Capítulo 21

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POV PRISCILA

Sentei-me novamente na sala enquanto ouvia pacientemente as desculpas atrapalhadas e atrasadas de Bia por não ter se dado conta que Carol também iria para a casa na mesma época que eu.

- Hey, tudo bem. – Cortei, não aguentando mais o falatório.

Bia: Está conseguindo se concentrar para fazer o livro? – Indagou. – Aliás, tem uns lugares belíssimos por aí que poderiam te inspirar.

- Na verdade ainda não saí de casa. – Disse sincera.

Bia: Por quê? Você não pediu a casa justamente para isso? Para se inspirar com a cidade? - Confusão o descreveria perfeitamente agora.

- Eu não sei..., mas algo que me diz que minha inspiração está bem aqui. – Olhei de relance para Carol, que havia prendido os cabelos em um coque mal feito e mexia atrapalhada nas panelas.

Bia: É ela, não é? – Não precisava de nomes, Bia sabe.

- É... Sempre foi ela. – Suspirei. – Já sentiu como se toda tua existência dependesse de uma única pessoa? – Indaguei. – Já teve um baque ao ver alguém e uma explosão de emoções ocorrer? – Prendi o telefone entre o ombro e a orelha. – Como se o sentimento, na verdade, não estivesse morto como você pensava e sim adormecido?

Bia: Você ainda a ama. – Concluiu. – Eu sabia que aquele papo de: "agora vamos seguir cada uma o seu caminho, foi ótimo enquanto durou, mas agora será apenas uma página virada" – citou exatamente o que eu disse para ela quando eu e Carla terminamos. - Era só fachada.

- Já te mandei a merda hoje? – Questionei rindo.

Bia: Caliari, eu tenho doutorado em você. – Brincou. – Te conheço até do avesso, garota.

POV CAROLYNA

- Priscila! – Chamei, colocando, finalmente, as panquecas na mesa.

Ela adentrou na cozinha e foi inevitável o suspiro involuntário sair por meus lábios, meus olhos nunca vão se acostumar com tamanha beleza. Agradeci mentalmente o fato dela não comentar nada, ainda que no canto dos seus lábios tivesse sido formado um sorriso.

Priscila: Hummm, que cheiro bom. – Elogiou, puxando a cadeira e sentando.

- Eu também sei cozinhar. – Me gabei.

Priscila: Estou impressionada. – Brincou, bati nela com o pano de prato, fazendo-a rir.

Comemos no mais confortável silêncio, é incrível como consigo me sentir bem em seu lado em qualquer situação.

- Que preguiça de arrumar tudo isso. – Reclamei, levantando de malgrado e pegando alguns pratos.

Priscila: Quer que eu faça isso? – Se ofereceu. Sorri.

- Não irei te explorar, depois vai falar para tua irmã que te usei como empregada e ela não me emprestará mais a casa. – Brinquei. – Mas aceito ajuda.

Com a ajuda de Pri tirando a mesa logo estava tudo em ordem novamente. Sentei exausta no sofá da sala.

Priscila: Que soninho, hein?! – Sentou-se ao meu lado, colocando a mão sobre a minha.

Olhei para nossos dedos entrelaçados e um sorriso leve surgiu em meus lábios. Há momentos que ainda que sejam de uma simplicidade única tornam-se especiais. Esse momento é um deles.

POV PRISCILA

Um tempo depois daquela função do café, Carol comunicou que iria tomar banho. Inevitavelmente em minha cabeça se formou uma imagem nítida da cena, obrigando-me a sair de casa e sentir a brisa fria que mantinha o tempo precário. O barulho extremamente desconcertante de meu celular soou alto no ar, fazendo-me atrapalhadamente o buscar pelos bolsos de minha calça.

O Intercambio 2  - CAPRI Where stories live. Discover now