Capitulo XV

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"De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora,
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou."

- Excusez-moi... -  A voz calma de Harry preencheu o quarto do príncipe, tirando Zayn de seus devaneios, enquanto o moreno recitava em voz serena e baixa para seu amado adormecido a sua frente. - Um dos guardas do rei pediu para que você fosse de encontro ao aposento real, pois o rei lhe chama !!

- Eu ?! - Zayn estranhou, olhando confuso em direção ao dono dos olhos verdes. - O que o rei poderia querer comigo ?!

- Acho que a essa altura, todo o reino sabe de seu apresso pelo petit loup !! - Harry sorriu ao proferir o apelido que dera a anos atrás para o amigo, mas logo se desfazendo ao vê-lo na situação em que se encontrava. - E você não sai do lado dele desde o dia de ontem, sua família deve estar preocupada mon chéri !!

- Minha família entenderá minha ausência...

- Ne tardez pas, o rei odeia esperar !! - Harry constatou ao ver que o escritor travava uma batalha mental sentado numa cadeira desconfortável ao lado da cama de Liam, ponderando se deixaria seu amado ali sozinho, ou o que o rei poderia querer com sua pessoa. - Eu fico com ele, apenas vá, e bata três vezes na porta antes de entrar !!

- Eu... - O escritor olhou entre o príncipe e o francês, como se tivesse dúvidas em os deixar a sós, não passando despercebidos aos olhos curiosos de Harry.

- Minha presença o incomoda, je sais... - Harry se aproximou o suficiente para que Zayn pudesse olhar em seus olhos e enxergar sinceridade enquanto falava, pois o bailarino viu o quão desconfortável o mais novo estava com sua presença ali. - Eu o amo, de fato, mas não do jeito que imagina, eu o amo como melhor amigo, pois é isto que ele é para mim !! Liam tem grande importância em minha vida, me ajudou nos momentos mais difíceis, assim como ajudei a ele, mas é claro o amor que ele sente por você, ele transborda o sentimento em suas palavras, e cega quem está por perto com o brilho em seus olhos... - O francês constatou, e viu um sorriso genuíno se formando nos lábios do moreno. - Pode ir tranquilo mon chéri, ele está seguro !!

- Tudo bem... - Muito contrariado em sair de perto do amado, Zayn se levantou da cadeira à beira da cama de Liam, onde havia passado a maior parte daquela noite sentado, deixando um carinho na mão que esquentava a sua a várias horas, e selou um beijo casto na testa de seu príncipe como uma pequena despedida. - Não saia daqui enquanto eu não voltar !!

A noite havia sido longa e mal dormida, Liam gemeu a maior parte da noite com dores na perna, seu corpo ainda estava fraco pela perda excessiva de sangue, não deixando Zayn descansar nem por um segundo sequer, com receios do que poderia acontecer a seu amado. Enquanto  escritor caminhava por um longo corredor do palácio, este que parecia sem fim, suas mãos suavam frio, seu coração pulsava ansioso, e suas pernas queriam o parar pelo caminho. O moreno achava que já havia passado por todas as emoções possíveis nas últimas horas, acreditava que seu pobre coração já havia recebido as mais diversas noticias triste no último ano, principalmente no ultimo mês, mas naquela manhã, onde pode ver o sol raiar do quarto do príncipe, onde passou a noite em claro o velando cuidadosamente, receber a notícia, nas primeiras horas do dia, que o rei solicitava sua presença para uma conversa o deixava no mínimo nervoso.

Muitas coisas se passaram pela mente geniosa do moreno, afinal, era o rei quem o solicitava. Várias possibilidades do que poderia ser rodeou sua mente enquanto percorria o caminho até o aposento real, se perguntando o que o rei de Wolvertown queria com uma pessoa sem títulos. Ao chegar, e ficar frente a frente, a porta de madeira maciça escura, trabalhada em desenhos de carpintaria, uma onda de calor o invadiu, junto a uma secura em sua garganta, e um aperto no peito. Zayn apenas precisava dar três batidas na porta e adentrar no lugar, como fora instruído, mas este parecia ser o ato mais difícil a ser realizado, pois escritor não sabia o que esperar, ou o que poderia vir a acontecer ao adentrar naquele lugar, poderia ser apenas uma conversa boba, o rei apenas gostaria de o conhecer, ou poderia ser algo profundo e nada agradável.

Wolvertown  {Ziam}Where stories live. Discover now