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Da varanda de sua casa, ela os observava correr pela floresta em suas formas lupinas, ela podia até sentir seus pêlos macios contra o vento, parecia perfeito...

Sem saber se aquilo que via era de fato real, Skiler adentrou para o interior de sua casa, havia passado muito tempo ali na varanda.

Talvez fosse a fome que estivesse criando coisas em sua mente, assombrando-a, mas pareciam tão reais.

A julgar pelo seu talento duvidoso ao pilotar um fogão, a garota foi para seu quarto se trocar, iria comer algo na lanchonete mais próxima.

Durante o banho, ao ensaboar o corpo, percebeu que ainda haviam alguns hematomas evidentes, os quais ela escondia com roupas compridas ou maquiagens.

O fato da cidade estar sempre chuvosa e fria era seu maior aliado.

Assim Skiler parou diante do espelho, ela estava lidando muito bem com a mudança repentina.

Por fim, ela se arrumou e saiu.


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Ele podia sentir o cheiro do álcool antes mesmo de chegar à porta, ele apostaria com quem quisesse que seu pai estava bêbado e isso não era novidade.

Bem na mosca.

Lá estava o velho. Afundado no sofá, o rosto enterrado no que Paul previra ser restos de vômito.

Porco imundo.

Onde a vadia de sua mãe errou quando se casou com aquele canalha?

"Mate o velho", sua mente gritou. - "Bata nele até seu cérebro escorrer pelo chão."

Paul negou com a pouca dignidade que tinha dentro dele, matá-lo não faria nenhum bem.

Esta era a sua vida, não havia saída.

Ele ficaria preso a tudo para resto de seus dias.

Como punição, o quileute se livrou de velar o corpo do pai e foi até a cozinha em busca de algo para comer.

Mesmo que não houvesse absolutamente nada decente nos armários e na geladeira.

Ele amaldiçoou a quinta geração de sua família quando não conseguiu nem encontrar um ovo para fritar.

Era tarde demais para ir à casa de Sam, na verdade ele tinha acabado de voltar de suas rondas e tinha comido mais cedo, mas sua mutação não entendia isso.

Tudo bem, Sam e Emily não se importariam, mas havia algo pedindo para ele não ir.

A opção seria dormir, como quando criança e assim fazer a fome passar.

Como as vezes em que seu pai chegava bêbado ou nem mesmo chegava.

Talvez se você fosse à casa de Jared, seu amigo não se importaria.

Foi então que algo lhe veio à mente.

Uma das várias garotas que ele pegou ao longo dos dias trabalhava na lanchonete da cidade, talvez se ele fosse lá como se não quisesse nada ela lhe desse algo para comer.

Era isso.

Era para lá que ele estava indo.

Paul nem se lembrava do nome dela, como o bom filho da puta e desolado que era.

Jéssica, Alice, July, Ana?

Ele mal se lembrava.

July. Essa era a única que ele ainda se lembrava o nome, já que essa teve uma foda violenta e o deixou querendo mais, mas ele nunca repetia.

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⏰ Last updated: Nov 01, 2022 ⏰

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Submerso - Paul LahoteWhere stories live. Discover now