou talvez tenha fugido",era o que circulava nas conversas da escola.