𝕮𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖚𝖒 _ 𝖀𝖒𝖆 𝖋𝖚𝖌𝖆 𝖊 𝖚𝖒 𝖈𝖆𝖘𝖆𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔

145 23 363
                                    

Ano: 1888...

Adelaide Ferreira sempre foi uma moça iluminada de beleza, uma donzela repleta de etiqueta e bons modos. Sua vida já estava planejada por seus bons pais; desde bebê, ela já tinha um bom e caro dote, se tornou noiva de um pequeno garotinho rico que na época tinha seus seis anos de idade. Os anos se passaram, seu corpo delicado cresceu e evoluiu com belas curvas, capaz de conquistar olhares de desejos e admiração e infelizmente, seus dezoito anos se aproximavam.

Essa era a idade que aconteceria seu dote e por causa disso, Adelaide aprendeu bons modos e etiqueta de como se comportar na frente do conde e sua condessa, seus sogros. Dependente disso, ela sempre foi mimada e paparicada pelos seus pais, mas nada substituía a sua falta de liberdade, algo que sua irmã caçula, Rosa Ferreira, tinha de sobra.

Adelaide perdeu muitas oportunidades na vida por carregar um casamento indesejado nas costas e uma delas era a sua liberdade de ir e vir nos lugares. De brincar, explorar o mundo que vivia. No final, existia uma pitada de ciúmes da sua irmã que era tão rebelde e feliz.

As irmãs eram totalmente diferentes nas aparências, personalidades e idades. Uma, com os cabelos loiros, olhos azuis, rosto angelical, se chamava Adelaide. Com dezessete anos, ela sempre foi bem meticulosa, perfeccionista e cuidadosa; já, sua irmã, Rosa, essa carregava desde nascença cabelos castanhos-escuros, olhos nas mesmas cores que seu cabelo e a personalidade sapeca.

Com dezesseis anos, Rosa ama ler livros de romance, muitas vezes é leiga nas etiquetas e bons modos. Como um cavalo selvagem, gosta de sair e se divertir com seus animais, acompanhada da sua criada pessoal. Uma garota sem problemas para se preocupar, ou um noivo indesejado para tirar suas noites de sono.

Para Adelaide, tudo parecia uma loucura, às vezes odiava o fato de seu corpo estar evoluindo, isso significava um caminho sem volta. Odiava o noivo que nunca viu na vida, odiava tudo, porém nunca reclamou de nada, no entanto, tudo voltou a brilhar quando soube por seus pais que seu predestinado havia adiado o noivado por dois anos e que eles se casariam quando ela completasse dezoito anos de idade, já que o sir tinha decidido cursar uma faculdade de período curto em outro estado.

E desde essa notícia até agora, já haviam se passado quase dois anos. Pior, no seu coração existia outro homem. Um rapaz gentil, um amigo que conheceu há uma semana. Ambos eram discretos, ninguém sabia sobre os encontros.

Eram apenas os dois em meio a esse mundo injusto. A amizade deles não permitia seguir outro passo, onde existiam beijos e carícias. Adelaide sabia que isso era muito perigoso, então, preferia ser apenas uma amiga e estar ao seu lado.

— Oah, mais rápido, princesa — Adelaide sorriu ao ver sua égua de pelagem branca correr rapidamente. A adrenalina era magnífica, amava sentir o vento em seu rosto. Quanto mais corria, mais ela tentava alcançar a lua. Aquele era seu sonho, a liberdade era como uma lua, impossível de alcançar.

Fora do casarão Ferreira, Adelaide passeava selvagemente com seu cavalo. Seus cabelos loiros voavam com o vento, igual seu vestido azul. Ela, raramente saía das redondezas da fazenda que morava. Raramente, explorou a grande floresta ao redor, pois seu pai, Silvério, nunca lhe permitiu cavalgar tão longe, muito menos, andar sozinha pela cidade de São Paulo.

No entanto, a donzela nunca foi cem por cento obediente e quando seguia para a floresta, seus atos eram mantidos em segredo por sua criada pessoal. A escrava era uma boa amiga e não lhe entregava ao Marquês. Nem falava sobre os encontros com aquele cavaleiro bonito.

Já haviam se passado duas horas quando saiu da fazenda. Sozinha, passeou como um passarinho solto. Para ter esse passeio pessoal, dispensou sua criada pessoal para visitar a família e as duas planejavam se encontrar em certo horário para não provocar a desconfiança de seu patrão.

𝑀𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑃𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑎 𝐷𝑜𝑛𝑧𝑒𝑙𝑎 - 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑜 ²Where stories live. Discover now