Barreiras do tempo

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Durante o raiar frio do sol, sai pelo caminho da mata até a base da ciência, não queria acordar S/N, então sai sozinho de cabana. Ela estava tão calma descansando em meu peito que até tinha ficado relutante em levantar, ela respirava baixinho, suas pernas enroscadas nas minhas, o cabelo bagunçado e o rosto um pouco inchado pelo sono. Deixei um pequeno recado no papel, junto de uma tigela de frutas frescas com um copo de água, ao lado, uma bacia com água morna e uma toalha para poder lavar o rosto assim que acordasse.

Não pode ser comparado a como eu gostava de acorda-la em nossa época, mas isso não quer dizer que não posso fazer algo parecido.

Fui mais cedo até a cabana por conta de uma reuniãozinha para explicar a Suika sobre a situação atual, ela era jovem, mas isso não significa que pode ser deixada de fora dos detalhes, principalmente quando está envolvida no meio da bagunça.

Eu, Chrome e Kohaku ficamos responsáveis em contar-lhe sobre o perigo que era Tsukasa e ter o mentalista contra a nossa pequena fundação da ciência. Por sorte, não foi difícil para que ela entendesse que meu cunhado estava junto do homem que queria-me morto.

- Mas o Gen nos salvou do Magma! Então ele é uma pessoa boa! - Argumentou a criança, tenho certeza de que ele se sentiu um pouco orgulhoso de si mesmo ouvindo isso pelas sombras.

- Ele não é uma pessoa boa nem má. - Retruquei.

- Ele é apenas um homem morcego raso. - Murmurou a loira.

- Não interessa se Gen Asagiri é bom ou mau. Precisamos dele ao nosso lado no Reino da Ciência. Precisamos que ele faça um relato falso para o Tsukasa dizendo que eu realmente morri. É a única forma de vencermos. - Argumentei.

Chrome foi até a porta e gritou sobre como o nosso pequeno reino intelectual era mais interessante, que não importava quem vencia e tinha vantagem, até mesmo usou a irmã de Gen como uma vantagem.

- Puxa, você é bem empolgado meu jovem. - Respondeu. - Mas é uma pena. Eu não tenho isso, Chrome. Eu sou o homem mais superficial do mundo. Só me interessa se vai me beneficiar ou não.

Impedi Kohaku de ir atrás do Asagiri e mata-lo a sangue frio, eu não tenho muitas cartas para convence-lo de se juntar á nós, mas conhecia alguém que sabia e que - provavelmente - estava despertando aos poucos.

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Quando acordei, eu não senti o corpo quente de Senku na cama e nem pude ouvir sua voz na pequena casa de madeira. Eu estava sozinha entre as madeiras e a palha, senti o frio bater em meu corpo e me arrependi de tirar a manta fina de cima de meu corpo.

Me levantei e me sentei na mesa, não consegui evitar o sorriso ao ver a refeição simples na minha frente. Lavei o meu rosto e senti minha cabeça latejar por conta das faltas de boas noites de sono e o estresse recorrente.

Eu não me importava em ajudar na luta pelo reinado cientifico, é divertido; eu quero ajudar a Rui a superar a doença que está em seu corpo e quero fazer meu irmão ficar conosco. Eu odeio admitir, mas sinto falta do idiota do Gen. 

Quando éramos crianças, vivíamos juntos e não existia algo que nos separasse até que o relacionamento de nossos pais afundou quando eu tinhas sete anos. Eu tive que morar com o papai e Gen passou a viver com nossa mãe em do outro lado do país por possuir uma ligação emocional maior nela. A gente conversava frequentemente por e-mails e ligações telefônicas, mas perdemos contato quando ele atingiu a maioridade e saiu da casa da mãe.

Nos encontrávamos com frequência quando fazia os shows na zona sul, íamos em parques de diversões, cinemas e lanchonetes. No momento em que comecei a namorar sério com Senku e quis apresenta-lo para a família, ele teve um surto de ciúmes que nos afastou bruscamente.

Você vai nos salvar, meu doutorWhere stories live. Discover now