00 • Garotos como você

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A manhã de domingo amanheceu clara e ensolarada

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A manhã de domingo amanheceu clara e ensolarada. Namjoon suspirou profundamente e disse a si mesmo que este dia teria sido perfeito se um certo cara batesse em sua porta. Ele estava sentado ao lado de sua janela, olhando para o mundo enquanto o sol lançava um brilho dourado sobre tudo.

Eram apenas oito horas. Sua mãe e seu pai não estavam acordados porque chegaram atrasados. Pensando bem, todos dormiram até tarde porque os pais lhes deram coisas de Roma e trocaram histórias. Eles disseram que ele e os gêmeos deveriam ter ido para Roma com eles.

Jaejoon torceu o nariz em desgosto. Jiyoon respondeu ao depoimento, com uma expressão revoltada no rosto: — Como se eu quisesse passar minhas férias com meus pais em lua de mel? Prefiro ficar em casa, muito obrigada!

Namjoon riu deles e de si. Enquanto a maioria dos alunos do último ano, e até mesmo seus amigos, passavam as férias no exterior ou na praia, ele passava em casa, cozinhando e limpando para seus irmãos e completamente deprimido por um cara que o odiava, porque o amava.

Ele sorriu melancolicamente com o pensamento.

Não havia contado a seus pais sobre a visita a Jiseok — teria provavelmente feito sua mãe se sentir estranha. Também não disse aos gêmeos para onde foi. Decidiu que era um segredo que iria guardar para si mesmo, por enquanto.

Levantando-se de seu lugar, Namjoon decidiu dar um passeio lá fora, apenas para aproveitar a nova manhã. Parecia completamente patético e inútil, mas se sentia relaxado com isso.

Enfiando os pés em seus tênis brancos velhos e surrados, mas favoritos, ele saiu do quarto e fechou a porta silenciosamente. Desceu silenciosamente as escadas (seu quarto ficava ao lado) e saiu pelos fundos, deixando a porta destrancada para que pudesse entrar mais tarde.

— Ei! — alguém chamou lá de cima.

Namjoon olhou para cima e viu Jiyoon inclinada sobre o peitoril da janela, parecendo uma bruxa que acabara de acordar. Ele reprimiu a vontade de rir.

— O quê?

— Onde você está indo? — Jiyoon perguntou, seus olhos piscando enquanto se ajustavam ao sol da manhã. Seu cabelo caiu sobre os ombros quando ela se inclinou sobre a janela. — Você está se encontrando com alguém?

— Eu gostaria — respondeu, olhando para ela. — Só vou dar uma volta. Está um lindo dia, sabe. Se todos vierem me procurar, primeiro no parque, ok? Volto em alguns minutos — ele assegurou enquanto começava a descer a estrada de cascalho ao lado de sua casa.

— Você ainda tem um relógio? — ela chamou, embora mantendo a voz baixa. — Você poderia ficar fora o dia todo, sabe!

Namjoon não respondeu, mas em vez disso acenou com a mão para ela, nem mesmo se virando. Ouviu ao longe Jiyoon fechando a janela e continuou andando.

Na noite anterior, ou melhor, no início da manhã, a Dabin disse ao filho que ele parecia diferente e perguntou se havia algo errado. Namjoon apenas deu de ombros. Realmente não tinha vontade de explicar nada. Havia mencionado antes, enquanto sua mãe estava se preparando para a lua de mel, que gostava de Seokjin. O que seus pais não sabiam era que não apenas gostava, mas também estava apaixonado por ele.

Namjoon sabia disso agora.

Os gêmeos tiveram a gentileza de não torturá-lo até a morte. Eles o deixaram sozinha, e por isso Namjoon ficou extremamente grato. Não havia contado a ninguém sobre a confissão de Seokjin naquela noite na recepção.

Exatamente uma semana e nove horas, pensou ele enquanto respirava fundo o ar fresco da manhã, mas quem está contando?

Namjoon apenas continuou andando pela vizinhança, sem saber para onde ir. Apenas foi aonde seus pés levaram. Ele acabou, como de costume, no parque que normalmente estava deserto aquela hora. Sempre estava ali desde o início das férias, porque não tinha outro lugar para ir.

Ele se sentou em seu banco favorito sob a sombra de um grande carvalho. Fechou os olhos e sussurrou para si mesmo: — Onde você está, Seokjin?

