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tô indo trabalhar de manhã hoje, só saio às 16hrs, então já tô postando o primeiro capítulo de hoje pra vocês.

O outro só depois que eu chegar em casa!

Boa leitura! ♥️🙆🏻‍♀️

PIETRA

Mesmo desesperada em ver o corpo dela no chão, não pensei duas vezes em me aproximar e tentar ajudar.

Ela tava com parte do corpo encostado na parede, uma mão ela segurava o fuzil e a outra ela estava apertando o lado esquerdo da sua cintura.

A blusa preta dificultava ver, mas ainda assim era visível a mancha de sangue no abdômen.

Fiquei de joelhos me aproximando dela. Mesmo com a máscara dava pra ver e ouvir ela gemendo de dor.

Fui apoiar a mão na perna dela pra me aproximar mais e ela soltou um gemido de dor, me fazendo tirar a mão no mesmo estante.

Dois tiros.

Um na barriga, e um na coxa.

Se antes eu tava desesperada, agora tava mil vezes mais.

Era tanto sangue, que o cheiro de ferrugem me fazia até ter náuseas.

Pietra: desculpa, eu não tinha visto - falei rápido, até me atrapalhei nas palavras.

Marcele: vai pra casa - gemeu de dor - vai pra casa, fecha tudo - respirou fundo - só sai quando não ouvir mais barulho nenhum. - eu já tava chorando sem nem perceber, e tremendo sem parar.

Pietra: tá doida? Nem fodendo que vou te deixar sozinha aqui - neguei com a cabeça - vem, se apoia em mim - tentei me aproximar mas ela recuou e respirou fundo antes de falar.

Marcele: para de ser teimosa mano, faz o que eu tô falando - fechou o olho apertando com força, e abriu de novo, me encarando - vou acionar alguém pra vir me buscar, fica mec - tentou dar um sorrisinho, mas acho que acabou causando dor o esforço, e logo o sorriso virou uma careta.

Pietra: num fode né Ferraz? não ia te deixar aqui nem se você apontasse essa porra de fuzil pra mim - bufei e passei a mão no rosto limpando as lágrimas - vamo, passa o braço no meu pescoço, vou te ajudar a levantar - peguei no braço dela ajudando a passar pelos meus ombros.

Ela era magra, mas pesava demais, acho que pelo tamanho, já que ela parecia um poste de tão alta.

Com muita dificuldade ela levantou, e eu só orava muito, pra nenhum policial aparecer de novo.

Quando ela já estava em pé, peguei a sacola com as coisas que tinha comprado e enganchei no braço.

No meio da confusão eu acabei largando as coisas em qualquer lugar.

Pietra: sera que tá seguro a gente sair daqui? - olhei pra cima encarando ela e me referindo ao beco.

Antes de responder minha pergunta ela jogou o fuzil pras costas e puxou a arma da cintura, engatilhando em seguida.

Marcele: fica mec que qualquer coisa - fez careta quando tentou andar - eu resolvo - suspirou fundo.

Pietra: tá toda quebrada e tá falando de resolver coisas - revirei os olhos e senti ela me encarar, mas não disse nada.

Fomos saindo do beco com muita dificuldade, já que a cada passo que ela dava, gemia de dor, o que dava uma dó danada.

Um tiro já devia doer muito, mas dois? Nem gosto de imaginar.

A DONA | SÁFICOOnde histórias criam vida. Descubra agora