Capítulo 38 - Luna

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Pietra saiu cabisbaixa do escritório em que estava com o pai.

_ Vamos conversar?

Ela me estendeu a mão que estava vazia, beijou sua mãe e me levou até seu quarto. Sentamo-nos na cama, ela tirou seus sapatos, se deitou e me chamou.

Fiz o mesmo, tirei minhas sapatilhas e me joguei na cama ao seu lado.

_ Pelo jeito a conversa foi ruim. Estamos encrencadas por termos saído da ilha?

_ Não Lu... Dom Fernan só criaria algum caos, se aqui estivesse com problemas sérios.

_ Então o que aconteceu para você está com essa carinha?

_ Bem ... Dom Fernan, te determinou um serviço, caso você queira continuar na família.

_ Jura ... - deu um salto assustada com meu grito e se sentou na cama me puxando, pra sentar-se também.

_ Luna, calma. Você entendeu a segunda parte do que eu disse?

_ Eu estou calma e já perguntei para Donna, como seria caso eu não quisesse me casar com alguém da escolha deles. Ela disse que provavelmente eu não poderia ficar aqui e cortariam meus contatos. Eu não quero me casar agora, você sabe. Mas não me oponho em trabalhar, de jeito algum. Então, me fala logo o que é. Fala logo, vai.

_ Okay. Okay. Papai quer que você pegue um garoto num internato.

_ Um garoto? Criança? Muito novo? Terei que matá-lo?

_ Adolescente. E não, até onde sei não teremos que matá-lo. Evitamos ao máximo mortes desnecessárias, especialmente mulheres e crianças. Nesse caso, será tipo uma moeda de troca. Precisamos que um coelho saia da cartola.

_ Se eu não tenho que matá-lo, por que está com essa cara?

_ Porque achei que, você não gostaria das suas opções, muito menos de começar nisso, pegando uma criança.

_ Bom, eu gosto de trabalhar e me sentir útil e tenho que começar por algum lugar.

_ Então, está tudo bem pra você sequestrar um garoto?

_ Sim. Se não terei que matá-lo. Por que não? Ele é parente dos russos que estavam nos atacando?

_ Sim, é. Filho de Petrov.

_ Então se precisar, vou machucá-lo?

_ Como disse, espero não ter que chegar tão longe, mas se tiver que fazer, não será você. Machucar e matar nunca é algo bom e temos dois especialistas que geralmente fazem isso.

_ Sabe que eu já matei né.

_ São situações diferentes.

_ Que seja. Quando vamos?

_ Pela manhã.

_ Ouuuu.

_ Mais uma coisa que precisa entender Luna.

_ Sim.

_ Don Fernan, determinou a missão para você. Ninguém poderá te auxiliar na sua parte. Poderemos te dar uma assistência secundaria, algumas dicas de como proceder, mas a parte de entregar o garoto a Mia, caberá a você e somente a você. Só entraremos quando você tiver concluído sua participação, então o ideal é que tenha um plano B ou C.

_ E qual e quando será minha parte, por assim dizer.

Pietra passou a me explicar os detalhes de como deveríamos tirar o garoto do internato.

Em síntese seria fácil. Desde que o garoto fosse ingênuo o suficiente pra cair na minha lábia, coisa que eu acho pouco provável para um adolescente, ainda mais vindo da máfia.

A alternativa seria drogá-lo, mas tirar um adolescente que deveria ser um tanto quanto pesado, de dentro de um internato na marra, parecia uma coisa bastante complicada.

Ficamos repassando alguns planos e olhando o mapa do lugar e todas as possíveis rotas de fuga.

O ideal era que ele viesse de livre e espontânea vontade e sim eu poderia conseguir isso, estava confiante no meu talento, eu faria o papel de professorinha indecente, nenhum garoto resiste.

O problema eram as regras do internato.

Eu tinha 48 horas para conseguir tirá-lo de lá, durante esse tempo eu estaria sozinha.

Mia ficaria do lado de fora para pegar a encomenda das minhas mãos e encaminhar. Donna e Pietra seguiriam os passos de Petrov.

Para elas a merda era pior do que para mim. Eu estava nervosa, extremamente nervosa, mas estava feliz e me sentia útil novamente.

Eu já estava nesse caminho sem volta, tudo que eu tinha que fazer era dar o meu melhor para me manter nele e com isso proteger e ganhar proteção, tanto para mim quanto para meus irmãos.

Mais importante que isso, eu me sentia feliz pois nossa família estava cada dia mais unida e só crescia.

Mulheres Poderosas III - PietraWhere stories live. Discover now