05 l AUSTRÁLIA

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Can't turn back now, I'm haunted

🌙

Lunna gostava de acordar muito cedo. Tinha conquistado aquela rotina a duras penas ainda criança, logo quando começou a dedicar sua vida para as artes marciais. Martínez abriu as cortinas do quarto de hotel e encarou o céu, ainda um pouco escuro, por algum tempo.

Ela amava o contraste de já estar amanhecendo, mas a Lua permanecia ali, visível, junto de algumas outras estrelas e da maior delas, o Sol. A espanhola tinha o costume de comparar pessoas a elementos da natureza – um hábito que também havia adquirido desde criança –, e olhar para aquele céu a fazia pensar que pessoas, mesmo que muito diferentes, se fossem pré-destinadas, sempre se encontrariam. Bastava terem o desejo de fazer acontecer.

Martínez tomou seu banho, demoradamente como gostava de fazer, cantarolou as suas músicas preferidas da playlist de chuveiro enquanto dançava ao esfregar os cabelos cacheados. Ela adorava seus cabelos, amava o balançar dos cachos tanto quanto amava o balançar das ondas do mar.

Saiu do banho e pela primeira vez passou o hidratante de morango por todo o corpo, que tinha ganhado da prima Rosie antes de partir – sorriu ao lembrar da família e o quanto sentia falta. "Ligarei mais tarde, com toda a certeza", pensou ao vestir a legging preta, um top de academia da mesma cor e a blusa da Ferrari que tinha ganhado em seu primeiro dia na Austrália. Ao calçar o tênis, lembrou que Carlos Sainz iria buscá-la, mas duvidou que o espanhol aparecesse pela manhã tão cedo. E ela não iria esperá-lo para ir ao paddock.

Assim que fez um laço perfeito no tênis esquerdo, escutou o som da campainha invadir o quarto. Lunna soube na mesma hora que era Carlos e sentiu seu coração acelerar. Ele não estava nem um minuto atrasado, muito pelo contrário.

— Bom dia! — o sotaque espanhol forte preencheu o espaço assim que Lunna abriu a porta. — Vamos?

Carlos vestia um short jeans, uma blusa polo da Ferrari, e usava um óculos de sol redondo sobre a cabeça, que prendia para trás os seus cabelos incrivelmente pretos e lustrosos.

— Só vou pegar minha bolsa.

Lunna pegou a inseparável bolsa de cima da mesa, trancou a porta do quarto e saiu do hotel junto de Carlos. O carro da escuderia italiana já estava na espera dos dois, e Martínez percebeu que não era o mesmo motorista que estava com ela desde o primeiro dia. Cumprimentou-o, mas não teve uma resposta animada como já estava acostumada com Giancarllo. Talvez fosse Carlos que não gostasse de conversas pela manhã cedo, mas ela gostava. Lunna adorava conversar.

— Como você descobriu o horário? Não te falei nada.
— Eu descubro tudo. — Ela torceu os lábios e Carlos riu. — Liguei para a recepção e perguntei qual tinha sido a hora que você pediu serviço de quarto ontem pela manhã. Aí coloquei para despertar minutos antes e não me atrasei.
Hm, que tipo de hotel é esse que passa meus dados assim? Vou abrir uma reclamação.
— Cariño, a recepcionista não negaria um pedido meu, não é? Não seja tão dura. Posso ser irresistível certas vezes.

Lua balançou a cabeça para os lados e soltou uma risada, recebendo uma leve cotovelada de Sainz, que também a acompanhou. Ela não queria chegar ao ponto de conhecer o lado irresistível do piloto, porque temia que fosse verdade.

E a madrilenha duvidava que Carlos Sainz estivesse mentindo sobre aquilo. Ele era um óbvio galanteador.

— Qual a nossa agenda de hoje? — perguntou assim que o motorista estacionou em frente ao restaurante, que parecia ter acabado de abrir.
— Caco me repassou que você tem entrevista pela manhã no paddock. Depois você tem um tempo livre até as 15h, que é quando começa o treino livre.
— E o que você tem em mente para mim hoje?

THE CIBELES • CARLOS SAINZ JR.Where stories live. Discover now