A Traição do Olimpo

XXXIII Piper

XXXIII

PIPER

Saber a verdade, nem sempre pode lhe trazer alegria. O grupo caminhava em silêncio total até o navio. Ninguém se atreveu a dizer uma palavra sequer, vez ou outra, durante o caminho, Leo abraçava Helena de lado tentando confortá-la de alguma forma, a garota apenas respondia com sorrisos fracos e voltava a encarar o chão. Piper tinha certeza de que para qualquer semideus, descobrir tal verdade seria sempre um grande choque. Era algo que lhes trazia peso e responsabilidade que não eram nem seus.

Pelo menos, era como Piper se sentia. Por ser filha de Afrodite, a Deusa da Beleza e do Amor, as pessoas esperava que ela fosse vaidosa, estilosa, cheia de namorados... Piper McLean não era nada disso, ao contrário, detestava essas coisas.

Mas todos já imaginavam que os filhos seriam iguais aos pais e já esperavam que enfrentassem as consequências dos erros deles, além de ser algo injusto era muito doloroso.

Os deuses nem ao menos visitavam seus filhos, mas sempre queriam que resolvessem seus problemas e muitas vezes, nem um "obrigado" davam. A maioria dos deuses eram realmente o que as pessoas chamam de "Pais Narcisistas". A própria mãe de Piper se encaixava nesse quesito, quando a deusa precisou, Piper estava lá, mas onde estava Afrodite quando a filha chamou?

Piper queria conversar com Helena, tentar tranquilizá-la, mas sabia que a garota não iria querer nada que viesse de Piper e não estava errada, não era justo ter sido tratada mal e agora Piper tentar uma amizade, tinha noção disso, mas ainda assim, sentia empatia por ela.

Quando finalmente chegaram a praia, tiveram uma péssima surpresa: O Argo III havia sumido. Sem sinal de Festus, Calipso ou dos dois sátiros. Leo foi o primeiro a se desesperar. Corria de um lado para o outro chamando pela namorada.

De repente, o céu ficou escuro e uma ventania forte tomou conta da ilha, fazendo com que a areia da praia e as folhas das árvores praticamente os atacassem.

— O que fazemos agora?! — Hazel gritou por conta do vento.

Um clarão brilhou do céu, não um clarão de raio ou relâmpago, mas sim um dourado como sol e logo, Apolo surgiu diante deles com seu arco em mãos.

Jason rapidamente colocou Helena para trás dele, o que não adiantou nada, pois a garota se pôs ao seu lado esquerdo.

— O que foi agora, Apolo?! — indagou Percy com voz firme.

A expressão de Apolo era seria, de maneira que Piper nunca vira antes, o que lhe causou medo. O deus do sol sempre fora alegre e descontraído, vê-lo com raiva não era bom sinal.

— Não posso deixar que saiam daqui com essa coisa — disse ele com a voz pesada.

Jason mais uma vez colocou Helena para trás dele, dessa vez ela ficou.

— Apolo, o que deu em você? Enlouqueceu?! Nunca agiria assim — disse Jason confuso.

— Não quero a ira de Zeus caindo sobre mim de novo. Sinto muito irmão — Apolo armou seu arco mirando em Helena. — Ordens do meu pai. — foi quando o caos começou.

Os outros semideuses sacaram suas armas rapidamente quando perceberam que os servos invisíveis de Calipso, agora ficaram visíveis E fortemente armados. Zumbis, pareciam zumbis, esqueletos com restos de carnes e trapos que um dia foram trajes de batalha. Apolo continuou com o arco apontado para Helena, todo mundo sabia que não importasse quem o que estivesse na frente, ele acertaria em cheio.