Capítulo 15

677 96 115
                                    

      8 dias depois

    Segundo os médicos Cloe não está melhorando, mas no meu ponto de vista, está sim. Eu juro que senti ela apertando minha mão, mas todos disseram que provavelmente eu estava sonhando, e imaginei ela se mexendo. Mas eu tenho certeza, que não foi um sonho. Fiquei os 3 dias seguidos aqui, não sai pra nada.

    Minha irmã trazia minhas coisas, e eu tomava banho por aqui mesmo. Ela está revezando com Cesar, meu pai, Marilia, e até o Gustavo vem pra ficar comigo. Confesso que tem sido dias apavorantes. Não sei como fazer nada, não sei viver fora desse hospital. Estou literalmente morrendo junto com a minha filha. Estou sem comer a uns 5 dias, não sei como estou de pé.

Cesar: Não pode ficar sem comer por mais nenhum segundo. Seus remédios são fortes, isso vai acabar com você. – Cesar falou.

Maraisa: Não começa.

Cesar: 5 dias é muita coisa! Muito tempo sem comer.

Maraisa: Por que não vai pra casa? – Perguntei enquanto passava as mãos nos meus cabelos.

Cesar: Porque não gosto de deixar vc sozinha.

Maraisa: Não estou sozinha! – Respondi rápido.

– Licença! Podemos conversar? – A médica perguntou.

Maraisa: Não se for sobre desligar os aparelhos. – Cruzei os braços, mas ela pareceu ignorar o que eu disse.

– Achamos que ela não vai mais acordar. Eu acho que deveria pensar em deixar ela descansar. – Respirei fundo negando.

Maraisa: Eu já falei que não quero pensar sobre isso.

– Ela não tá respondendo aos medicamentos. Poderia pensar sobre...

Maraisa: Já chega; pode por favor sair?

– Tudo bem. Mas tenta pensar sobre o assunto.

    Confesso que isso estava me irritando. Sempre falavam o mesmo, e eu sempre digo que não, e continuam insistindo. Isso é completamente irritante. Voltei pro lado da minha bebezinha, e segurei sua mão curvando minha cabeça até ela se apoiar na cama e chorei em silêncio. Apenas pedindo mentalmente, pra que ela acorde, e que tudo fique bem o mais rápido possível.

    Enquanto eu estava em silêncio, senti novamente a mão dela apertar a minha, levantei rápido meus olhos pra ver se seus olhos também estavam abertos, e finalmente pude ver a cor deles novamente. Ela estava acordada! Seus olhinhos estavam pequenos, e agora marejados. Ela tentava dizer algo, mas seus tubos impediram. E por segundos ela quase tirou eles.

Maraisa: Não, não tira. Espera. – Respondi ainda sem acreditar no que estava vendo.

Cesar: Eu vou chamar alguém! – Meu irmão disse.

    Cloe parecia preocupada e com medo. Seus olhos transmitiam o quão assustada ela estava. A médica entrou no quarto um pouco surpresa, e assim que verificou algumas coisas retirou os tubos da mais nova. Que segurou minha mão mais forte, e me fez abraçar ela.

Maraisa: Eu estou aqui. E eu prometo que ninguém vai te machucar. – Sussurei pra ela.

Cloe: Minha cabeça dói. O meu braço também. – Suas palavras ainda saiam arrastadas.

Uma Vida A MaisWhere stories live. Discover now