Conteúdo do Diário - Parte Final

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Ailec rD. <ailecrd#card.wom
Nov 29, 2022, 20:05
to Rickfire01


31/12/1924

   Hoje é o último dia do ano, o tempo voa meu amigo. Tirei algumas horas para refletir, e assim pude ver os dias passarem em frente aos meus olhos como um filme, o começo, o desenvolvimento e como está prestes a acabar.  Mesmo eu que já vivi tantas aventuras, em momento algum poderia ter imaginado que viveria algo desse tipo. O amanhã de fato é um mistério. 
   Hoje não haverá champanhe, um banquete ou euforia. Contento-me por estar entre amigos. 

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05/01/1925

   O verão em Queensland é regado por bastante água, o oposto do meu Brasil. As plantas secas aos poucos denotam vitalidade, outras espécies de animais estão começando a surgir, entre eles, o canguru vermelho. 
   Até o fim de março o deserto perderá sua típica aparência seca e escaldante. Não entendo por qual razão os Jang's migraram para o deserto em seu período seco. Peculiares. 

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07/01/1925

   Ontem, por volta do meio-dia, fomos atacados por uma matilha de dingos, esta era maior que a primeira avistada há uns meses.
   Estávamos na superfície, Robson e outros Jangurus descansavam protegidos por uma fresca sombra de árvore. Antonieta estava ao meu lado, assim como o pequeno Mike em seu marsúpio. 
   Em dado momento o Mike saiu do marsúpio e sob o olhar vigilante de sua mãe se pôs a explorar as proximidades. De repente a matilha surgiu, Robson imediatamente deu o alerta e os Jangurus reuniram-se, obviamente me juntei ao grupo. Mike saltou em nossa direção, por desventura, antes que pudesse nos alcançar, um dingo o atacou cravando os dentes na perna do pequeno. Outros dingos avançaram na direção do Mike, nesse instante, Antonieta abandonou a segurança do grupo partindo em defesa de seu filhote. Amigo, as escamas da cauda de Antonieta ficaram eriçadas, então ela violentamente voluteou a cauda contra os dingos cortando-os profundamente. Mesmo feridos os cães conseguiram fugir com o restante da matilha.
   Preocupado, corri ao socorro de Mike, sua mãe estava de costas e não me viu, apenas sentiu que algo se aproximava e então me atacou pensando ser uma nova ameaça. Por sorte eu não estava perto o bastante, ganhei apenas um arranhão. Um doloroso arranhão no braço direito.
Antonieta colocou Mike em seu marsúpio e o levou para a caverna, felizmente o pequeno Janguru não ficou gravemente ferido.
   Desta vez meu material de primeiros socorros foi útil. Limpei e costurei a ferida. Não pude medicá-lo em relação a dor, no entanto, Robson o fez. O pai de Mike mastigou algumas ervas e as colocou na boca de seu filhote, não demorou para que o pequeno sentisse o bom e velho alívio.
- Conhecimentos medicinais.
   Confesso que fui um tolo ao pensar que já sabia tudo a respeito das escamas, e que não poderia me surpreender ainda mais com a inteligência destas magnificas criaturas. 

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19/01/1925

   Caro amigo, nossa estadia no deserto está chegando ao fim, partiremos em algumas horas, e desta vez levarei uma Jam. 
   A ferida na perna de Mike já cicatrizou, o pequeno caminha sem dificuldade alguma.
- Ligeira recuperação. 
   Estou curioso para saber qual será nosso próximo destino, quem dera fosse a floresta, seria ótimo rever Madeleine. é impossível esquecê-la, suas raízes fixaram-se profundamente neste velho coração. 

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03/02/1925

   Chegamos ao litoral. Do deserto ao mar.
   A entrada da caverna se dá através de uma passagem aos pés de uma gigantesca parede rochosa, poucos metros de areia nos afastam do mar. 
   Para chegarmos a este local foi necessário deixar a Depp pata trás. Por quê? Amigo, tivemos que atravessar um canal a nado. Um curto trajeto, porém, extremamente profundo e escuro. Não precisa se preocupar, a escondi na floresta, longe da maresia. 
   Recapitulando, inicialmente eu estava a lhe falar a respeito da entrada da caverna, pois bem, esta nos deu célere acesso, nada de corredores. Já imagina qual a fonte de luz? Eu também esperava por cristais, no entanto, sequer vi um. O que ilumina o ambiente nada mais é do que o brilho de dezenas de medusas. Uma rara espécie que produz luz.  Do outro lado da caverna a água escorre pela parede formando uma grande poça, um fio de água liga a poça ao lago de medusas impedindo que a água da poça de espalhe pela caverna. Tudo bem equilibrado, não existe a possibilidade de uma medusa sequer passar para o lado doce. Tratando-se de espaço, esta caverna supera as outras duas. Tem uma bia acústica, toquei minha flauta e o resultado foi agradável.
   Os Jangurus já deram início ao cultivo das Jam's. Enquanto plantam nosso alimento, estou aqui sentado na praia, acompanhado por Mike. Por enquanto é tudo, até breve. 

O Diário de KlayssiusWhere stories live. Discover now