𝕮𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 𝕿𝖗ê𝖘 _ 𝕯𝖊𝖘𝖊𝖏𝖔𝖘 𝖊 𝖑𝖚𝖝ú𝖗𝖎𝖆

54 11 68
                                    

Ler um bom livro faz bem para o coração. É como se suas feridas fossem curadas com o passar de cada capítulo.

Rosa dedicava seu tempo nos livros de aventura e comédia. Com isso afastava qualquer pensamento que envolvesse Leopoldo, Adelaide, mentiras e decepções.

Sentada no parapeito da janela, ela se aventurou numa narrativa um tanto hilária e sorrisos escapavam da sua boca. Seu ar juvenil continuava o mesmo desde que terminou seu falso noivado com Leo e o que mudou foram os seus pensamentos e coração.

Como se enganar desta forma? Livros apenas ajudavam a passar o tempo, mas deixar de pensar em seu amor era quase impossível. Ela fechou o livro ao ler a última página e olhou para fora da janela, onde observou a entrada do casarão e montado num cavalo, constatou Leopoldo.

— Léo? — O nome escapou da sua boca e ela encostou a mão no vidro.

O que o rapaz fazia ali? Já completou quase um mês que não o via pessoalmente.

— Léo... — Pulou do assento, e caminhou até a porta e saiu do quarto rumo a escadaria. Enquanto corria, seus longos cabelos marrons voavam, seu vestido da mesma cor acompanhava o ritmo. Rosa se viu com dúvidas daquela visita e queria pessoalmente descobrir o motivo da presença de Leopoldo em sua casa.

Ao aproximar-se da sala de visitas, viu o rapaz de pé, conversando com uma criada. Leopoldo se vestia formalmente e isso aqueceu o coração de uma flor chamada Rosa.

— Léo, o que faz aqui? — Caminhou calmamente na direção do rapaz e da criada.

Leopoldo olhou para Rosa e seu coração acelerou loucamente. A garota estava muito bonita. Isso só mostrava o quanto foi inútil o afastamento nesse quase um mês.

Vendo que o senhor não respondeu à pergunta da sinhazinha, a criada tomou iniciativa:

— Esse senhor veio encontrar seu pai, sinhá, mas creio que o patrão não se encontra em casa.

— Isso é verdade. Papai saiu a um tempo já, foi a cidade.

— Se ele não se encontra, então partirei — tirou o chapéu e deu as costas, mas Rosa o interrompeu.

— Por que não fica para tomarmos um pouco chá e conversamos? Desde aquele dia, nunca mais te vi e não pude desculpar-me.

Leopoldo olhou para Rosa e suspirou.

— Não é necessário. Isso já passou. Já que o seu pai não está, voltarei outra hora.

— Espere por ele. Eu realmente preciso conversar com você.

Ambos se olharam e Leopoldo concordou com a cabeça, contudo sua expressão continuava séria e fria.

...

— Como você sabe, eu sou a Rosa. — Esfregava sua mão uma na outra e desviava o olhar do rapaz.

— É, agora sei disso. — Cortou e ambos se olharam, logo Rosa desviou seu olhar novamente.

— Se a pessoa que você gostou foi a Adelaide desde início, então por que não deu uma chance a ela? — Perguntou com a voz baixa, e Leopoldo encarou Rosa.

Ele a encarava sem dizer nada e na parte interior do casarão, Adelaide se deparou com os dois na área de lazer e se escondeu atrás da porta para ouvir a conversa.

— Muitas coisas mudam e desde que comecei a passar o tempo com você, meus pensamentos mudaram também.

Rosa quis confessar sobre seus sentimentos e que o mesmo também aconteceu em seu coração, mas, depois de tudo, não tinha esse direito.

𝑀𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑃𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑎 𝐷𝑜𝑛𝑧𝑒𝑙𝑎 - 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑜 ²Место, где живут истории. Откройте их для себя