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UMA NUVEM SOMBRIA é colocada em cima da minha cabeça assim que entro em minha casa

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UMA NUVEM SOMBRIA é colocada em cima da minha cabeça assim que entro em minha casa.
Sei que vou encontrar meu pai e isso é o que eu menos quero — meu dia foi muito bom para ele chegar e estragar tudo.

ACENDO A LUZ DO corredor, vendo que não tinha ninguém ali. Era como se a casa estivesse vazia — mas infelizmente, isso não durou por muito tempo.

ESCUTO OS PASSOS pesados do meu pai descendo pela escada e, quando ele me vê, para por alguns segundos, mas logo depois continua descendo até o último degrau.

Ando até a cozinha, pegando uma xícara e enchendo ela de café, até porque era em torno de oito horas da noite e eu estava com fome, mas não queria comer nada.

— Podemos conversar ? - Matt perguntou, se sentando em uma das cadeiras que ficavam em volta do balcão.

— Tenho outra opção ? - Perguntei, sem olhar para ele, enquanto colocava açúcar no meu café.

— Me desculpe pelo o que aconteceu hoje de manhã. Eu prometo que isso não vai se repetir. - Ele cruza os braços e inclina o corpo, se escorando sobre a bancada.

— Você não acha que faz muitas promessas ? - Me viro para o homem, encarando o mesmo.

— Filha. - Ele solta um longo suspiro.
— Você já tem 18 anos, precisa amadurecer e esquecer do passado. - Meu pai fala, tranquilo.

"Esquecer do passado" ? - Repito o que ele acabou de falar e rio irônica.
— É meio difícil esquecer do passado quando todas as lembranças continuam intactas. Principalmente quando você tinha sete anos de idade e seu pai te bateu ! - Exclamo, ficando irritada.

— O que ? - Matt perguntou, parecendo surpreso.

— É claro que você não lembra, pai. - Rio, irônica, mas sinto algumas lágrimas invadirem meu rosto.
— Mas saiba que eu lembro exatamente do dia que você praticamente me espancou, porque estava com raiva de mim !

Fico encarando seus olhos. Aquele homem na minha frente não tinha nada a vê comigo — ele era loiro e sua pele era pálida, por conta da ausência de sol — e agradeço por isso, agradeço por não ser nem um pouco parecida com Matt... em nenhum sentido.

Subo para o meu quarto, fechando a porta.
Poderia existir diversas razões para mim não gostar de meu próprio pai, mas o principal motivo, sem dúvidas é a decepção que ele me causou.
Quando percebi que o mundo não era aquele conto de fadas e, infelizmente os príncipes encantados não existiam. Isso é mais uma razão pela qual a minha fama na ilha é tão péssima quando o assunto é namoros.

Vou até o meu criado mudo, abrindo a gaveta dele — a gaveta que me salvava, ou me matava aos poucos... mas a diferença é muito pequena entre os dois termos, no momento.

Abro e separo quatro potes de quatro remédios diferentes, tirando de dentro de cada um, dois comprimidos.

No total, engulo oito comprimidos para ansiedade, depressão, nervosismo e outras questões que estavam me deixando louca.

𝐔𝐍𝐃𝐄𝐑 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐎𝐋; 𝐽𝐽 𝑀𝑎𝑦𝑏𝑎𝑛𝑘 Onde histórias criam vida. Descubra agora