Capítulo 1

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- Dios mio... Por favor salvem mi hija!

Eu escutei minha mãe gritando na recepção do hospital. Me preocupei por ela ter falado em espanhol, o preconceito ainda é presente em alguns lugares... Somos cubanas, apenas meu irmão é americano, mamãe o adotou por que disse que eu precisava de companhia, já que eu não tinha amigos.

Bom, voltando pro presente...

Eu tinha tomado um remédio de mamãe pra dormir, estava muito cansada de tudo, mas não quis tentar nada, antes que pensem isso, ele me faz mal porque não preciso de medicamentos pra dormir ou algo do tipo. Mamãe achou que eu tinha tentado algo, sendo que eu sou a pessoa que mais quer viver no mundo, apenas não tenho companhia pra isso, e na minha cabeça não faz sentido fazer isso sozinha.

- Senhora, a única enfermeira disponível está atendendo um garoto que lesionou o pulso lutando boxe. Infelizmente não poderemos atender sua filha neste exato momento, aguarde um pouco, certo?

- COMO TEM CORAGEM DE ME DIZER UMA COISA COMO ESSA? ESSE HOSPITAL É ENORME! DEVE TER ALGUÉM PARA ATENDÊ-LA!

- Sinto muito, nós não temos atendimento especial para imigrantes.

Mamãe ficou perplexa. Não falou mais nada, apenas me colocou numa cadeira e se sentou junto comigo para esperarmos o atendimento.

- Hija, fique calma vale? Você vai ficar bem. - ela disse sorrindo fraco para mim.

- Si mama...

Miguel Cazarez Mora

Eu estou no hospital. Que ótimo lugar para um famoso ir não é mesmo?

Já tem edits meus no Tik Tok me desejando melhoras, dizendo que estão preocupados comigo e tudo mais. Eu fico muito feliz em saber que tenho fãs que me apoiam, embora algumas sejam meio obcecadas demais... Mas enfim, acabei vindo para cá por uma leve lesão no pulso, acabei esquecendo de colocar as luvas de boxe pra treinar e dei um soco errado. Agora, como diabos eu esqueci da parte mais importante pra se praticar boxe?! Tô ficando lesado com tanta coisa pra fazer. A enfermeira apenas enfaixou meu pulso de modo que ele ficasse meio imóvel, ainda bem que não é o pulso em que está a mão que escrevo, tenho rios de atividades da escola para fazer.

- Muito obrigada senhora! - Disse sorrindo para enfermeira.

- De nada jovem! Posso lhe pedir uma coisa? - Eu afirmo com a cabeça - Pode autografar este papelzinho? Minha filha é louca por você, ama o filme que você fez - Ela pediu rindo.

- Claro, claro!

Autografei o papel rindo das coisas que a enfermeira falava sobre sua filha. Até que é bom ser famoso, chega a ser engraçado as vezes. Sai da salinha procurando a mi madre; achei ela na recepção. Ela estava pagando pela imobilização do pulso, mas uma coisa me chamou atenção.

Havia uma garota sentada, com quem acredito ser sua mãe, nos bancos, esperando o atendimento. Mas pelo que vi ela precisava de atendimento imediato! A garota estava pálida, com olheiras profundas, as mãos tremendo e o rosto suando. Confesso que fiquei mal com o que vi, então me juntei a minha mãe e falei para a recepcionista:

- Hum, com licença moça, acho que aquela garota que está nos bancos está precisando de atenção, e rápido.

- Moço, infelizmente não podemos atendê-la agora.

- Mas por quê? Ela parece que vai desmaiar a qualquer momento!

- Ela é uma imigrante, juntamente com a mãe, temos que dar prioridade para pessoas do nosso país.

Quando ela disse aquilo eu não acreditei. Eu fiquei com tanta raiva, mas tanta raiva, que pedi novamente para irem atendê-la, só que desta vez não fui gentil.

- Mas acontece que isso aqui é um hospital e você não pode expressar seu preconceito negligenciando atendimento a uma garota, aparentemente menor de idade, só pelo simples fato dela ser imigrante! Atendam ela logo, ela vai desmaiar moça!

- Mi hijo, tenha calma, não precisa se alterar...

- Precisa madre, precisa sim! Como pode eles negligenciar atendimento àquela garota! - disse apontando para a menina.

- Meu Deus! Aquela garota está muito mal! Atendam ela agora! Estão loucos de negar atendimento à ela?!

Pelo que parece a mãe da garota da escutou eu e mamãe discutindo sobre a filha dela e foi até lá.

- Olá... Desculpe incomodar mas ouvi vocês falando e apontando para mi hija, a conhecem? Ela é sua amiga mocinho?

- Não é não senhora... Apenas fiquei  preocupado com o estado dela e pedi para que a atendessem.

- Eu também, Dona? - Perguntou mamãe.

- Antonietta.

- Certo, Dona Antonietta... Ficamos preocupados com sua filha porque parece que estão negligenciando atendimento a ela - Mamãe continuou.

- Sim, estão sim... Somos cubanas então é bem complicado viver em Arizona com todo esse preconceito, mesmo que os tempos tenham mudado.

- Imagino que seja sim.

Enquanto minha mãe e a mãe da garota estavam conversando, eu me aproximei mais dela. Sentei ao seu lado para tentar deixá-la consciente ainda.

- Oi, como é seu nome?

- O-oi, Elisa... Me desculpe não estou conseguindo falar direito e... ,¡Dios mio! Você é o Miguel Cazarez Mora? Aquele modelo que fez The Black Phone? - A garota falou com a voz fraca, porém com certa animação.

- Sou eu sim! Fico feliz em saber que me reconhece de algum lugar! - Respondi sorrindo para ela, e vi ela devolver o sorriso.

Ficamos em silêncio. Não era desconfortável, era confortável na verdade. Ela passava uma energia boa, não sei dizer ao certo, mas creio que ela seja uma garota legal.

Espero que ela fique bem logo...

Notas da autora:

Galera, talvez eu demore um pouco pra postar o próximo capítulo!

Se quiserem saber mais coisas sobre a fic ou me dar ideias e/ou dicas meu Twitter é @ Liwiptt.

Esperem o próximo capítulo!

Obrigada por lerem <3

Me enamoré por ti | 𝐌𝐈𝐆𝐔𝐄𝐋 𝐂𝐀𝐙𝐀𝐑𝐄𝐙 𝐌𝐎𝐑𝐀Where stories live. Discover now