CAPÍTULO 58

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RHAEMERYS

— Você está indo rápido demais. — Suspirei sentindo uma gota de suor escorrer pela minha testa.

— Isso é rápido demais para você? — Queren sorriu.

— Meus maridos normalmente são mais lentos. — Meu dedos foram na sua direção.

— Deveria rever suas escolhas para maridos então.

— E você o seu jogo príncipe, xeque mate. — Falei quando finalizamos nossa partida de xadrez que durou quase três horas seguidas.

— Assumo minha derrota. — Queren se estirou na cadeira.

Seu ego era tão alto quanto seu topete e diria que éramos parecidos em certos aspectos, quando sua proposta de passar a noite em seu quarto foi dita, eu me perguntei o que faríamos tanto tempo juntos e se eu aguentaria não arrancar sua cabeça pelos seus insultos, mas no fim das contas ambos sobrevivemos até o momento.

— Já tem a sua resposta?

— Ainda não é manhã. — Ele se levantou indo até a sua janela.

— Não é muito difícil, a resposta é óbvia.

— Minha família por muito tempo não se rendeu aos Targaryen, me ajoelhar para você agora me faria um fraco? Ou um forte? — Seu tom não era de dúvida.

— Faria de você sábio, em algum momento terão que o fazer. — Me aproximei ficando ao seu lado. — Sou uma mulher de palavra príncipe Queren, tenho filhos...Maridos...Uma família esperando por mim, contudo se necessário queimarei Dorne e se por consequência eu morrer acredito que é um fim digno para mim.

— Há a possibilidade de perdermos essa guerra? — Eu o vi me encarar pelo canto do olho.

— Não. — Olhei para ele. — Eu nunca falho.

Queren e eu ficamos em silêncio por alguns instantes, eu podia ver sua mandíbula rigida e seu peito levemente estufado.

— Meu homens montaram em seus cavalos ao amanhecer e então partiremos para Dragonstone. — Queren se virou para mim. — Diga para sua majestade que em alguns dias chegaremos ao seu encontro... — Me encarando fixamente ele continuou. — Minha princesa. — Queren fez uma reverência.

— Joffrey se casará com sua irmã após o fim da guerra, acredite...Não irá durar muito. — Sorri para ele.

— Faremos o possível para que não.

Queren escreveu uma carta para a rainha selando nossas casas, no fim das contas eu realmente consegui. Mas então enquanto caminhava em direção a Akira algo em meu coração doeu, eu lembrei de Aemond, do seu rosto quando disse palavras tão rudes, não havia porque pensar nisso nesse exato momento mas ainda sim eu não podia conter minhas lágrimas. Subi em Akira e nem mesmo precisei dizer nada a ela para que começassemos a voar, o vento secava meu rosto molhado, minhas mãos tremiam enquanto eu segurava na cela...Eu sentia falta de Aemond, senria falta de Henry, Geralt e das crianças...Eu não queria uma guerra, queria estar em casa com eles...Em nossa casa.

— Rhae?... — Jacerys correu até mim surpreso. — Foi rápido.

— Irmão... — Assenti para ele caminhando pelo castelo. — Onde está Rhaenyra e Daemon?

— Na sala de reuniões do conselho, eu acompanho você. — Suas mãos se mantiam atrás dele enquanto caminhávamos lado a lado. — Como foi sua viajem para Dorne? Posso ver que não está cheirando a fumaça e morte, eu ouvi dizer que eles tem um bom...

— Ajeite sua coluna Jace. — O empurrei de leve. — E deixe de ser curioso. — Entrando na sala sorri para ele.

Ao entrar não só consegui a atenção da rainha como também de todos que até então estavam falando, pude ver que Rhaenys não estava presente diferente de Corlys que se mantia sentado me encarando atentamente.

— Senhores. — Assenti para eles, encarando Rhaenyra em seguida. — Minha rainha. — Fiz uma reverência para minha mãe e pude ver Daemon me encarando, a carta em minhas mãos exatamente.

— Diga-me sobre Dorne Princesa Rhaemerys. — Rhaenyra estava séria e aparentemente preocupada.

— É mais quente do que eu imaginei honestamente. — Suspirei irônica sabendo que o clima pouco lhe importava. — O príncipe Queren foi um bom anfitrião, sua resposta não foi de imediato...

— O que isso quer dizer? — Daemon se intrometeu para variar.

— Isso quer dizer que tive que passar a noite em seu quarto...Com ele. — Sorri para meu pai e pelo canto do meu olho vi Geralt se levantar.

Daemon estava prestes a sair da sala de reunião possesso quando eu continuei. — Jogamos xadrez por algumas horas.

— Apostou essa aliança em um jogo? — Um dos lacaios se levantou me encarando.

— Isso pertuba você? — Olhei para ele.

— Não me diga que fez isso Rhaemerys. — Rhaenyra disse com seus dentes cerrados.

— Eu fiz. — Meus olhos se encontraram com os de Daemon. — E ganhei.

Todos fizeram silêncio por longos segundos até Corlys Verlaryon rir, roubando a atenção de todos. — Isso significa que Dorne está conosco?

— Isso significa que em alguns dias Queren Martell junto de seus cinquenta mil homens chegarão em Dragonstone para lutar ao lado... — Olhei para Rhaenyra. — De sua rainha. Pude vê-la engolir em seco quando teminei, todos pareciam não acreditar de certa forma então caminhei até a porta e no caminho sorri para Erryk que tentava se conter. — Geralt, preciso de um banho. — Falei alto o suficiente para ele me ouvisse.

— Eu...Eu ajudo você... — Passando pelas pessoas da sala Geralt correu até mim ficando ao meu lado. — Estou orgulhoso. — Sussurrou ele enquanto caminhávamos.

— Achou que eu não conseguiria?

— Eu sabia que iria conseguir, você nunca falha mulher.

The Queen's Blood - House Of the DragonWhere stories live. Discover now