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A LUZ FORTE DO SOL BATE contra o meu rosto, me fazendo acordar — como eu não fechei a curtinha na noite anterior? — me questiono

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A LUZ FORTE DO SOL BATE contra o meu rosto, me fazendo acordar — como eu não fechei a curtinha na noite anterior? — me questiono.

ABRO MEUS OLHOS lentamente e levanto meu tronco, sentido minha cabeça latejar de dor — agora eu sabia o que tinha acontecido.

ME LEVANTO, DE VAGAR, esfrego meus olhos e tento raciocinar um pouco.
Viro meu olhar para o lado e vejo... JJ ?

Fico encarando o corpo do garoto deitado sobre a minha cama — pelo segundo dia.
Eu não fazia ideia de como ele tinha vindo parar aqui e muito menos o porquê dele estar aqui.

— JJ. - Chamo o loiro e, em um movimento rápido, ele se levanta, quase pulando da cama.

— O que houve ? - Perguntou, preucupado.

— Nada. - Sussuro, calma. — O que você está fazendo aqui ? - coloco a mão sobre minha cabeça, dolorida.

Ele parece relaxar um pouco após eu falar. Vejo o Maybank voltar a se deitar de barriga para cima, soltando um longo suspiro, como se precisasse dizer algo.

— Por que você tem todos aqueles remédios na sua gaveta ? - Perguntou.

Aregalo meus olhos, surpresa e confusa, ao mesmo tempo. Me escoro na cabeceira da cama, ficando ao lado de JJ.

— Está surpreso ao perceber que ser kook não é sinônimo de vida perfeita ? - Perguntei, calma.

— Para falar a verdade, sim. Estou bem surpreso. - Ele fala, sincero. Solto um riso fraco, tão fraco que quase não é perceptível.

O silêncio predomina no ambiente, não tem nada que possamos falar ou fazer. Não temos intimidade um com o outro, não passamos de dois desconhecidos que assumiram um relacionamento falso.

— JJ. - Quebro o nosso silêncio. — Não conta para ninguém. - pesso.

— Eu não posso deixar que você continue com isso, Lily. É a segunda vez que vejo você assim e sei que não está certo. ‐ Ele se senta na cama, me encarando, mas continuo olhando para a parede.

— Desde quando você se importa comigo ? - Perguntei, calma.

— Não me importo. - Disse, simples.

Talvez eu não estivesse esperando por uma resposta tão direta assim.

— Se você quer se matar, tudo bem. - Ele dá ombros. — Só não quero ser cúmplice nisso.

O jeito que JJ falou foi tão vazio, como se ele realmente não se importasse — o que eu sei que é verdade. Uma raiva sobe por todo o meu corpo, me fazendo levantar da cama e encarar o loiro.

— Já passou pela sua cabeça que existem pessoas que tem problemas reais ? - Perguntei, levantando o tom de voz.

Ele ri irônico, mas sabe que não tem nenhuma graça nisso.

— Eu conheço pessoas que tem problemas reais ! Meus amigos tem problemas reais ! Eu tenho milhões de problemas e não é você, uma kook que não tem controle e se droga de remédio, que vai me falar o que são problemas reais ! - JJ exclama, irritado.

Encaro JJ, boquiaberta. Eu estava sem reação. Apenas observo ele, negando com a cabeça.
Por isso eu não queria que ele soubesse... Por isso.

— Saí do meu quarto. - Sussuro, mas o loiro não se mexe. — SAI DA PORRA DO MEU QUARTO ! - Grito o suficiente para ele se assustar. JJ me olha por mais alguns segundos e pega seu celular, saindo do local.

Passo minhas mãos por todo o meu rosto — eu não podia chorar. Eu não podia chorar por causa de algo que JJ Maybank me falou.

Talvez seja verdade. Talvez eu não passe de uma kook drogada. Talvez.

EU ESTAVA IRRITADO

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EU ESTAVA IRRITADO. Acabei descontando em Lilith a minha frustração. O motivo da minha raiva era a Avery, mas não foi sua fala que me fez "explodir".

ELA ME BEIJOU NA NOITE PASSADA e não lembra de nada — eu não quero que ela lembre, até porque isso não vai mudar nada, mas porra...

CAMINHO ATÉ A MINHA casa, precionando meus pés contra a estrada, com muita força — Como se isso fosse resolver ou acabar com qualquer sentimento.

Abro a porta e um cheiro enjoativo entra pelas minhas narinas, me deixando um pouco tonto.
O aroma de maconha, cigarro e bebidas alcoólicas, consegue fazer com que eu queira vomitar.

— Quem é vivo sempre aparece, não é ? - Luke se aproxima, com um cigarro em mãos.

— Eu tive alguns imprevistos. - Respondo, hesitando.

— Aham. - Ele resmunga. — Você sempre tem. - Ri irônico.

— Foi alguns problemas com uma....amiga, pai.

— Quem é a puta que você está comendo dessa vez ? - Ele perguntou, dando mais uma tragada.

— Para, pai. - sussuro, com um nó em minha garganta.

— O que ? - Perguntou ele, se aproximando ainda mais, ficando cara a cara comigo. — É alguma mentira ? - Fico em silêncio, desviando meu olhar e baixando a cabeça.
— RESPONDE ! - Grita.

— Não. - Sussuro, sentindo minha respiração acelerar.

— Então cala a boca ! - Ele ordena.

— Mas pai... - Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Luke deposita um soco na lateral do meu rosto, acertando meu maxilar. Aperto o local onde ele acertou e coloco minha mão em baixo da boca, sentindo meu próprio sangue sair dela.

— EU MANDEI VOCÊ CALAR A PORRA DA SUA BOCA, GAROTO ! - Meu pai grita, me deixando ainda mais assustado.

Luke coloca meu corpo sobre a parede, impedindo que eu saia. Ele soca meu rosto, me derrubando no chão, de barriga para baixo.
Sinto seus punhos segurarem a gola da minha camisa e puxarem ela, me deixando seu ar.

— ISSO É PARA VOCÊ APRENDER ! - Ao final da sua fala já posso sentir socos e chutes por todo o meu corpo.

Fico ali, no chão. Em qualquer briga eu iria reagir — Mas isso é meu ponto fraco. Luke sempre foi meu ponto fraco. — Então "deixo" que ele me espanque, enquanto lágrimas escorrem por todo o meu rosto.

𝐔𝐍𝐃𝐄𝐑 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐎𝐋; 𝐽𝐽 𝑀𝑎𝑦𝑏𝑎𝑛𝑘 Onde histórias criam vida. Descubra agora