Quando abriu os olhos, meio que esperava vê-lo parado diante dele, com sua postura fria e relaxada, as mãos nos bolsos. Seus cabelos castanhos brilhariam sob o sol, provavelmente dourados e seus olhos brilhariam, só de olhar para ele.

Namjoon estremeceu deliciosamente com o pensamento. Mas o parque permaneceu vazio, exceto por alguns transeuntes.

Ele jogou as mãos para o alto, em completa derrota. Tinha que superá-lo agora. Quem sabia? Ele provavelmente conheceu alguma garota gostosa onde estivesse a semana inteira e disse a si mesmo que estava melhor sem Kim Namjoon.

Estava sendo estúpido com toda essa esperança e iria para a faculdade logo. Certamente, eles seguiriam caminhos separados. Namjoon nem sabia em quais faculdades ele se inscreveu também, e se eram iguais as dele.

Sentindo-se sozinho e desesperado, ele relembrou todos aqueles momentos com Seokjin. Especificamente, relembrou aqueles três momentos — quando estavam dançando, quando sumiram da cabana e, recentemente, durante o casamento.

Namjoon não queria se livrar dessas memórias. Não queria deixá-lo ir.

Mas como soltá-lo quando nem estava segurando ele? Ainda havia algo em que pudesse segurar?

Namjoon fechou os olhos com um suspiro e ficou sentado ali, saboreando suas memórias e a manhã agridoce. Depois de alguns minutos, seus olhos se abriram.

Ainda nada de Ahn Seokjin.

— Ele não vem — sussurrou, enquanto olhava ao redor para o parque vazio.

Com um suspiro derrotado, ele apoiou as mãos nas coxas e se levantou, pronto para ir para casa. Quando se virou, seu coração parou.

Namjoon piscou os olhos para ter certeza de que era real, porque se não fosse... Ainda estava lá, movendo-se em direção a ele, com um sorriso tímido no rosto. Nunca soube que ele poderia ser tímido. Ele ainda continuou vindo e vindo e...

— Finalmente — ele murmurou enquanto desacelerava para uma caminhada. Estava tão perto agora. — encontrei você.

Que palavras doces, pensou Namjoon, olhando para seus olhos castanhos cor de chocolate.

Então, desviou o olhar. Minutos antes, se repreendeu por não ter contado como se sentia, e agora que ele estava ali, não sabia como dizer.

— Ei — Namjoon murmurou juntando as mãos na frente, de repente se sentindo nervoso. — Uh, como foi, hum, onde quer que você tenha ido? — ele gaguejou.

— Esqueça isso — disse Seokjin, impaciente.

Os olhos de Namjoon observaram enquanto os dedos dele se erguiam lentamente e empurravam seu queixo para cima. Seus olhos sorriram, dando-lhe uma promessa silenciosa. E Senhor, como seu coração começou a bater mais rápido.

Ele desviou o olhar, fechando os olhos, onde Seokjin suspirou exasperado e disse: — Joon, olhe para mim.

— Não posso — sussurrou ele.

— Por que não? — Seokjin perguntou suavemente. Seus dedos estavam queimando de onde ele o tocou.

Porque eu te amo, pensou Namjoon. Mas ele também amava. Por que tão hesitante?

— Oi? — ele cutucou gentilmente. — Namjoon?

Ele era tão gentil, carinhoso e amoroso. Namjoon estava se apaixonando de novo e decidiu contar agora. Ele o olhou diretamente nos olhos e confessou: — Eu te amo, Seokjin.

E foi isso.

Seokjin sorriu. Os dedos dele deixaram seu queixo para acariciar suas bochechas, e Namjoon sentiu um friozinho na barriga.

— Eu sei — ele sussurrou ainda sorrindo, e seus olhos ainda fixos nos dele. — E eu te amei por tanto tempo.

— Eu sei — Namjoon disse suavemente, seus olhos começando a se encher de lágrimas. Quando Seokjin pareceu confuso, ele explicou: — Fui ver seu pai ontem.

— Ele disse a você? — Seokjin perguntou, um rubor subindo por seu rosto.

Namjoon riu, mantendo-se firme segurando seus braços.

— Não sabia que você corava — ele brincou.

Seokjin sorriu, e os cantos de seus olhos se enrugaram.

— Você ficaria surpreso com o quanto corei quando contei tudo isso ao meu pai, e à minha mãe. Tudo por sua causa — ele fez uma pausa. — Me desculpe se fiz você pensar que te odiava, realmente nunca aconteceu. Joon, agora entendo por que fiz o que fiz. Quando você gostava de Gunwoo, eu gostava de você e tinha ciúmes. Nunca te odiei — confessou, com os olhos baixos. — Percebo agora que talvez te odiasse por não perceber que realmente te amava.

