II Helena

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     II

   Helena

Helena conseguia sentir que estava sendo carregada, mas para onde? Ela não tinha ideia e quem a carregava estava com pressa. O rugido daquela criatura continuava, e parecia estar cada vez mais perto. Helena forçou abrir os olhos, estava sendo carregada pelo dois garotos o de roxo e o de laranja, cada um de um lado da garota.

— Rápido! Rápido! — Gritou uma outra voz masculina mais a frente. — Anda Percy!

Os rugidos ficaram ainda mais altos, seguidos de uma ventia gelada e forte. Helena tentou focar sua visão a frente, para onde estavam indo, ainda enxergava tudo embaçado, mas conseguiu ver um segundo garoto de camisa laranja correndo na direção deles. A última coisa que Helena conseguiu ver antes de apagar novamente foi que os olhos dele eram azuis.

...

Helena sempre foi do tipo de pessoa que tinha sonhos estranhos, mas esse foi muito estranho.

Primeiro ela sonhou que estava em um campo aberto bem embaixo de uma forte tempestade de raios e trovões. As nuvens cinzas deixavam tudo escuro e o vento gelado soprava com violência no rosto de Helena, como se quisesse atingi-la de alguma forma, até mesmo feri-la.

A cena mudou logo, agora ela estava no setor do Olimpo no museu diante das estátuas dos Olimpianos, completamente intactas como se nada tivesse acontecido, a sala parecia, inclusive, mais limpa e clara do que antes. A única diferença era que a estátua de Hera havia sumido. Helena olhou em volta tentando encontra-la e quando se virou para frente novamente, a estátua de Zeus tinha mudado de posição de repente, seu raio agora, apontava diretamente para Helena.

De todas as coisas que ela fez. — uma voz grossa trovejou na sala. — Essa é a pior, e a que eu não perdoarei!

Seu raio brilhou, ganhando cor e eletricidade. A estátua de Zeus o ergueu para alto e jogou com força na garota.
Helena acordou gritando, alguém que estava perto tentou segura-la, mas acabou tomando um tapa forte no rosto.

— Aí! — protestou a pessoa.

Helena se sentou rápido, estava toda suada e ofegante. Enquanto tentava controlar a respiração a garota reformulou na mente o que havia acontecido: Raio, fumaça branca, criatura estranha, eu sendo levada... Um arrepio de choque percorreu seu corpo. Helena olhou a sua volta, estava sentada em uma cama, em um lugar que parecia uma enfermaria. Haviam várias outras camas enfileiradas, algumas com pessoas feridas deitadas nelas. Alguns garotos andavam por entre as camas e examinando os feridos, Helena imaginou serem os médicos e enfermeiros, apesar de nenhuma delas estar vestindo um jaleco branco ou coisa parecida, na verdade, todos vestiam aquela tal camiseta laranja, a mesma da garota do metrô.

Ok, pensou Helena, primeira pergunta respondida. Segunda: estou inteira? Ela passou a mão pelo corpo certificando que estava tudo no lugar, quando chegou no braço esquerdo gemeu de dor e depois deu um grito ao ver um ferimento coberto por curativos com uma mancha de sangue. Helena respirou fundo tentou se controlar, tudo estava errado ali, mas ela precisava pelo menos manter a mente no lugar.

Depois de alguns segundos em processo de reconhecimento do local e de toda situação, Helena finalmente olhou para quem havia batido agora pouco. Era um garoto de cabelos ruivos, olhos verdes e sardas no rosto, devia ter entre treze e catorze anos e parecia tão assustado quanto ela.

— Ah... — disse ele. — Oi? — Seu rosto estava vermelho e com marcas de dedos.

Mais uma vez, Helena não pensou, apenas levantou-se num pulo e fugiu pulando pelas camas enquanto o garoto do tapa gritava. A garota praticamente se jogou para onde viu uma saída, mas antes que pudesse realmente por o pé para fora da enfermaria alguém a segurou com força. Helena gritou enquanto se debatia.

A Traição do Olimpo Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora