| CAPÍTULO 21 |

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P.O.V JADE LANCELLOTI:
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    — Mattia te mandou mensagem? — a Melanie pergunta quando o elevador fecha.

    — Não, por que? Ele não está com o Giovanni? — franzo a testa para ela, me apoiando no espelho.

    — É, mas o Giovanni disse que ele saiu de repente, não falou pra onde ia… — ela pondera e levanta os ombros.

    — Hoje aconteceu uma coisa, o Alvin confundiu a nossa amizade e roubou um beijo meu, eu não retribui, claro, mas vou contar pro Mattia mesmo assim — dou os ombros. Melanie balança a cabeça.

    — Claro, ele vai entender. Bom, quando ele chegar, nos avise. Giovanni já tá em casa, beijos! — o elevador abre no hall do apartamento do Mattia e eu mando um beijo para a Melanie. Ela acena e a porta volta a se fechar.

    Mattia realmente não está em casa, então deixo a mochila em cima da cama e tiro a roupa para tomar banho. Na ducha, tomei um banho rápido sem lavar os cabelos e vesti uma camiseta do Mattia, junto com um short de dormir. Ouvi a porta ser aberta quando estava prendendo o cabelo com uma xuxinha, então saí para vê-lo entrar — lembro-me de contar sobre o beijo acidental com o Alvim, já que não tenho motivos para esconder o que aconteceu.

    Mattia estava com o paletó no ombro e de cabeça baixa, ele deixou a chave do carro na mesinha pequena ao lado da porta e jogou a peça de roupa nas costas do sofá, então encarei suas mãos, sujas de sangue.

    — Meu Deus, Mattia, o que houve? — pergunto preocupada. Ele levanta o rosto até mim e pesco seus olhos vermelhos, cansados e, não menos importante, gélidos.

    — Uma briga — ele responde sem rodeios, a voz fria e baixa.

    — Eu vou pegar o kit primeiro socorros — falo e corro até a o banheiro do quarto dele, onde sei que tem um. Pego a caixa no armário e volto para a sala, onde ele está sentado no sofá e com os antebraços apoiados nas coxas. — Aqui, me dá as mãos… — peço.

    Mattia deita a cabeça nas costas do sofá e levanta a mão para mim, que me sento na mesa de centro e cruzo as pernas no estilo bailarina. Pego gaze e soro fisiológico para lavar os machucados, pois pela quantidade de sangue, sei que não é todo dele (penso em perguntar, mas mesmo que agora sejamos noivos, não é da minha conta) então limpo suas mãos uma de cada vez e faço curativos nas partes mais machucadas com band-aid.

    — Está doendo? — indago. Ele encara as mãos e move os dedos, então concorda com um aceno, depois volta a sua posição interior inclinado para frente e me encara de um jeito estranho, frio.

    — Consegue fingir tão bem que nada aconteceu, deveria ser atriz — ele sussurra esticando os lábios no que deveria ser um sorriso, mas não é nada mais que assustador.

    — Do que você está falando? — não estou entendendo as suas feições e sua voz. Ele se levanta, rindo sem humor, e pega o celular no bolso do paletó, então o vira para mim e me mostra uma foto.

    Uma foto em que estou de costas, aparentemente beijando o Alvim. Do ângulo que foi tirada, não dá para ver que fui pega de surpresa ou que me afastei em seguida, a mão dele está na minha nuca e qualquer um que veria, pensaria que foi consentido. Logo entendo exatamente o que está acontecendo e imagino de quem era o sangue nas mãos de Mattia.

    — Não é o que você tá pensando, Mattia, eu juro que… — me levanto, colando as mãos para frente para gesticular "calma".

    — Não vem com esse papo de que não é o que eu tô pensando, porra! — ele joga o celular em cima do sofá e grita de repente. Eu me assusto com o som ríspido da sua voz, dando um passo para trás. — Não acha muito clichê essa frase, Jade? Ham? Viu em um dos seus livros? — ele se aproxima, de modo que não tenho mais para onde ir. Minhas pernas estão coladas no sofá.

Paixão Sombria Where stories live. Discover now