Namjoon fechou os olhos, deixando as palavras dele preencherem sua alma, memorizando esse momento para que pudesse se lembrar dele para sempre, como seu primeiro amor.

— O que você está pensando? — Seokjin perguntou, seus dedos acariciando suas bochechas.

— Que você é meu primeiro amor — Namjoon respondeu, inclinando-se para a carícia dele, e sentindo o coração acariciado também pelo amor genuíno que eles tinham.

— Como você é o meu — Seokjin disse, sua voz soando como um príncipe apaixonado.

— Nunca ouvi você soar tão poético — Namjoon começou, e com um olhar brincalhão em seus olhos, acrescentou: — E tão apaixonado.

— Acho que você mudou isso — disse ele em resposta.

Namjoon jogou os braços em volta dele e o abraçou com força.

— Senti tanto a sua falta. Nunca mais vá embora assim! — ele exigiu, se afastando para olhá-lo. — Fiquei louco procurando por você, e mais ainda esperando.

— E você disse que eu era poético — Seokjin brincou. — Senti sua falta. Todos aqueles dias, continuei pensando em você, e só em você. Ainda bem que minha mãe é um pouco romântica, porque praticamente implorei para voltar três dias antes. Não aguentei. Não mais.

— Estou feliz que você fez.

Namjoon sorriu, um sorriso lento. E Seokjin também. Seus rostos se aproximaram, aproximando-se cada vez mais.

— Posso te beijar? — ele perguntou com a voz rouca.

Que adorável, Namjoon pensou loucamente. Ele sorriu ainda mais, enquanto assentia.

— Sim.

Seus olhos se fecharam. As mãos de Seokjin deslizaram por sua bochecha, enquanto o seguravam suavemente no pescoço, puxando-o para mais perto. Namjoon passou os braços em volta dele novamente.

E quando seus lábios sorridentes se encontraram em um beijo terno e feliz, seu coração disparou.

Quando se separaram, momentos após o primeiro beijo, Namjoon corou. Seokjin olhou profundamente em seus olhos, segurando seu rosto com as mãos.

— Kim Namjoon — ele começou a dizer solenemente. — desculpe-me por todas as coisas que lhe disse. O idiota que fui com você há dois anos. Se pudesse mudar o passado, o faria porque, mais do que tudo, não quero que passe pelo que passou — Seokjin o beijou mais uma vez levemente nos lábios. — Estou apaixonado por você, Joon.

O beijou de novo, um longo e doce beijo que provocou leves arrepios em Namjoon e ele tremeu.

— Você está bem? — Seokjin murmurou, preocupação naqueles olhos castanhos dele.

— Muito — Namjoon respondeu com um sorriso. — Eu te amo, Ahn Seokjin.

Ele o havia perdoado.

— Eu te amo, te amo... — Seokjin murmurou entre os beijos, e Namjoon não poderia ter se sentido mais feliz do que naquele momento.

Agora havia dois momentos felizes em sua vida — quando seus pais voltaram a ficar juntos e, quando ele e Seokjin ficaram, finalmente, juntos.

— Então, quem pegou o buquê? — ele perguntou, segurando-o perto.

— Definitivamente não fui eu! — Namjoon riu. — Ainda não estou pronto para me casar — respondeu levemente.

Enquanto Seokjin continuava olhando-o, ele sentiu seu coração bater mais rápido e sua garganta apertar.

— Estou feliz que você não é meu irmão — ele disse de repente.

— Eu também — disse Seokjin, sorrindo para ele. — Nós não gostaríamos de cometer um crime, não é?

Namjoon riu. Tão feliz no amor! Mal podia esperar para contar a seus pais, seus irmãos, seus amigos e sim, até Jiseok. Diria ao mundo inteiro que estava apaixonado!

E ele se lembrou de algo que havia dito a seus amigos antes. Seokjin acabou de se desculpar e se apaixonou por ele.

— Acho que o céu agora está na Terra — sussurrou para ele. — E mais do que isso, acho que o céu e o mar estão finalmente unidos.

Enquanto o Sol brilhava alto no céu azul, um brilho dourado lançado sobre eles, seus lábios se encontraram mais uma vez em um beijo que selou seu destino e prometeu mais, e um beijo que começaria sua história de amor.

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