Talvez desta Vez - Capítulo 1

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Oiii pessoal!

Há quanto tempo não temos fic #IlCey nova por aqui? Tempo demais, se vocês querem saber. 

Desta vez, estamos de volta com angst (foram vocês que pediram sim 😂). Não vou dar muitos detalhes sobre o plot pra deixar a trama se tornar uma surpresa. Espero que gostem. Quem puder, depois me conta o que achou.

Vamos logo ao que interessa!



"Não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo. Já era amor antes de ser." 

- Clarice Lispector.



Talvez desta vez - Capítulo Um


Alguém a estava seguindo.

Ceylin olhou por cima do próprio ombro, convencida de que já havia visto aquele mesmo rosto no meio da multidão conforme andava pelas movimentadas ruas do centro de Istambul. O homem com o sobretudo marrom-escuro e pesadas sobrancelhas que pareciam se unir acima do nariz sustentou seu olhar por uma fração de segundo antes de virar o rosto na direção do letreiro de um restaurante.

A advogada chacoalhou a cabeça, condenando a si mesma por estar se tornando paranóica. Estava começando a ver ameaças em todos os lugares, um comportamento no mínimo alarmante. Mas Ceylin sabia que havia motivo para tanto.

Há cerca de um mês atrás, havia passado pelo maior susto de toda sua vida.

Após deixar o escritório em um final de tarde, Ceylin fora encontrar-se com um cliente em um movimentado restaurante em Ancara. Lembrava-se claramente de solicitar uma água tônica e aperitivos. Logo em seguida, o homem que contratara os serviços da firma para a qual trabalhava havia chegado. E então, a próxima coisa da qual Ceylin se lembrava era acordar machucada e dolorida em um galpão escuro, aquele com quem compartilhara aperitivos desfalecido ao seu lado.

Não demorara um minuto para a advogada constatar que o mesmo encontrava-se morto. Os quinze minutos seguintes haviam sido os mais longos de sua vida. Ceylin estivera certa de que sofreria o mesmo destino fatal que seu cliente quando um marcante par de olhos cor de âmbar pertencentes a um rosto oculto por uma máscara negra obscureceram sua visão antes que perdesse a consciência novamente.

Daquela vez, tinha certeza de que havia morrido, mas acordara na manhã seguinte no sofá da sala de seu próprio apartamento. Os diversos hematomas pelo seu corpo e a dor agonizante que sentia em todos os seus músculos eram a prova de que precisava para constatar que estava mais viva do que nunca.

Aquela experiência aterrorizante havia sido a gota d'água para Ceylin se convencer de que permanecer mais tempo em Ancara se tornara inviável. Naquela mesma tarde, apresentara sua carta de demissão na prestigiosa empresa onde estivera trabalhando pelos dois últimos anos.

Agora, já de volta a Istambul, enfrentava alguma dificuldade em se reajustar à sua nova antiga vida.

— Por que demorou tanto? — A voz zangada de Aylin distraiu Ceylin de seus próprios pensamentos — estava começando a me preocupar.

— Perdi a hora — Ceylin respondeu de forma evasiva. Não contaria à irmã que permanecera vinte minutos dentro de uma loja de utensílios domésticos na esquina porque achava que estava sendo seguida — vamos?

Aylin a fitou inquisitivamente, mas Ceylin fingiu não perceber e adiantou-se, puxando um carrinho de compras antes de entrar no movimentado supermercado. Em pouco tempo, o humor da irmã mais velha pareceu melhorar. O foco da conversa mudou para Parla, e então para a lista das compras que Ceylin precisava fazer.

Talvez desta VezWhere stories live. Discover now