12 l GRÃ-BRETANHA

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Could end in burning flames or paradise

30 de junho de 2022
Inglaterra, Reino Unido

Por mais que tentasse manter sua cabeça sã e distante de distrações, Lunna Martínez não conseguia se desassociar do que a aproximação – nada profissional – de Carlos Sainz estava fazendo em sua vida. Sua relação com o piloto espanhol tinha escalonado para algo pessoal mais rápido do que podia prever, e quando realmente percebeu, poderia dizer para si mesma que manter Carlos distante doeria muito.

Apesar de ser necessário.

¡Hola, bonita! — o forte sotaque do espanhol tomou conta da academia assim como seu perfume inconfundível.

Lunna adorava aquela fragrância, principalmente porque conhecia o verdadeiro cheiro dele. E o cheiro de Carlos era uma das melhores coisas do mundo.

Talvez se manter distante não fosse mais tão necessário assim.

— Está atrasado, Cabrón — ela estreitou os olhos na direção do mais velho, que passou a mão pelos cabelos negros, que já estavam maiores, e sorriu para ela.
— Culpe seu amigo Leclerc, invadiu meu quarto para ficar falando merda. Te mandei mensagem avisando.

Lunna coçou a cabeça e levantou as mãos em forma de rendição. Na sua distração, acabou esquecendo o telefone no quarto do hotel, saindo apenas com o iPad, que nunca saía de dentro da bolsa.

Mi culpa, Cielo — respondeu e apontou com a cabeça para a área de treino dos membros superiores.

Treinar superiores era o que Carlos mais gostava, também era a chance de Lunna testar ainda mais seus limites. Sainz era um atleta nato, e aquilo impressionou a espanhola desde o primeiro dia.
Martínez admirava bastante pessoas que levavam o esporte a sério, principalmente de atletas que treinavam em alto nível. Era uma admiração genuína, mas com Carlos teve algo mais – que de início era compreensível. Sainz era um homem muito sedutor e bonito, além de ser um conquistador nato. Mas, recentemente, passou a assustá-la. Lunna passou a sentir seu coração chacoalhar quando Carlos estava por perto, além das famosas borboletas no estômago. E o episódio no Canadá não foi um facilitador.

Carlos havia presenciado seu lado mais vulnerável, que ela não mostrava para ninguém e sempre escondia. Era aterrorizante para Lunna demonstrar vulnerabilidade, porque sempre que isso acontecia, de alguma forma ela parecia ser punida por isso. Na maioria das vezes ficava sozinha, mas Carlos permaneceu e a acalmou; ficou ao seu lado até que ela adormecesse.

Desde aquele dia, Carlos não era mais Carlos Sainz Jr., piloto da Ferrari e futuro campeão do mundo. Ele era apenas Carlos. Seu Cielo.

E aquilo era assustador.

— Hoje é dia de superiores — Lunna avisou e ele esfregou as mãos, dando um largo sorriso.

O homem não conseguia esconder o quanto preferia treinar superiores. Ele poderia, inclusive, fazer todos os dias e aumentar as cargas. Aumentar cada vez mais o limite do próprio corpo era quase uma obsessão.

— Não fique tão feliz, tem exercício novo — e foi a vez de Lunna abrir um sorriso largo e apontar para a barra. — É simples. Você vai para a barra, fazer 5-10-15 por três vezes...
— Moleza, Cariño — ele a cortou. — Você já foi melhor que isso, tá com pena?
— Mas eu vou amarrar a corrente com o peso na sua cintura. Dez quilos, pra começar — Lunna cruzou os braços e manteve o sorriso enquanto a expressão do espanhol era de como se estivesse acabado de assistir um filme de terror.
— Meu peso mais dez quilos, no ar?
— Achou que eu teria pena de você? — ela soltou uma risada. — Sem moleza, Cabrón.
— Você vai ver o sem moleza mais tarde — sussurrou e sorriu ao sentir Lunna vacilar ao ser pega desprevenida.

THE CIBELES • CARLOS SAINZ JR.Where stories live. Discover now