16 - Milagres 👣

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- Você está bem? - Gustavo me pergunta assim que entramos em nosso quarto.

As lágrimas que tanto segurei, finalmente caem de meus olhos.

- Ei, Amora! - ele diz ao erguer meu queixo.
- Não chore! - seu olhar era triste.

- É que, eu não entendo tudo isso que está me acontecendo! - digo olhando em seus olhos.
- Eu e minha mãe éramos tão, próximas! Eu sempre soube, desde que descobri a gravidez que não seria fácil... Só não imaginei que fosse tanto. A única coisa boa que me aconteceu nas últimas semanas foi, você!

Gustavo acaricia meu rosto.

- Você, foi a única coisa boa que me aconteceu nos últimos quatro anos! - ele diz.
- Não importa o que a sua mãe fale ou pense, ou como ela agi. A única coisa que importa é que você está bem! Que ele está bem! - Gustavo diz essa última frase ao acariciar meu ventre.
- Vocês são o milagre que eu pedi a Deus durante os dias escuros e noites longas! E não permitir que nada estrague isso. - ele diz com toda a convicção.
- Esqueça tudo Amora, esqueça o que está acontecendo e o que já aconteceu. A única coisa que quero que se preocupe é com vocês dois! Está bem?! - faço que sim.

Gustavo deposita em meus lábios beijos carinhosos, e naquele momento entendi, que ele era o milagre que eu havia pedido a Deus no exato momento em que pensei em tirar minha própria vida.

- Agora, acho que devemos nos arrumar ou chegaremos atrasados na festa do Henrique! - ele diz olhando em meus olhos.

O celular de Gustavo toca.

- Falando no diabo! - ele diz ao olhar no visor do celular.

- Vou tomar banho! - digo.

Gustavo faz que sim e após um beijo em minha testa, eu entro para o banheiro enquanto ele atende a ligação do prefeito.


👣




Depois do banho, percebi que Gustavo não estava mais no quarto. Aproveitei para me trocar enquanto ele não chegava.

Apesar de termos assumido um relacionamento, apesar de dormimos na mesma cama e estarmos bem próximos, eu e Gustavo ainda não tínhamos nenhuma intimidade. Havia um bloqueio em mim, bloqueio esse criado por meu agressor. Mas é claro que Gustavo era paciente e apesar de saber que ele me desejava tanto quanto eu a ele, ele era paciente comigo, e não forçava nada. Por isso, trocar de roupa em sua frente era algo que simplesmente não acontecia.

Vestida em meu único vestido mais apresentável, um tubinho preto que marcava cada curva do meu corpo inclusive um pequeno e quase discreto inchaço na barriga que deixava subentendido que existia vida ali, de alças final e decote reto na altura abaixo dos joelhos mas com uma fenda lateral que ia até a metade das coxas, eu me olhava no espelho do quarto. Meu cabelo estava preso num rabo de cavalo alto muito bem penteado sem nenhum fio fora do lugar. Maquiagem leve e um médio salto em meus pés. Eu estava pronta.

Ainda me olhando em frente ao espelho, observo o pequeno inchaço em meu ventre, e assim acaricio minha barriga imaginando como seria a aparência do meu bebê, e torcendo é claro, para que ele não tenha nada do progenitor.

- Você está linda! - Gustavo diz ao me abraçar por trás.

- Obrigada! - digo sorrindo.

Ele também sorri. Gustavo deposita alguns beijos em meu cangote, e logo um arrepio domina todo o meu ser. Eu o desejava, o queria. E muito! Não sei se era a carência, ou os hormônios, ou a descoberta do sexo só sei que ultimamente, eu desejava Gustavo mais do que qualquer outra coisa.

Me viro para ficar de frente para ele e o beijo na boca. Eu estava obcecada por ele. Seu cheiro, sua presença, seu corpo, seu ser. Tudo nele me cativava.

Enquanto nos beijamos, Gustavo passei com suas mãos por todo o meu corpo, e eu faço o mesmo no corpo dele. Até que enquanto ele se aproxima ainda mais de mim, sinto sua ereção através da calça social que ele usava. E foi nesse instante que eu travei.

Me afastei dele abruptamente. As lembranças daquela maldita noite voltam a tona. E eu o odiei por isso. E me odiei por isso.

- Me desculpe! - peço olhando em seus olhos.

- Sei que para você não é fácil, entendo sua situação Amora. Sei que me deseja assim como eu a desejo, e muito! E sei também que no tempo certo, todos os seus medos acabaram. E quando isso acontecer, vou lhe mostrar como um homem trata uma mulher! - ele diz olhando em meus olhos.

Gustavo transformava tudo de ruim que havia em mim em algo mais leve.

- Henrique me ligou porque como sempre, mesmo sendo sua festa de aniversário, ele não para de trabalhar. Um dos convidados é dono de um aras e pretende comprar alguns cavalos meus! Por isso, em algum momento da festa, irei me retirar para tratarmos de negócios. Mas não quero deixar você sozinha, por isso, pedi para Branca nos acompanhar. Sei que vocês se dão bem e ela parece ser uma boa companhia! Espero que não se incomode.

- De maneira alguma... Está tudo bem! - digo.

- Então vamos! - ele diz ao pegar em minha mão.

E assim seguimos.

Ensina-me A Perdoar Where stories live. Discover now