Capítulo 1

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- NÃO ACREDITO QUE FICAMOS NO MESMO DORMITÓRIO! - gritava eufórica uma menina desconhecida que passava ao lado do nosso carro.

Tínhamos acabado de chegar e meu pai estacionou o carro em uma das poucas vagas disponíveis no jardim do campus. Eu sai do carro e meu pai saiu logo em seguida, olhei ao redor e havia muitas pessoas, até onde meus olhos conseguiam ver eu enxergava garotas e garotos pra cima e pra baixo carregando malas e ursos de pelucia nos braços, algumas delas se abraçavam como se conhececem a anos, eu olhava para todos os lados mais nenhum rosto me parecia familiar. Eu estava me sentindo deslocada, meu desejo naquele momento era entrar no carro e voltar pra casa e ouvir minha mãe me chamando de "querida" como ela sempre fazia.

- Você está bem? - perguntou meu pai

- Estou - respondi e lhe dei um sorriso amarelo

As vezes parecia que meu pai conseguia ler meus pensamentos, ele sabia exatamente como eu estava me sentindo, ou estava tão na cara o quanto eu queria ir embora daquele lugar?

- Você vai se acostumar Meg, é só uma questão de tempo - se aproximou de mim e me deu um forte abraço

Eu não respondi nada, simplesmente o abracei de volta e derrepente me bateu uma vontade enorme de chorar, seu abraço era tão aconchegante e eu nunca sequer tinha notado isso, eu queria que o tempo parece pra que ele não me largasse mais. Porém isso não aconteceu e meu pai me soltou.

- Preciso ir querida - disse ele se afastando de mim

Eu apenas sorri, meu pai caminhou até a mala do carro e retirou minhas malas de dentro, voltou para perto de mim e logo após colocar as malas no chão me deu um beijo na testa.

- Vai ficar tudo bem filha, não se preocupe.
Ele estava realmente tentando me acalmar mais aquilo só piorava a situação não sei ao certo porque. Eu não era muito boa em fazer novas amizades, tentava ser o mais simpática possível mais era como se as pessoas não conseguissem chegar até mim. Iria ser um longo período até eu fazer amigos na faculdade e isso só fazia eu me sentir pior.

Observei meu pai entrando no carro e ligando o motor, ele acenou para mim e deu um largo sorriso que me fez sorrir também.

- Assim que chegar em casa ligo para você filha, te amo - falou e saiu em disparada com o carro

- Também te amo papai - respondi, mais ele estava longe de mais para me ouvir

Em questão de segundos meu pai some do meu campo de visão, e ali estou eu parada como uma estátua com duas malas ao meu lado. E assim como as outras pessoas estavam fazendo peguei minhas duas malas e fui a procura de informação, precisava  saber o número do meu quarto.

Enquanto caminhava observei a paisagem, o campus era realmente enorme, existiam cinco prédios gigantescos de cor cinza e quandes vidraças onde três deles eram apenas para aulas e os outros dois era de dormitórios e existiam algumas casas que ficavam um pouco mais afastadas dos prédios que se chamavam fraternidades, onde moravam os alunos que não estavam nem aí pra nada. Existiam duas fraternidades mais conhecidas no campus, a beta e a alfa, que davam festas praticamente todos os dias.

O jardim do campus era gigantesco, tinha pisca de corrida, lago, cachoeiras e muitas outras coisas, o lugar era realmente encantador.

Após alguns minutos andando finalmente achei uma banca de informações, a fila estava enorme, parecia que eu não era a única adolescente perdida, então como manda o figurino fiquei atrás da última pessoa da fila e esperei minha vez.

Depois de um pouco mais de uma hora esperando na fila finalmente chegou minha vez.

- Nome por favor? - me perguntou a garota sorridente da banca

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