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Nós fizemos uma última pausa naquela cidade para comprar um lanche rápido,depois disso voltamos diretamente para casa,e como vance tinha planejado naquela manhã,chegamos pouco tempo antes dos portões da escola liberarem os alunos cansados,nós também estávamos cansados da viagem.

Vance me deixou para esperar os últimos minutos das aulas escondido até que pudesse esperar que meu pai viesse me buscar,ele disse que já ia voltar por conta própria,disse que se ficasse por aí com a moto da K por mais tempo do que já ficou,ela usaria sua pele como acessório. Ele esperou apenas um pouco mais,se certificando que eu tinha me escondido bem para esperar,depois ele baixou a viseira do capacete e foi embora.
Me sentei no chão debaixo da sombra das paredes,respirei fundo e comecei a me sentir nervoso.

"Meu deus o que eu fiz!"

Me caiu a ficha de que eu tinha literalmente desobedecido minha mãe no dia seguinte que fiquei de castigo,agora que o dia tinha passado me vieram as possibilidades de tudo que podia ter dado errado hoje e de como era perigoso,e que se tivesse acontecido alguma coisa demoraria para que nossas famílias soubessem,já que não sabiam onde estávamos.
Meu momento de nervosismo passou,me convencí de que o que importava e que estávamos bem e de que o dia tinha sido incrível,uma pena que meus pais não poderiam saber como foi. Me peguei pensando na ida ao cemitério e me senti melancólico,triste por ele,mas esses pensamentos não duraram muito,ouvi vozes e passos e deduzi que todos já tinham sido liberados.

Esperei que um pouco da multidão chegasse até a saída e me misturei entre eles,nervoso de que alguém notasse,mas deu certo,agora eu era mais um simples aluno indo esperar pelos pais no portão da escola,isso até uma mão pesada cair sobre o meu ombro me assustando.

— Tá devendo, né? Filho da puta.

— Robin eu juro!-

— Nós achamos que você estava doente cara,não estava na aula de matemática comigo,onde você tava cara?!

Robin e Finney pra me interrogar,ótimo,Robin obviamente já sabia o motivo de eu não estar na escola,mas Finn parecia estar em negação ainda.

— Não é óbvio Finn? Nosso amigo aqui resolveu matar aula! Agora ele é um criminoso! Só falta você agora,Finney. — ele me segurou pelos ombros me balançou.

— Eu me recuso a acreditar nisso até ouvir da boca dele,estava matando aula Bruce?

Eu não precisei responder,eu imagino ter feito uma careta que devia dizer "olha,eu não sei como amenizar o fato de que eu matei aula pela primeira vez hoje".

— Inacreditável Bruce. — Finney levou as mãos até até os olhos,os esfregando em descrença.

— Eu te disse!

— Cala boca Robin! Se tem uma pessoa nesta escola que eu não aceito julgamentos ou lição de moral,essa pessoa é você!

Ele riu e acertou meu ombro de novo,Finn balança a cabeça em negação, lamentando.

— Será deus? Que eu precisava mesmo ser o único com bom senso neste grupo? Por que tomaste o único amigo com cérebro funcional que eu tinha??

Robin colocou as mãos nos bolsos da calça,olhando Finn entediado.

— Que drama cara,mas enfim,apesar de eu estar orgulhoso de você Bru,todos na face do planeta sabem que você não faria isso por pura e espontânea vontade,alguém te convenceu,te influenciou.

— O quê? Não não! Eu-

— Pra onde você e o Hopper foram?

Encarei robin, decepcionado comigo mesmo por ter sido pego tão facilmente. Ele pareceu perceber isso.

— Olha, ninguém sentiu sua falta nas aulas além dos seus amigos e alguns professores,mas se o Vance some todo mundo comenta,e eu acho que ele seria a única alma maligna o suficiente pra te convencer a faltar e conseguir!

— Dá pra não chamar ele de alma maligna?

— Defenda seu namorado depois,e aí? Em quê encontro romântico ele levou você?

Robin disse um "aí" depois do peteleco que Finn deu nele.

— Está constrangendo ele Robin!

— Por que? Ele tem algum problema com isso??

Eu sabia do que Robin estava se referindo como "isso",também sabia que ele estava brincando,e para não ser o único nessa situação eu devolvi a brincadeira.

— Eu te conto quando você estiver namorando uma certa pessoa.

Ele ficou vermelho,mas não disse mais nada. Finn nos olhava cansado.

— Eu queria saber porque sou o único que não sabe de quem você gosta,eu sou seu melhor amigo! Eu tinha que ser o primeiro a saber,muita falta de consideração cara. — ele disse com ambas as mãos segurando as alças da mochila e com uma cara zangada.

Robin passou a mão nos cabelos lisos,nervoso,suspirou e se voltou para Finn.

— Aproveitando que hoje você vai estar lá em casa,eu te conto.

Ei arregalei os olhos surpreso,não disse nada.

— Ah finalmente! Vamos então, sua mãe quer a gente em casa antes dela sair pro plantão dela.

— Vai contar mesmo Robin? — eu perguntei.

— Vou.

Eu sorri e coloquei minha mão em seu ombro em sinal de apoio,sussurro um 'boa sorte' que ele agradece,eles se viram para começar a caminhada para casa,mas Robin começa de novo.

— Ei,você não negou que ele é seu namorado.

Ri quando ouvi Finney sussurrar um "pelo amor de deus Robin!" Para repreende-lo.

— Pois estou negando agora,somos só bons amigos.

— Ah sim sei,seu beeem como é.

Novamente,Finn foi o único que não entendeu a piada,já que ele ainda não sabia. Eles voltaram a caminhar e foram embora,alguns minutos depois eu vejo o carro do meu pai, finalmente iria para casa descansar.

— Como foi a aula hoje filhão?

— Ah...foi legal,nada muito diferente.

Eu era péssimo nisso,mas meu pai pareceu acreditar bem.

— Ótimo! Chegando em casa quero que você vá direto se arrumar,sua mãe quer sair para jantar e passear em família.

— Sim senhor!

A nossa conversa se encerrou,eu não queria realmente sair mais hoje,mas se eu dissesse isso seria questionado do porquê.
Estava com muitos pensamentos rondando minha mente,o dia tinha sido incrível,eu já queria ver o Vance novamente,estava rezando para que desse certo entre Robin e Finn,estava com fome,foi um dia e tanto,eu também espero que a moto não tenha feito tanta falta para K hoje,pensava em ir vê-la de novo em breve também,enfim.

Descansaria no carro, esperando que amanhã o dia fosse mais comum e tranquilo.









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