👣 parte II

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Lily não consegue conter o sorriso.

— Então? O que você vai fazer?

— Como assim?

— Ai, Re! — Ela estala a língua, impaciente. — Eu acabei de dizer que o garoto que você gosta há mil anos também gosta de você; que tal esboçar alguma reação?! Você pode finalmente superar esse medo de levar um fora e conversar com ele.

Remus vira a cabeça, alarmado: Sirius não está mais no quintal e James está longe, dando uma volta ao redor da piscina, entregando aos colegas os picolés que Sirius trouxera.

— Não é medo, tá bom? É só que... Não temos nada a ver. Você chegou a essa conclusão por causa de um tropeço?

— Um tropeço que aconteceu por sua causa.

— Um tropeço que aconteceu porque Sirius têm dois pés esquerdos.

— Em que mundo?! Mas tá, tanto faz. Eu disse que ele passa tempo comigo e o James, não disse? Quando ele tá por perto, a conversa sempre chega em você. Como é que você explica isso?

— Ah, não acredito, Lily Evans! Esse é o seu modo de confessar que contou pra ele que eu gosto dele?!

— Ai, claro que não! É ele que me faz falar de você!

Remus sente uma sensação engraçada no estômago, como se alguém tivesse desligado a gravidade e seu corpo estivesse flutuando.

— Ele... ele pergunta sobre mim?

— Sim! Quer dizer... Mais ou menos?

A gravidade retorna e a queda é brusca.

— Como assim, como alguém pergunta "mais ou menos" sobre alguém? É sim ou não.

Lily inclina a cabeça para o lado, pensativa.

— É que ele não necessariamente faz perguntas, entende? Não sei. Ele tem um jeito de fazer as pessoas falarem sobre o que ele quer saber sem perguntar com as palavras exatas... É por isso que eu não tinha certeza de como ele se sentia antes...

— Tá, eu já ouvi o suficiente. — Remus retira do ombro a bolsa tote, que ainda estava carregando, e a entrega para Lily. — Por que você não vai... fazer o que você faz com o seu namorado? E eu vou fazer o que faço quando não quero ouvir teorias sem fundamentos.

— Teorias sem fundamentos?! Remus, volta aqui! Remus! — Lily dá um grito sussurrado, mas sem sucesso: ele se afasta com pressa.

Remus contorna a piscina, dizendo "Oi, gente!" para encurtar ao máximo o desconforto de trocar cumprimentos com quem ele não tem intimidade, e se senta a uma espreguiçadeira de distância de Mary e Peter; distância suficiente para ter seu espaço pessoal sem parecer rude.

— Você já passou protetor solar? — Mary pergunta, virando a cabeça para olhá-lo. Seus cabelos cacheados e volumosos emolduram graciosamente o seu rosto. — Na última vez que fiquei na piscina sem usar, meu nariz passou os dias seguintes descascando.

— Ah, não! Nem me fale! — Peter concorda. — Eu fiquei parecendo um tomate ano passado, quando fomos visitar os meus avós na praia. A pior parte é que a queimadura aconteceu uma semana antes das aulas começarem, então eu tive que faltar na primeira semana e, ainda assim, eu tava bem rosado quando dei as caras...

A conversa flui com facilidade entre Peter e Mary, compartilhando lembranças engraçadas sobre os verões passados e experiências aquáticas. Remus aceita o protetor solar, embora não pretenda retirar sua camiseta, e sorri e acena e às vezes pergunta sobre algum lugar ou alguma sensação, mas no geral não tem muito a acrescentar — ele não tem o hábito de visitar piscinas ou parques aquáticos e nunca foi à praia em um dia quente nem sofreu insolação. Sempre achou a praia uma experiência mais agradável em dias frios, quando a maioria das pessoas prefere ficar em casa.

Summer's in the air and Heaven's in your eyes | Wolfstar + JilyWhere stories live. Discover now