FREYA

Capitulo 9

"Aprenda tudo o que puder sobre o seu adversário e lute pelo que é seu."

Voltar ao submundo e ir cobrar favores a conhecidos nunca foi um idéia desde que eu saí dos noturnos ou melhor, fugi, como uma covarde. E como sempre o passado volta.
Alessandro já botou uma substituta no meu lugar na escola porque sei que voltar é um caminho sem volta, também deixei Mia com eles e estou indo para a França, atrás daquele filho da puta safado do Bernard. Ele pode encontrar tudo o que quiser, inclusive pessoas e é isso que preciso.

Estou dentro do avião, em um vôo comercial, quanto menos atenção chamar, melhor mas sei que meu pai sabe que estou de volta e com certeza ele já botou alguém atrás de mim.
Eu olho tudo, as aeromoças que olham demais, as pessoas sentadas as minhas costas, lados e frente, e até às crianças, meu pai consegue ser o humano mais desprezível existente.
A aeromoça vem com água e eu nego, não irei aceitar nada que venha de outras mãos. Olho meu celular e vejo o horário, estou próxima, uns vinte minutos e já estou no aeroporto, pronta para rever velhos amigos.
Percebo quando um homem entra na cabine onde fica o piloto e estranho, já que só é permitido a entrada das aeromoças e me levanto, indo até lá. Aproveito que a maioria dos passageiros estão dormindo sem noção de que estamos chegando e que não tem nenhuma das meninas aqui, quando entro vejo ele aplicando alguma coisa no piloto e o copiloto já desmaiado, é óbvio que ele iria derrubar o avião.
Tiro minha pistola G2 c e miro nele.

- O que você fez e qual era a intenção? - Melhor saber se ele estava aqui por mim ou outra pessoa.

- A famosa feiticeira ou devo te chamar de Hannibal? Demétrio me falou que só ele pode te chamar assim...

- Foi ele que te mandou não foi? Você quer derrubar o avião? Você também vai morrer, idiota!

- O bem requer sacrifícios e eu estou disposto a completa-los em prol do meu senhor! - Ele diz e se vira rapidamente apertando um botão que fez o avião começar a se mexer tanto que quase não consigo me firmar e é onde ele se aproveita.

Ele vem em minha direção e chuta a arma que estava na minha mão, aproveito esse milésimo de segundo e dou um soco de direita nele, que fica desnorteado porque estou com um soco inglês por baixo da luva.
Logo giro e dou um chute nele, que cai no chão mas se recupera logo e no chão mesmo pega minhas canelas e me joga no chão, vindo para cima de mim e me dando três socos seguido, aproveito minha perna no meio das dele e dou uma, duas e três joelhadas até ele finalmente cair.
Eu pego meu canivete e aperto apenas um botão e a lâmina surge. Vou até ele com sangue nos olhos mas agora não tenho tempo de brincar, o avião tá cada vez mais perto do solo e eu não posso falhar, enfio a lâmina ao lado do seu coração e faço uma abertura, que eu o puxo para fora, mais um para coleção.

Vou até onde está o piloto e copiloto e vejo se eles tem respiração, merda, não tem. Vou ter que assumir e sei somente o básico de pilotar um avião, só fiz isso uma vez e tive uma sorte fudida de não morrer, agora tem pessoas inocentes envolvidas, tenho que conseguir.
Olho para os botões e tenho vontade de morrer, não era mais fácil só aperta um que liga, voa e desliga? Inferno.
Tem três botões escrito automático, vou clicar em todos e vejo no que dá, se eu morrer, aí me viro com o cão depois.
O avião da uma balançada e vai voltando aos poucos ao normal e eu respiro aliviada, ligo para Alessandro e peço que ele ligue para o chefe da companhia aérea e peça que não entrem na cabine desse vôo e para dizer que eu nunca estive nele, nada que o dinheiro não resolva. Quando recebo a confirmação dele, vou até o banheiro limpar uns resquícios de sangue, pego uma sacola escura que achei perto de uma mesa e coloco meu coração, vou para a minha poltrona e me sento relaxando, vamos pousar logo logo.