🍁
As lumes de seus olhos eram brilhantes, e em nenhum momento abandonaram os meus. Naquele quarto imenso e escuro, com apenas as luzes fracas das velas, estávamos segredando o nosso amor.
Eu me movia de forma lenta e funda dentro de você, podendo ouvir suas lamúrias e ofegos baixos.
Estávamos quase se fundindo, nunca deixando de nós abraçar. Você enterrava seu rosto em meu pescoço, não parando de dizer por nenhum segundo o quando me amava. E eu não conseguia proferir nenhuma palavra, abalado demais, com medo de desmoronar por inteiro a qualquer momento.
Você, Jungkook, é a pessoa que eu tive o prazer de mais amar. A pessoa mais linda de todos os reinos, e eu sou o ser mais sortudo de te ter.
— Eu amo você, meu senhor. — suas palavras de amor eram cortantes, tiravam meu ar, meu chão.
— Eu também amo você. Perdoa-me, amor.
O modo como você me beijava era desesperado. A saudade tinha gosto em nosso beijo, e o medo pairava em nosso redor. Também como a angústia que rodeava nossos corpos, mas também a paixão em nossos olhos.
— Amo você. — Você dizia e eu apenas repitia:
— me perdoe.
Eu queria poder ser seu por completo. Eu queria que você fosse inteiramente meu.
Queria poder segurar sua mão e andar pelos jardins daquele palácio imenso, que eu sei o quanto você ama. Queria isso e milhões de coisas ao seu lado.
— Não peça perdão, você não tem culpa. — sua voz estava saindo fraca e quebradiça.
— Eu amo você tanto, meu bem. Me desculpe. — Eram as únicas palavras que naquele momento eu conseguia proferir, e não parecia o suficiente, nunca nem seria.
— Vai ficar tudo bem.
Te ouvi dizer isso repentinas vezes, com a voz cada vez mais distante. E eu não me aguentei quando vi seus olhos molhados pelas lágrimas cristalinas que escorriam pelo seu rosto.
Parei de movimentar o meu guadril, sentindo meu olhos arderam, como tudo que a em mim. Meu coração estava em chamas, queimando e deixando em pó todo o interior.
— Não chore, amor. — É covardia sua pedir isso para mim, enquanto vejo você soluçar é apertar a minha pele, me querendo aqui com você, sempre.
E dói tiver em desespero, dói te ver esconder seu rosto para abafar os seus gemidos sofridos e soluços, esses que fizeram suas lamúrias de prazer irem.
— Jungkook? Príncipe? — tento chamar sua atenção, contudo apenas ouso você chorar mais, balançando sua cabeça sem parar, em negativa.
— Por favor, não vai. — sua voz saiu tão quebrada, quanto o meu ser naquela momento.
Eu não queria ter que te deixar. Mais eu não tinha escolha meu amor, se descobrissem o que nós tínhamos, iríamos para a forca, e eu preferia ter um casamento indesejado do que te ter morto.
Me desculpe por cair nas chantagens de meu pai, mais eu sei que ele é capaz de fazer tudo o que pensa.
— Vamos fugir daqui. — falou mais uma vez, dando uma solução mesmo sabendo que era inválida.
— Jun... — Ah, como eu queria que fosse apenas nós dois. Como queria ir com ele pra longe, e fugir de tudo isso. Mas eu sou covarde. O medo me faz covarde demais. Saber que poderíamos ser mortos por isso, que eu tenho chances de ver o amor da minha vida pendurado em uma corda, me faz render.
Só conseguimos ficar juntos por esses tempo por pensarem que somos amigos, como irmão. E eu tenho medo. Medo de nós descobrirem e te tirarem de mim de uma forma mais dolorosa do que essa.
A dor de estar olhando para um futuro e não poder te ter nele dói. Dói porque eu sempre te vi como perene em minha vida, e talvez ainda seja. Mas não será aquele que estará em minha frente a esperar no altar.
Amor, eu prefiro estar com outro alguém e te ter vivo, do que um dia te ter morto. Te amo tanto que faria qualquer coisa para te ter bem, mas não posso viver em uma realidade que você, no final dela, nunca sairia vivo.
— Jimin eu te peço.
Foram as palavras que mais pode ouvir aquela noite. E depois disso, tudo foi um nada.
A gente, Jungkook, já não existia mais.
— Amor? — A voz doce se fez presente em minhas costas. — Não vai se deitar?
Aquela era apenas mais uma madrugada enquando olhava para a lua, pensando em ti e se você estava bem com o seu novo homem.
— Venha Jimin, está frio! — a voz manhosa se pós em meus ouvidos novamente.
— Estou indo.
Ela era uma princesa incrível, mas eu ficava triste em saber que nunca poderia amá-la. Como também ficava triste em saber que nunca poderia amar meu grande e único amor.
🍁
Surto da noite.
Um beijo.
